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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Curiosidades históricas da família Mourão da fazenda Ipueiras

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A história da família Mourão de Ipueiras, localizada no Ceará, tem suas raízes fincadas nos séculos XVIII e XIX, apresentando muitos fatos ocorridos naquela época. Abaixo, listei algumas curiosidades sobre alguns eventos históricos que marcaram essa influente família durante esse período.

A expressão "coisa de Mourão" foi inventada pelo ex-governante da região do Ceará, José Martiniano de Alencar, para descrever as atitudes violentas da família Mourão na região e a dificuldade de levá-los a julgamento, devido ao medo das autoridades locais e à influência política deles. Nertan Macêdo, em seu livro "O Bacamarte dos Mourões", argumenta que o poder e o prestígio dessa família surgiram a partir das conexões matrimoniais que os ligaram à casa do então Capitão-mor de milícia da Ibiapaba, Antônio de Barros Galvão. No final do século XVIII, os pernambucanos Alexandre da Silva Mourão (o pai) e seu irmão Sebastião Ribeiro Melo, casaram-se com duas irmãs filhas do mencionado Capitão-mor, das quais receberam terras em Crateús, na Serra da Ibiapaba e no Piauí. Essas terras e a influência herdada do Capitão-mor de Vila Nova foram fundamentais para o poder e prestígio da família Mourão (MACÊDO, 1966, p. 13-15).

Os Mourões destacavam-se não só por sua força militar, mas também por sua influência política na região de Acaraú. Desafiavam os adversários locais que atuavam em nome do Estado recém-criado. Assim como o Estado brasileiro em formação no século XIX, o Estado colonial português também se consolidava no interior, com o fortalecimento de certas famílias que passavam a representar o governo local. Os Mourões, por sua oposição aos líderes nomeados pelo governo na província do Ceará, foram considerados inimigos do Estado imperial.

Assim, José Martiniano de Alencar, tentou fazer um acordo com os Mourões, a estes foi prometido suspensão de processos e cargos militares em troca de apoio político. Frente a recusa do velho Alexandre da Silva Mourão I, se deu início as perseguições.

A Família Mourão tem raízes profundas na região nordeste do Brasil, com seus membros estando entre os primeiros a se estabelecer no estado do Pernambuco com o nascimento do Alexandre da Silva Mourão I, nascido aproximadamente no ano de 1700 e filho do português Leonardo da Silva Mourão, que nasceu aproximadamente em 1660 em Açores, Portugal e da Adriana da Silva, nascida aproximadamente em 1680 em Açores, Portugal. A família foi parte do movimento de colonização que expandiu o território para além das áreas costeiras.

Durante o século XIX, casamentos estratégicos com outras famílias influentes da região, como a família Monteiro do Icó/CE, família Bezerra de Ipaporanga/CE, ajudaram a fortalecer o poder econômico e social dos Mourão. Esses casamentos frequentemente envolviam alianças com famílias locais de destaque, como os Melo  de Ipu/CE e os Franco da Silva de Crateús/CE.

Quase todos os casamentos foram significativos, entre eles o do Capitão Alexandre da Silva Mourão com Anna Gonçalves, Sebastião Ribeiro Mello com Cosma Maria Mello, Alexandre da Silva Mourão II com Úrsula Gonçalves Vieira. Estes casamentos ajudaram a fortalecer ainda mais o clã Mourão, consolidando o poder social e econômico em Ipueiras e nas localidades vizinhas.

A família Mourão acumulou grandes extensões de terras ao longo do tempo, o que contribuiu para sua influência econômica na região. Essas propriedades eram frequentemente usadas para a agricultura, especialmente para o cultivo de cana-de-açúcar e algodão, que eram produtos importantes na economia local.

Membros da família Mourão estiveram envolvidos na política local e regional. Eles desempenharam papéis significativos em diversas esferas administrativas e políticas, influenciando as decisões que moldaram o desenvolvimento da região de Ipueiras e arredores.

Além de sua relevância econômica e política, a família Mourão também teve um papel significativo no avanço social e cultural da região. Isso abrangeu o financiamento de projetos educacionais e religiosos, além de oferecer apoio a eventos culturais e comunitários.

Hoje, o legado da Família Mourão permanece evidente em Ipueiras. A narrativa da família é frequentemente relembrada nas tradições locais e permanece viva na memória coletiva da comunidade. A influência duradoura da família na região serve como prova de seu impacto ao longo do século XIX.

A trajetória e a história da família Mourão pode ser explorada através de uma variedade de arquivos históricos, que incluem registros civis, documentos de propriedade e anotações eclesiásticas. Essas fontes oferecem uma visão abrangente da vida e das atividades da família ao longo do tempo.

Assim como muitas famílias de destaque, os Mourão enfrentaram diversos desafios ao longo dos anos, incluindo transformações econômicas, políticas e sociais. Essas transformações ajudaram a moldar o caráter e o papel da família na sociedade de Ipueiras.

Essas curiosidades oferecem uma visão sobre como a família Mourão desempenhou um papel significativo na história e desenvolvimento de Ipueiras e da região do Ceará durante os séculos XVIII e XIX.

 

Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Algumas origens do Ceará. Disponível em: >(fwa.org.br/livros/algumas-origens-do-ceara.pdf)<. Acesso em 23 de agosto de 2024.

Alexandre da Silva Mourão I. Disponível em: >(Alexandre da Silva Mourão I (1700–1772) • Pessoa • Árvore familiar • FamilySearch)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

ARAÚJO, Reginaldo Alves de. Coisa de Mourão”: uma parentela do sertão cearense no processo de afirmação do Estado brasileiro (1835-1856). Fortaleza: UFCE, Grupo de Pesquisa Sociedade e Cultura no Brasil Oitocentista - SEBO, (17 f.), 2016.

MACÊDO, Nertan. O Bacamarte dos Mourões. Fortaleza: Editora Instituto do Ceará, 1966.

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Cococi no Ceará e a família Alves Feitosa

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Filhos e netos de portugueses, os supostos alagoanos e residentes no Engenho dos Currais de Serinhaém em Pernambuco, a família Feitosa se mudou para o estado do Ceará, fixando residência temporária no vale do Jaguaribe, já que a condição climática para a agropecuária não era tão boa quanto no sul do estado. Dessa maneira, posteriormente foram embora para o sul do estado, nas proximidades de Icó. 

No coração do sertão cearense, onde a aridez do clima molda a vida e o tempo parece ter uma marcha própria, repousa a cidade fantasma de Cococi. Foi construída pelo Coronel Francisco Alves Feitosa, o maior latifundiário da região se casou com Isabel do Monte, que era irmã do Capitão-mor Geraldo do Monte e do Francisco do Montes e Silva. Foi em Cococi onde nasceram parte dos descendentes da família Feitosa, filhos, netos do Francisco Alves Feitosa. Foram eles: Capitão-mor Pedro Alves Feitosa, Coronel Manoel Ferreira Ferro e Josefa Alves Feitosa. Localizada nas proximidades de Parambu, Cococi está na história da região dos Inhamuns até os dias atuais. 

A família Feitosa, que desempenhou um papel crucial na história de Cococi e da região dos Inhamuns, chegou no século XVIII. Com habilidades notáveis como militares, na política e na agropecuária, os Feitosa rapidamente se destacaram como uma das famílias mais influentes da região. Seu envolvimento com a política local, a economia e a gestão de grandes propriedades contribuiu para o crescimento e o desenvolvimento das redondezas.

Os descendentes dos numerosos Feitosas continuaram a ocupar Cococi e arredores, situada dentro de uma fazenda. Foi elevada a distrito e anexado ao município de Tauá.

Em 1957, o distrito Cococi passou a ser integrante do município recém-criado Parambu.

Cococi já como município contava com 3.800 habitantes, mas em 1970, uma nova lei estadual extinguiu o município Cococi que retornou a ser distrito de Parambu. Os motivos para tal feito até hoje não foram esclarecidos, ficando apenas com os murmúrios que rolavam nessa época.

Hoje, Cococi e a história da família Feitosa servem como um microcosmo para o estudo das dinâmicas regionais no sertão cearense. As ruínas da cidade fantasma e as histórias da família Feitosa oferecem uma visão sobre a vida no sertão, as adversidades enfrentadas pelos habitantes e a cultura das comunidades locais. Estudar essa parte da história é essencial para compreender como o sertão cearense evoluiu ao longo do tempo e como as famílias locais moldaram e foram moldadas pelos desafios de seu ambiente.

Daquele tempo, ainda resta a Igreja Matriz, algumas dúzias de moradores e os visitantes esporádicos que visitam as ruínas, que são as atrações do lugar.

A história de Cococi e dos criadores da família Feitosa é um testemunho da complexidade da vida no sertão nordestino e da maneira como as histórias locais se entrelaçam com as grandes narrativas históricas do Brasil.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Coronel Francisco Alves Feitosa. Disponível em: >(Coronel Francisco Alves Feitosa (1682–Falecido) • Pessoa • Árvore familiar • FamilySearch)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

COSTA, George Ferreira da. A cidade escrita no tempo: memória, política e viveres urbanos em Cococi/CE. Picos: UFPI, TCC, (60 f.), 2017.

Feitosas x Montes. As poderosas famílias dos Inhamuns. Disponível em: >(Fortaleza em Fotos e Fatos: Feitosas x Montes - As Poderosas Famílias do Sertão dos Inhamuns)<. Acesso em 26 de agosto de 2024.

Quem vive ali: conheça Cococi, a cidade-fantasma do Ceará. Disponível em: >(Quem vive ali: conheça Cococi, a 'cidade-fantasma' do Ceará | Quem vive ali | G1 (globo.com))<. Acesso em 23 de agosto de 2024.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Genealogistas observam a presença dos primeiros Vieira de Sousa entrelaçados com os Ferreira Chaves

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Confira agora a genealogia dos primeiros descendentes da família Vieira de Sousa:

Luiz Vieira de Sousa I, nascido aproximadamente no ano de 1703, no Brasil e foi casado com Joana de Paula Chaves, ela sendo filha legítima do Capitão-mor Antônio de Souza Carvalhedo e Nazária Ferreira Chaves. Contraíram 04 filhos neste matrimônio. São eles:

 1 - Luiz Vieira de Sousa II, nascido aproximadamente no ano de 1723, no Brasil e foi casado com Anna Alves Feitosa, ela sendo filha legítima do Sargento-mor Francisco Ferreira Pedrosa e Josefa Alves Feitosa. Contraíram 10 filhos. São eles:  

1.1 - Luiz Vieira de Sousa III

 1.2 - Maria Vieira de Sousa

 1.3 - Quitéria Vieira de Sousa

 1.4 - Isabel Vieira de Sousa

 1.5 - Thereza Vieira de Sousa

 1.6 - Esméria Vieira de Sousa

 1.7 - Cosma

 1.8 - Francisca Alves Feitosa

 1.9 - Joana Alves Feitosa

 1.10 - Tomé Alves Feitosa.

 

2 - Ponciana Vieira de Sousa, nascida aproximadamente no ano de 1724, no Brasil e foi casada com o Capitão Victor de Barros Galvão, ele sendo filho legítimo do Alferes Francisco Bezerra Correia. Contraíram 12 filhos. São eles: 

 2.1 - Victor de Barros Rocha

 2.2 - André de Barros Rocha

 2.3 - Ingrácia de Barros Rocha

 2.4 - Marianna de Barros Rocha

 2.5 - Miguel José de Barros Rocha

 2.6 - Nazária de Barros Rocha

 2.7 - Ponciana de Barros

 2.8 - Antônio de Barros Galvão

 2.9 - Luciano de Barros Galvão

 2.10 - Antônio de Barros Bezerra

 2.11 - Manoel de Barros Bezerra

 2.12 - Janaína de Barros Bezerra

 

3 - Ana Gonçalves Vieira, nascida no Brasil e foi casada com o Coronel João Ferreira Chaves I, ele sendo filho legítimo do Capitão-mor Antônio de Souza Carvalhedo e Nazária Ferreira Chaves. Contraíram 11 filhos neste matrimônio. São eles: 

3.1 - Ponciana Gonçalves Vieira

3.2 - Ana Gonçalves Vieira

3.3 - Ursula Gonçalves Vieira

3.4 - Luzia Gonçalves Vieira

3.5 - Nepomucena Gonçalves Vieira

3.6 - João Ferreira Chaves

3.7 - José Ferreira Chaves

3.8 - Antônio Alves Bezerra

3.9 - Antônio de Sousa Carvalhedo

3.10 - Nazária Ferreira de Souza 

3.11 - Maria Saraiva da Purificação

 

4 - Maria Álvares Vieira, nascida no Brasil e foi casada com o Capitão-mor Pedro de Sousa Rego. Contraíram 05 filhos neste matrimônio. São eles: 

4.1 - Gabriel de Morais Rego

4.2 - Alberto de Morais Rego

4.3 - Quitéria Liberata de Morais Rego

4.4 - Pedro de Sousa Rego

4.5 - Maria

 



Texto adaptado por Eugênio Pacelly Alves



Referência bibliográfica:

Luiz Vieira de Sousa I. Disponível em: >(Luiz Vieira de Sousa I (1703–Falecido) • Pessoa • Árvore familiar • FamilySearch)<. Acesso em 17 de agosto de 2024.

terça-feira, 20 de agosto de 2024

Descubra os segredos da família Capuxú da Serra dos Côcos ao Curtume com estes 3 livros imperdíveis

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família Capuxú da Serra dos Côcos, citada em três importantes obras literárias - Reminiscências (1995), Os Moreira Frota de Ipueiras/CE (2000) e Maria Acauã (2020) - é uma das mais importantes da história do Ceará.

Suas histórias, legados e trajetórias são descritas de diferentes maneiras por autores de diferentes gerações e com diferentes perspectivas sobre a influência da família na região de Ipueiras ao Curtume, no Ceará.

Cada um dos livros oferece uma visão única, abrangendo tudo, desde o contexto histórico até aspectos culturais e tradições preservadas ao longo dos anos.  Escrito em 1995 por Temóteo Ferreira Chaves, Reminiscências é um livro de memórias que explora as raízes e parte da origem da família Capuxú ao longo dos séculos, especialmente durante o período colonial e imperial do Brasil. Os autores do livro Maria Acauã, são descendentes da família e procuraram através de entrevistas e pesquisas nos arquivos da família, preservar a memória de seus antepassados ​​e destacar o papel na Serra dos Cocos para o desenvolvimento da região. 

No livro Maria Acauã, a família Capuxú é descrita como uma das pioneiras na colonização da Serra dos Cocos, com os patriarcas da família Pedro José de Carvalho e Maria Madalena Chaves, era área de difícil acesso na serra e rica em recursos naturais. Segundo os autores Edson e Eugênio, os Capuxús desempenharam um papel fundamental no estabelecimento de operações agrícolas, tanto de pecuária como de subsistência, e ajudaram a moldar as bases econômicas e sociais da região. Evoca também os desafios da família em momentos de adversidades, como a grande seca que marcou a história do interior, bem como os conflitos fundiários e as disputas políticas típicas da época.  Já Temóteo Ferreira Chaves, destacou o caráter empreendedor dos Capuxú que, apesar de todas as dificuldades impostas pelo meio ambiente e pelos aspectos sociais naquela época, conseguiram prosperar e estabelecer fortes laços com outras famílias importantes da região, como os Moreira Frota e Ferreira. Gomes. 

O segundo livro que menciona a família Capuxú, “Os Moreira Frota de Ipueiras/CE”, escrito por Frota Neto em 2000, trata principalmente da história da família Moreira Frota, mas dedica capítulos inteiros à estreita relação entre esta família e uma descendente da família Capuxú, a de nome Maria Capuxú. As duas linhagens estiveram intimamente ligadas ao longo dos séculos, não só através do relacionamento conjugal, mas também através de parcerias comerciais e alianças políticas.  Frota Neto, menciona ainda a influência da família Capuxú e Moreira Frota, lembrando que os Capuxú, com sua posição estratégica na Serra dos Cocos, facilitaram o desenvolvimento de rotas comerciais para o comboio de produtos agrícolas e pecuários da serra ao Curtume feito de pé por pessoas e animais. Outro ponto forte do livro é a ênfase na aliança matrimonial entre as duas famílias, que consolidaram o poder entre Capuxús e Moreira Frota em diferentes esferas da sociedade ipueirense. 

Por fim, “Maria Acauã”, escrita por Edson Carlos Alves e Eugênio Pacelly Alves em 2020, traz uma abordagem mais contemporânea e literária da família Capuxú. Embora a obra tenha como foco principal a personagem Maria Acauã, mulher mítica e forte que simboliza a luta e resistência das mulheres do interior do Ceará, a família Capuxú é apresentada como um pilar histórico da contação de histórias. Os autores utilizam a figura dos patriarcas da família Capuxú para representar a força e a resistência das famílias tradicionais do interior, enfrentando inúmeras dificuldades, desde a seca severa até os desafios da modernização e industrialização da região.

A Serra dos Cocos, onde se estabeleceram os Capuxú, apresenta-se como um lugar mítico e quase mágico, com marcas de gerações de batalhas e conquistas. 

Em Maria Acauã, a família Capuxú é representada como protetora das tradições ancestrais, ligada à terra e à cultura do interior. A narrativa combina elementos históricos com o imaginário popular, criando um ar de mistério saindo do estado de Pernambuco até a chegada na Serra dos Cocos. Os autores destacam a ligação espiritual dos Capuxú com a natureza e a cultura do nordestino, descrevendo rituais, festas e crenças transmitidas de geração em geração.

A obra também trata da época do coronelismo do século XVIII nas famílias tradicionais do interior do país, incluindo os Capuxú. A modernização trouxe desafios e rupturas, e os Capuxú, embora continuem a ter uma presença significativa na região até a fazenda Curtume, começaram a enfrentar problemas relacionados com a migração dos mais novos descendentes para outras regiões mais distantes, como a fazenda Diamante, a perda de terras e a chegada de novas famílias poderosas. No entanto, a obra Maria Acauã celebra a cultura, a história sobre os Capuxús e a sua capacidade de adaptação aos tempos modernos sem perder o contato com as suas raízes. 

Os três livros – Reminiscências, os Moreira Frota de Ipueiras/CE e Maria Acauã – apresentam perspectivas complementares sobre a importância da família Capuxú na Serra dos Cocos, na região de Ipueiras até a fazenda Curtume, no Ceará. Enquanto Temóteo Ferreira Chaves faz um relato histórico e pessoal da fundação e crescimento da família, Frota Neto explora a genealogia, os laços políticos e econômicos dos Moreira Frota com outras famílias influentes da região, como a família Capuxú.

Por outro lado, Edson Carlos Alves e Eugênio Pacelly Alves fazem uma abordagem literária e simbólica, enfatizando a ligação espiritual e cultural da família com a terra e as tradições nordestinas.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

CHAVES, Temóteo. Reminiscências. Nova Russas, 1995.

Maria Acauã. Disponível em: >(Maria Acauã, por Edson Carlos Alves e Eugênio Pacelly Alves - Clube de Autores)<. Acesso em 17 de agosto de 2024.

Os Moreira Frota de Ipueiras. Disponível em: >(Frota Neto - Livro - Os Moreira Frota de Ipueiras)<. Acesso em 17 de agosto de 2024.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

7° Encontrão da família Capuxú no distrito Mulungu em Nova Russas

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O encontrão da família Capuxú para os descendentes de Maria Acauã da Serra dos Côcos se tornou tradição para a história da grande prole familiar. O evento acontece uma vez por ano e atrai familiares do Brasil e exterior, com um único objetivo em comum: reencontrar e conhecer parentes. O Encontrão se deu início após uma reflexão familiar, sabe aquelas grandes festas proporcionadas pelos pais ou avós? Com as mortes deles, estavam sendo esquecidas pelos descendentes. As oportunidades para reencontros estavam acontecendo quando algum familiar vinha a óbito. Sendo assim, em momentos importunos para risadas e brincadeiras.

Desse modo, os filhos do Francisco Chaga do Nascimento e Efigênia Maria do Nascimento se reuniram e começaram a fazer este Encontrão no distrito Mulungu, a 7 km do município Nova Russas, no estado do Ceará. 

Em seu 7° ano, o evento da família reuniu quase 200 pessoas de todas as gerações do ramo familiar Capuxú, da Serra dos Côcos ao Curtume e que atualmente compreende as localidades e municípios ao redor de Nova Fátima e Nova Russas.

 

O evento aconteceu no sábado, dia 27 de julho das 07:00h as 23:59h e se estendendo para o domingo dia 28 de julho até as 10:00h. A programação se procedeu da seguinte maneira:

27/07

07:00h - Café da manhã

09:00h - Gincana

11:00h - Tourada

12:00h - Almoço

13:30h - Torneio de baralho

15:00h - Desafios: é o tchan, bom de bola e sabe tudo

18:30h - Jantar

20:00h - Cerimonial

20:30h - Entrega das homenagens

21:00h - Fran Carvalho e Lenilson Teclas

22:30 - Concurso de dança

22:50h - Concurso Traje + Biito anos 80&90

28/07

07:00h - Café da manhã

09:00h - Entrega das premiações

10:00h - Encerramento

Os descendentes desta família atualmente estão localizados em grande maioria no DF e outros Estados federativos, mas é de Nova Fátima/CE e Ipueiras/CE que este clã Familiar se originou.

 

Saiba um pouco mais como tudo se procedeu historicamente:

A história da família Saturnino, que viveu principalmente nas aldeias de Mulungu, Água Boa e Lagoa Seca, próximas à Fazenda Curtume e que hoje é município de Nova Russas, no Ceará. O sobrenome Saturnino, muito significativo para os descendentes de Antônio Pedro de Araújo e Saturnina Maria da Conceição, tem origens que revelam uma rica tradição e práticas culturais que influenciaram sua formação. Podemos explicar a história desta família, desde suas raízes genealógicas até o surgimento e evolução do sobrenome Saturnino. Para entender a origem do apelido Saturnino, é preciso primeiro examinar a árvore genealógica dos Capuxú de Serra dos Cocos, que fornece uma visão profunda das origens dos ancestrais de Antônio Pedro de Araújo e Saturnina Maria da Conceição. Conforme evidenciado pelos estudos genealógicos publicados no site FamilySearch, os ancestrais da família Saturnino tinham nomes como Araújo, Gonçalves, Nascimento e Barros.  

A cultura de chamar as pessoas pelo nome ou apelido do cônjuge, prática comum em muitas regiões, teve papel crucial na criação do sobrenome Saturnino. Em muitos países, especialmente nas zonas rurais, é comum que os apelidos se desenvolvam de formas não convencionais, refletindo práticas sociais e culturais locais. Esta prática é um exemplo de como as tradições culturais moldam a forma como os adjetivos são criados e usados. 

O sobrenome Saturnino foi criado especificamente para refletir a cultura local e a tradição de se referir aos familiares pelo nome do cônjuge, como Antônio da Saturnina, Antônio Saturnino, etc. Isto aconteceu numa altura em que as práticas de nomeação eram mais flexíveis e adaptáveis ​​às necessidades sociais. A criação deste sobrenome nesta família específica pode ser vista como uma tentativa de criar uma identidade única para a família, diferenciando-a de outras famílias da região que possuíam sobrenome mais comum.

 

Não era pra ser encontrão da família Saturnino?

Nos primórdios quando demos início a esta confraternização familiar era nomeado como Encontrão da Família Nascimento e Saturnino, acontece que após estudo genealógico sobre a família Saturnino iniciado no ano de 2018 foi descoberto que se tratava de uma só família, ou seja, aqueles com sobrenome Nascimento, Saturnino, Carvalho, Gonçalves, Chaves, Souza, Marinho, Ibiapina, Pereira e outros mais também são descendentes dos patriarcas da família Capuxú Pedro José de Carvalho e Maria Madalena Chaves.

Neste ano de 2024 o evento foi intitulado de Encontrão da família Capuxú.

  


Texto de Eugênio Pacelly Alves




Referência bibliográfica:
Autoria do redator Eugênio Pacelly Alves