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quarta-feira, 9 de julho de 2025

Brasão da família Rêgo

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A heráldica (ou brasonaria) é a arte e a ciência dos brasões, seu estudo histórico e de significados no que tange à composição ou criação. Detendo-se no caráter artístico da heráldica, ao longo do seu desenvolvimento na Europa, da qual o Brasil herdou sua tradição através de Portugal, foram estabelecidas regras comuns (mas não leis) de composição de escudos heráldicos, onde sabemos, por exemplo que "não pode haver metal sobre metal". Lembrando que temos dois "metais" na heráldica: prata (cor branca) e ouro (cor amarela). Além dos esmaltes (azul, verde, vermelho etc.) e algumas exceções como o preto e "carnação" (tom de pele branca rosada).

Dito tudo isto, o brasão da Família Rêgo é um dos poucos exemplos onde esta regra é subvertida, havendo a sobreposição de ouro sobre prata. O brasão da Família Rêgo é descrito da seguinte forma: de verde, banda ondulada de prata carregada com três vieiras (conchas) de ouro.

Neste brasão percebemos a forte presença do verde, símbolo de fé, esperança e abundância. Neste campo verde "corre" um rio de prata com lindas conchas douradas. A prata significa pureza e o ouro, evidentemente, significa riqueza e nobreza. Dois elementos com profundos significados, mesmo contrariando a primeira regra. Perdoa-se este leve deslize, mas como arte que é, a heráldica deve prezar primeira mente pelo significado artístico.

A carga de conchas tem algo a mais que precisamos explicar: as conchas, conhecidas na heráldica como vieiras, nos remetem à São Tiago Maior, o Apóstolo, filho de Zebedeu. Essas conchas, se considerarmos esta figura com inspiração em São Tiago, evoca o significado de proteção e orientação divina.

Tiago foi originário da Galileia e era o descendente de Zebedeu e Salomé, conforme os textos sagrados. Ele era irmão de João Evangelista, e ambos exerciam a profissão de pescadores. Sempre aparece mencionado como um dos três primeiros apóstolos, junto a Pedro e André. 

Diante de tantos elementos que podemos apreciar neste brasão, é quase como se estivéssemos vendo uma paisagem riquíssima de natureza, fortuna e espiritualidade.


O que é iconografia?

O significado religioso e simbólico do brasão

É o estudo e a interpretação de imagens, símbolos e temas visuais, especialmente em obras de arte, com o objetivo de entender seus significados e contextos culturais, religiosos ou históricos. O termo deriva das palavras gregas "eikón" (imagem) e "graphía" (descrição). Na iconografia, o foco está em como as imagens e símbolos transmitem ideias, crenças ou histórias, e como eles são usados em diferentes culturas e períodos.

Esse estudo é amplamente aplicado em áreas como história da arte, arqueologia, estudos religiosos e história cultural, para decifrar e interpretar temas visuais complexos. Por exemplo, a iconografia cristã examina representações de santos, a crucificação de Cristo e outros símbolos religiosos, enquanto a iconografia clássica foca em temas da mitologia grega e romana.

A iconografia não apenas descreve o que está representado, mas também busca entender o que essas imagens significam dentro de seu contexto histórico, religioso ou social.

Os brasões são portadores de significados que ultrapassam a mera heráldica, incorporando profundas conotações ligadas à cultura e à história. Em particular, o brasão em análise possui um escudo adornado com uma faixa dourada e traz a inscrição "Ave Maria, Gratia Plena". Esta frase, que se origina do Evangelho de Lucas, representa a saudação de Isabel dirigida a Maria, elogiando-a pela graça divina de estar grávida do menino Jesus. 

A inclusão dessa frase no brasão enfatiza a intensa religiosidade cristã que ele visa expressar. A frase em latim, amplamente aceita na tradição católica, reforça a devoção a Maria e sublinha sua relevância como uma figura crucial na fé cristã. 

Além do conteúdo religioso, a tonalidade azul da inscrição também desempenha um papel simbólico importante. No contexto heráldico, o azul simboliza justiça, nobreza, persistência, cuidado e fidelidade. Essas características são comumente associadas a Maria, refletindo seu compromisso.

Dessa forma, o emblema vai além de ser apenas uma peça decorativa, representando uma crença e princípios. Seu detalhado design procura trazer à tona as qualidades de Maria e fortalecer a identidade religiosa de quem o possui. Esse fator transforma o emblema em um símbolo de intensa devoção e relevância histórica.

 

 

Texto adaptado por Lucas Nascimento de Morais



Referências bibliográficas:

 São Tiago Maior, primeiro apóstolo mártir. Disponível em: >(https://santo.cancaonova.com/santo/sao-tiago-maior-primeiro-apostolo-martir/)<. Acesso em 22 de setembro de 2024.

Heráldica familiar: conheça mais detalhes. Disponível em: >(Heráldica Familiar! Conheça mais detalhes! (nomesebrasoes.com.br))<. Acesso em 24 de setembro de 2024.

Brasões heráldicos. Disponível em: >(Reidarmas | Arte Heráldica em Formato Digital e Manual)<. Acesso em 25 de setembro de 2024.

Regras da boa heráldica. Disponível em: >(Regras da Boa Heráldica | Reidarmas)<. Acesso em 26 de setembro de 2024.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Lenda do Solar Ferreiro Torto

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O palacete conhecido como Solar do Ferreiro Torto localiza-se na cidade de Macaíba, no estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste do Brasil. Sua edificação ocorreu no século XVII, e o lugar era conhecido como engenho do Potengi, devido à proximidade do rio com o mesmo nome. De acordo com registros históricos, foi o segundo engenho de açúcar a ser erguido no Rio Grande do Norte.

Em 1845, o Coronel Estêvão José Barbosa de Moura adquiriu de herança o engenho Ferreiro Torto de seu sogro, o Joaquim José do Rego Barros, que era um coronel das hostes. Dois anos depois, o coronel Estêvão Moura desfez a antiga edificação de taipa deixada pelo sogro e construiu o atual palacete, baseado em um projeto quadrado de sua criação, que resultou em um casarão confortável e elegante, projetado no estilo colonial português em dois andares. Toda matéria prima utilizada na obra veio da Europa, complementadas por móveis de estilo manuelino português. Em cada canto da residência, foram colocadas pinhas decorativas feitas de cerâmica portuguesa, com faixas horizontais que se destacam na superfície.

IsabelCândida de Moura Chaves, filha de Estêvão e Maria Rosa, casou-se com Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves e recebeu o solar após a morte do pai. Foi nesse casarão que Isabel Cândida deu à luz o João Chaves. Em 1910, Suzana Teixeira de Moura herdou a propriedade Ferreiro Torto de seus tios, vendendo-a em 1914 ao comerciante Manuel Machado. A partir desse acontecimento, o solar passou a ser filiado à conhecida Viúva Machado, a dona Amélia Duarte Machado, que era viúva de Manuel Machado e possuía diversos imóveis em Natal.

Na década de 80, o solar foi restaurado para servir como sede do Governo Municipal, o que, infelizmente, alterou a estrutura original do edifício. Em 1994, o Ferreiro Torto foi tombado pela Fundação José Augusto, por abrigar importantes fragmentos da história de Macaíba.

O museu no Solar do Ferreiro Torto está localizado em Macaíba, a uma distância de 18 km de Natal. O nome Ferreiro Torto teve origem em um coqueiro muito alto e tortuoso que existia na entrada da fazenda, e quase debaixo dessa árvore, um ferreiro montou sua tenda e oferecia seus serviços aos tropeiros que passavam pela região e precisavam ajustar as ferraduras de seus animais.

De acordo com essa história, a filha do proprietário da plantação se enamora do escravo de seu pai e começa a se encontrar secretamente com ele. Durante um desses encontros, o pai, que é o dono do engenho, ao chegar na varanda da residência, avista a filha conversando com o escravo, fica extremamente furioso e dispara contra o jovem. Ao perceber a situação, a filha se coloca à frente do escravo, e o tiro a atinge, causando sua morte. O pai, tomado por um intenso ressentimento, ordena que o escravo seja enterrado vivo, de cabeça para baixo, na frente de sua casa. 

Caminhar à noite pelo Museu Solar Ferreiro Torto não é uma opção aconselhada. Moradores mais velhos da antiga Vila Coité declaram que, ao anoitecer, eventos estranhos acontecem por ali, especialmente na área do manguezal. Muitos residentes contam, com certeza, que já testemunharam diversas vezes uma luz que surgia e se movia entre a vegetação, justamente, atrás das ruínas da antiga Casa de Purgar do Engenho Potengi, erguida pelo Capitão Francisco Rodrigues Coelho. Ninguém consegue explicar com clareza a origem dessa luz. Alguns acreditam que ela possa ser de um lampião usado pelo espírito de um escravo que procura a botija enterrada pelo Coronel Estevão José Barbosa de Moura (o Senhor do Engenho). 

O Museu Solar Ferreiro Torto é repleto de histórias assombrosas. Muitos visitantes, principalmente os oriundos do município local, relatam ouvir gritos de dor e choros de desespero, além de barulhos de correntes arrastando-se pelo lugar, frequentemente provenientes da antiga Casa Grande e das proximidades das ruínas da Senzala. Dizem que se trata de espíritos de escravos que, insatisfeitos com os rigorosos castigos que recebiam do senhor do engenho, retornam para lamentar e aterrorizar, especialmente as pessoas de pele clara. 

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Solar Ferreiro Torto. Disponível em: >(https://patrimonioimateria.wixsite.com/patrimonioimaterial/solar-ferreiro-torto)<. Acesso em 19 de agosto de 2024.

Solar Ferreiro Torto é reconhecido como patrimônio histórico e cultural do RNDisponível em: >(https://macaiba.rn.gov.br/solar-ferreiro-torto-e-reconhecido-como-patrimonio-historico-e-cultural-do-rn/)<. Acesso em 21 de agosto de 2024.

Fazenda Solar Ferreiro TortoDisponível em: >(https://fazendasantigas.com/fazenda/detalhes/solar-ferreiro-torto-macaiba-rn)<. Acesso em 22 de agosto de 2024.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

Origem do sobrenome Fiúza e algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

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A família Fiuzas é uma linhagem de origem europeia que se estabeleceu no Brasil durante o século XVIII. Em 1732, um de seus integrantes, Francisco Fiuzas, partiu para o Brasil, onde fundou uma propriedade rural na cidade de São Paulo. Esse empreendimento prosperou, e a família Fiuzas se tornou uma das mais ricas e influentes do estado. Até hoje, seus membros continuam a residir no Brasil.

Conforme estudos realizados pelo falecido Sr. Antônio de Castro, um pernambucano que morava no Rio de Janeiro, todos os Fiúzas existentes no Brasil formam uma única família e descendem de um dos três irmãos: Ricardo, Felipe e Jacinto. Esses irmãos eram de origem portuguesa, mas nasceram na Holanda e mudaram-se para o Brasil com a frota de Maurício deNassau, em 1637, decidindo permanecer no país após a retirada dos invasores holandeses em 1654.

Felipe se estabeleceu no Ceará, e todos os Fiúzas cearenses, incluindo dona Madalena Fiúza Arrais, são seus descendentes. Ricardo ficou em Recife, onde criou uma confecção de tecidos; seus descendentes, em parte, seguiram na indústria têxtil. Alguns desses descendentes migraram para o sudeste, em Rio de Janeiro e São Paulo, onde adquiriram um pequeno engenho de açúcar.

Um quarto irmão, Daniel da Costa Fiúza, foi para as ilhas caribenhas de Barbados, onde se tornou o maior produtor de açúcar do mundo, dominando o mercado açucareiro global após vencer a concorrência dos exportadores brasileiros.

Um filho de Jacinto, também chamado Jacinto, mudou-se para Minas Gerais, fixando residência em Rica, embora suas atividades não sejam conhecidas. Seu filho, Jacinto Fiúza de Almeida, foi o responsável pela fundação do povoado de Pitangui, antes da criação da Vila, e iniciou o contrabando em larga escala de diamantes dos rios Indaiá e Abaeté. O historiador Augusto de Lima Júnior afirmou que a quantidade desses diamantes enriqueceu as principais potências marítimas do mundo e possibilitou à Inglaterra realizar sua Revolução Industrial, difundindo o industrialismo globalmente, que por sua vez gerou a Civilização moderna. Portanto, a civilização contemporânea seria, indiretamente, um resultado da riqueza proveniente dos rios Indaiá e Abaeté.

Um parente de Jacinto Fiúza, Nicolau Gonçalves Fiúza da Costa, foi o primeiro a descobrir diamantes em Morrinhos, na Tijuca (hoje conhecida como Diamantina), em 1713, mas acabou sendo assassinado por bandidos na área da atual Dores do Indaiá, possivelmente em 1722.

Os Fiúzas da região sul, que vivem no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, são em sua maioria descendentes dos Fiúzas que habitam a região de Santos.

O progenitor dos quatro irmãos, conhecido como “O Holandês”, era o judeu Ebenezer Fiúza da Costa, com raízes portuguesas. Na verdade, ele pertencia à família Costa Fiúza e possivelmente era tio ou irmão do renomado filósofo Uriel da Costa Fiúza, o mentor de Spinoza e pioneiro dos ideais modernos de liberdade, igualdade, fraternidade, justiça social e tolerância religiosa. Ebenezer Fiúza da Costa fugiu de Portugal devido à Inquisição Católica, e seus antepassados já haviam escapado da Espanha.

Os Fiúzas que vieram da Espanha eram originários da Itália, onde possuíam várias casas de penhor chamadas “Casas Fiúzas”, que eram consideradas confiáveis (do latim fidúcia). Influenciados pela fama do nome e das casas, que eram bastante reconhecidas, mudaram seu antigo nome Sírio Lahabim para Fiúza, que era mais fácil de pronunciar e lembrar.

Os Fiúzas de origem italiana tinham suas raízes na ilha grega de Naxos, onde ainda assinavam como Lahabim e atuavam como armadores de navios.

Esses Lahabim vieram de Jerusalém, após a cidade ter sido capturada e queimada pelo príncipe romano Tito. Em Jerusalém, eles eram conhecidos como Sírios e haviam se convertido ao Judaísmo. A origem mais remota desse grupo é na Galileia, ao sul da Síria e ao norte da Palestina. O clã dos Lahabim ainda existe atualmente, exercendo o comércio de camelos. Este grupo foi visitado em 1987 pelo Dr. Antônio Fiúza de Castro, que, no entanto, enfrentou dificuldades linguísticas e não conseguiu se comunicar adequadamente com eles.

Ele realizou uma extensa pesquisa genealógica sobre a família Fiúza em todo o Brasil, bem como nos Estados Unidos, Portugal, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Norte da África, Holanda, Alemanha, Polônia, Ilhas Gregas, Palestina, Líbano e Síria.


Com a intenção de ampliar as pesquisas sobre a disseminação de progenitores com sobrenome Fiúza na região Nordeste do Brasil, seguem mais alguns dados relevantes:

Bahia: João Muniz Fiúza, nascido em aproximadamente em 1830 e se casou com Joana Alberta de Menezes, ela sendo filha de José Pereira de Oliveira Costa e Maria do Nascimento de Telles Meneses. Desse matrimônio tiveram 16 filhos.

Sergipe: Tereza de Jesus Fiúza, nascida aproximadamente em 1725 e se casou com Domingos Barbosa Moreira, ela sendo filho de Francisco José Barbosa Fruão e Ana Maria de Jesus Benevides. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Alagoas: Domingos de Brito Fiúza, nascido aproximadamente em 1690 e se casou com Maria Barbosa. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Pernambuco: Leandra Maria da Conceição Fiúza, nascida aproximadamente em 1867 e se casou com Francisco de Paula Fiúza. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Paraíba: Augusto Joaquim Fiúzanascido aproximadamente em 1879 e se casou com Anízia Bezerra Machado, ela sendo filha de José Ferreira Machado e Cândida Bezerra. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Rio Grande do Norte: José Caminha Fiúza Lima, nascido em 1891 em Santa Cruz/RN e  se casou com Maria Marieta de Souza Bezerra de Menezes, ela sendo filha de José Pedro Bezerra e Ana Leocádia de Souza. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

Ceará: Zulmira Fiúza, nascida em 1856 em Icó/CE e se casou com Álvaro Leal de Miranda, ele sendo filho de Antônio Henriques de Miranda e Francisca Leal. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Piauí: Raimundo Nonato Magalhães Fiúza, se casou com Helena de Amorim Fiúza.Desse matrimônio tiveram 02 filhos.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

A origem da família Fiúza. Disponível em: >(A origem da família Fiúza (Post de Assis Viana Silva - Facebook))<. Acesso em 19 de agosto de 2024.

Sobrenome Fiúza: origem e significadoDisponível em: >(https://pt.geneanet.org/nomes-de-familia/FIUZA)<. Acesso em 21 de agosto de 2024.

Origem do sobrenome judeu FIÚZADisponível em: >(https://blogadrifiuza.wordpress.com/2011/03/08/origem-sobrenome-fiuza/)<. Acesso em 22 de agosto de 2024.

Etelvina Angélica dos SantosDisponível em: >(https://retratosdefamiliabh.blogspot.com/2012/12/etelvina-angelica-dos-santos-etelvina.html)<. Acesso em 22 de agosto de 2024.

Qual a história e origem do sobrenome Fiúza? Disponível em: >(https://nomessobrenomes.com/qual-a-historia-e-origem-do-sobrenome-e-familia-fiuza)<. Acesso em 24 de agosto de 2024.

O ouro das Gerais e a civilização das capitaniasDisponível em: >(O ouro das Gerais e a civilização das capitanias (João Dornas Filho))<. Acesso em 29 de agosto de 2024.

Domingos de Brito FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GHBN-9YK)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

Maria José de Brito FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/GHBN-L29)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

João Muniz FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/L2L6-1W8)<. Acesso em 25 de agosto de 2024.

Tereza de Jesus FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/L5KS-QJV)<. Acesso em 28 de agosto de 2024.

Leandra Maria da Conceição FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/K873-VXV)<. Acesso em 28 de agosto de 2024.

Augusto Joaquim Fiúza. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/G23M-3KG)<. Acesso em 28 de agosto de 2024.

José Caminha Fiúza LimaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/M242-Q47)<. Acesso em 29 de agosto de 2024.

Zulmira FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/G7JQ-837)<. Acesso em 29 de agosto de 2024.

Raimundo Nonato Magalhães FiúzaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/GG5L-19X)<. Acesso em 29 de agosto de 2024.

terça-feira, 24 de junho de 2025

Livro Maria Acauã completa 5 anos: relembrando o impacto de uma história familiar inesquecível

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No decorrer de sérios estudos genealógicos envolvendo várias proles familiares de uma mesma raiz, nos deparamos com muita história contada de pai para filhos e de avós para netos. Uma delas é sobre Maria Acauã e José Capuxú, os patriarcas do maior clã da Serra da Ibiapaba ao Curtume, a família Capuxú, que são aqueles progenitores com sobrenome Chaves e Carvalho.

Durante a empreitada genealógica com entrevistas a parentes, um dos autores da monta literária de nome Edson Carlos Alves notou a existência de pelo menos 07 teses sobre Maria Acauã, contadas pelos parentes: Apolônio José de Carvalho, Laurentina Gonçalves de Freitas, Luiz Gonçalves Neto, assim como rumores sobre o tema.

Em conversa com seu primo e autor da obra literária também, de nome Eugênio Pacelly Alves, preferiram iniciar pela tese 01, que Maria Madalena Chaves, sendo filho do Capitão-mor José de Araújo Chaves e da Luzia de Matos de Vasconcelos, se apaixonara pelo escravo de seus pais, o jovem Pedro José de Carvalho.

Naquela época onde reinava o coronelismo existia culturas que eram bastante praticadas e que atualmente não se pratica mais, como por exemplo:

Um(a) filho(a) não obedecia a escolha matrimonial dos pais e fugia para casar com outra pessoa que não era do agrado político, militar e social dos pais, este filho(a) era deserdado(a) de toda herança.

Assim, não foi diferente com Maria Acauã, pois seus pais tinham outros planos matrimoniais para ela, mesmo sendo uma jovem com 14 anos apenas. Maria Acauã fugiu com José Capuxú de Pernambuco e fixaram residência no Engenho dos Capuxús, atual distrito de Nova Fátima, pertencente ao município de Ipueiras/CE.

Logo, no inventário de Maria Madalena Chaves, a Maria Acauã, consta ela ser proprietária de muitas terras entre Croatá/CE e Ipaporanga/CE. Sendo assim, sabemos que eles existiram e uma grande descendência se originou nestas redondezas, tendo como fonte de pesquisa os registros de batismos, matrimônios e óbitos encontrados no FamilySearch que respaldam este estudo genealógico.

Já com relação a Maria Acauã ser filha do Capitão-mor José de Araújo Chaves e da dona Luiza de Matos Vasconcelos, são rumores ainda não comprovados documentalmente, ou seja, é uma tese. Da mesma maneira se vieram fugidos de Pernambuco para o Ceará, a mesma tese contada por parentes e narrada no livro Maria Acauã.

 

Sinopse do livro:

Não existe uma tese definitiva sobre Maria Madalena Chaves, conhecida popularmente como Maria Acauã. Em meados do século XVIII no interior do estado de Pernambuco, o capitão-mor José de Araújo Chaves e sua esposa Luzia de Matos Vasconcelos tiveram inúmeros filhos, mas uma especial destacou-se pelos seus feitos, a Maria Acauã.

Quando Maria Acauã atingiu quatorze anos, julgou-se plenamente capaz de realizar feitos como por exemplo casar-se. Se apaixonou por um dos escravos de seus pais, o Pedro José. Com a reprovação do romance por parte do capitão-mor e sua esposa Luzia pois os mesmos não queriam escravizar seu sangue real, proibiram Maria Acauã destacar-se da fazenda Araújo para as instalações onde ficavam os escravos.

Uma certa tarde Maria Acauã convidou Pedro José para fugirem a pé por dentro da mata e viverem este grande amor proibido.

 

Onde comprar o livro:

Aqui


Livros vendidos:

Mais de 200 exemplares vendidos desde o lançamento.


Descendência:

Maria Madalena Chaves, nascida aproximadamente em 1780 e se casou com Pedro José de Carvalho. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. São eles:

1. Ana Maria de Carvalho, se casou com Manoel Antônio de Oliveira, ele sendo filho de Antônio da Cruz de Oliveira e Rita Maria. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

2. Joaquim Pedro de Carvalho, se casou com Margarida Francisca de Carvalho, ela sendo filha de Vicente José de Carvalho e Francisca Maria de Oliveira. Desse matrimônio tiveram 10 filhos.

3. Manoela Maria de Carvalho, nascida em 1826 em Ipueiras/CE.

4. Florência Maria de Carvalho, nascida em 1831 em Crateús/CE.

5. Salviana Maria de Carvalho, nascida em 1832 em Tamboril/CE e se casou com Theodózio Bezerra Galvão, ele sendo filho de Joaquim de Barros Galvão e Francisca Maria da Rocha. Desse matrimônio tiveram 02 filhas. 

6. Ignácio José de Carvalho, nascido aproximadamente em 1836 e se casou com Anna Francisca de Barros, ela sendo filha de Joaquim de Barros Galvão e Francisca Maria da Rocha. Desse matrimônio tiveram 17 filhos. 

7. Anastácio José de Carvalho, nascido em 1837 em Tamboril/CE e se casou com Maria Francisca de Carvalho, ela sendo filha de Manoel Pinto de Carvalho e Carolina Maria de Carvalho. Desse matrimônio tiveram 15 filhos. 

8. José Pedro de Carvalho, nascido aproximadamente em 1840 e se casou com Ana Maria da Silva, ela sendo filha de José da Rocha Bezerra e Bernardina de Sena Leal. Desse matrimônio tiveram 07 filhos. 

 

Localizações no interior do Ceará:

Até os dias de hoje, ouvimos rumores de descendentes da Maria Acauã e José Capuxú em Ipueiras, Ipu, Guaraciaba do Norte, Croatá, Hidrolândia, Catunda, Ararendá, Ipaporanga, Crateús, Nova Russas e Tamboril, no estado do Ceará.



Texto de Eugênio Pacelly Alves




Referências bibliográficas:

Pedro José de Carvalho. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LC6L-9Q2)<. Acesso em 12 de janeiro de 2021.

Maria Madalena Chaves. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/9DHW-SL3)<. Acesso em 12 de janeiro de 2021.

Família Carvalho de Nova Russas. Disponível em: >(Família Carvalho de Nova Russas (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 08 de agosto de 2024.

Brasão da família Capuxú. Disponível em: >(Brasão da família Capuxú (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 24 de outubro de 2024.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Genealogia de Francisco José do Nascimento

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Francisco José do Nascimento, conhecido popularmente como Chico Saturnino, da família Saturnino em Nova Russas/CE, nascido em 1907 em Ipueiras/CE, filho de Antônio Pedro de Araújo e Saturnina Maria da Conceição. Casou-se com Maria Virgulina do Nascimento, ela sendo filha de Jorge José do Nascimento e Virgolina Gonçalves de Carvalho. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. São eles:

1. Auton Saturnino do Nascimento, nascido em 1929 em Nova Russas/CE e se casou com Luísa Josefa da Conceição, ela sendo filha de Paulo José de Carvalho e Josepha Saturnina da Conceição. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. São eles:

1.1. Maria das Graças Saturnino, nascida em 1953 em Ipueiras/CE, se casou e teve 02 filhos.

1.2. Josefa

1.3. Evanildo Saturnino, nascido em 1967 em Ipueiras/CE, se casou e teve 04 filhos.

1.4. Cleiton

1.5. Antônia

1.6. Benjamin

1.7. Maria de Fátima Saturnino, se casou com Antônio, ele sendo filho de Expedito Lira e Maria Ferreira. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. 

1.8. Lúcia

1.9. Medalha

1.10. Oscarina


2. Efigênia Maria do Nascimento, nascida em 1935 em Nova Russas/CE e se casou com Francisco Chaga do Nascimento, ele sendo filho de Antônio Alves do Nascimento e Maria Saturnina da Conceição. Desse matrimônio tiveram 11 filhos. São eles:

2.1. Natália

2.2. Lindalva

2.3. Francisco

2.4. Graça

2.5. Antônio

2.6. Sebastião

2.7. Nonato

2.8. Fátima

2.9. Antonino

2.10. Marcondes

2.11. Edilson


3. Francisco, nascido em 1940 em Nova Russas/CE.

4. Virgulina, nascida em 1946 em Nova Russas/CE.

5. Manuel, nascido em 1948 em Nova Russas/CE.

6. Cristino José do Nascimento, se casou com Raimunda Moura do Nascimento. Desse matrimônio tiveram 04 filhos. São eles:

6.1. Valdélia

6.2. José

6.3. Roma

6.4. Cleiton (1.4)


7. Lúcia

8. Luiz José do Nascimento

9. Natico

10. Raimundo, se casou com Socorro e teve 01 filho. É ele:

10.1. Rodrigo


Ancestralidade

Pais: Antônio Pedro de Araújo (1861) e Saturnina Maria da Conceição (1870)

Avós: Francisco Pedro de Araújo (1824), Martiniana Maria da Conceição (1837), João José do Nascimento e Josefa Maria de Barros (1838)

Bisavós: Vicente José do Nascimento (1810) e Alexandrina Maria da Conceição (1811)

 

Significado do sobrenome Nascimento 

O sobrenome Nascimento remonta a um significado espiritual relacionado ao nascimento de Jesus Cristo. Em Portugal, era costume que diversos pais escolhessem esse sobrenome para os filhos nascidos no dia de Natal, acreditando que isso lhes conferiria a proteção de Cristo e dos Santos, já que o nome celebrava o nascimento. Assim, várias famílias começaram a usar o sobrenome Nascimento, mesmo sem terem vínculos sanguíneos.


Francisco José

Chico Saturnino vivia apenas da agricultura na zona rural da Lagoa Seca ao Mulungu, atuais distritos do município de Nova Russas no Ceará. Naquela época, no século XIX, durante períodos de seca, era extremamente desafiador e incerto. A ausência de chuvas regulares resultava em fome, miséria, perda do plantio, morte dos animais e migração forçada, desestabilizando tanto as comunidades quanto a economia local. As secas eram fenômenos frequentes que impactavam diretamente no sustento familiar, na produção agrícola, na disponibilização de água e na saúde da população, culminando em mortes, enfermidades e disputas.

A prática agrícola no sertão cearense do século XIX era voltada para o cultivo de alimentos para subsistência, onde ainda era praticado o escambo, com ênfase no plantio de milho, mandioca, feijão e fabricação de lenha. A agricultura era sazonal e dependia das precipitações, tornando as comunidades suscetíveis aos períodos secos. Quando a seca se prolongava, a escassez de alimentos e água levava as famílias a se deslocar para regiões mais úmidas ou para a cidade, em busca de condições de vida superiores.

Em síntese, a existência no interior do Ceará no século XIX, centrada na agricultura e em meio às secas, era caracterizada pela incerteza, pobreza e uma luta incessante pela sobrevivência. As secas eram eventos cíclicos que desorganizaram a economia, a sociedade e a vida das pessoas, deixando um legado de sofrimento e desigualdade.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Família Nascimento: Origem e algumas genealogias no Nordeste do BrasilDisponível em: >(Família Nascimento: Origem e algumas genealogias no Nordeste do Brasil (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 01 de maio de 2025.

Francisco José do Nascimento. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/L16L-Y12)<. Acesso em 01 de maio de 2025.

quarta-feira, 18 de junho de 2025

Serra Talhada e o conflito entre os Pereiras e os Carvalhos: genealogia, poder e território no Sertão pernambucano

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Do final do século XIX até as primeiras três décadas do século XX, a região do Sertão do médio Pajeú, especialmente o município de Serra Talhada, conhecido como Vila Bela, tornou-se cenário de um conflito quase secular entre as famílias Pereira e Carvalho. A exibição de linhagens e emblemas em Vila Bela ajudou a moldar um processo de espacialização das relações de poder, onde os Pereiras representavam uma liderança rural e os Carvalhos, uma liderança urbana. Campo e cidade foram definidos como áreas de conquista e manutenção de domínio. O propósito deste estudo é examinar os conceitos teórico-metodológicos de poder e espacialização, assim como o território como uma categoria espacial essencial para entender o conflito entre as Famílias Pereira e Carvalho na antiga Vila Bela, hoje Serra Talhada, como um relato histórico de espacialização das relações de poder no Brasil do começo do século XX.

As vivências do presente são parte das respostas que emergem ao se questionar o passado. Dessa forma, surgem questões que geram uma série de problemas naturais para o historiador, que busca, no passado, as justificativas para diversos aspectos que formam o seu cotidiano.

No dia 03 de abril de 2014, o Diário de Pernambuco, um dos principais jornais do Estado, apresentava a seguinte manchete: “Faroeste moderno: Conflito familiar é a principal hipótese para a onda de homicídios em Serra Talhada” (Diário de Pernambuco, 03 de abril de 2014). A reportagem mostrava a situação dos homicídios que afetaram a cidade nos primeiros três meses de 2014. Durante esse período, a liderança policial de Pernambuco reportou um total de 18 homicídios no município, o que representou o segundo pior início de ano na história de Serra Talhada, fazendo com que a cidade continuasse a ser associada na mídia com a violência.

Foi na Serra Talhada que reproduziam eventos, por parte de seus criadores, discursos que se pretendiam sertanejos. Eram falas sobre posse, bravura, moralidade, vingança, ostentação de linhagens e emblemas, e especialmente de valorização do espírito de clãs. Esses discursos marcaram minha infância e adolescência, levando-me, na função de historiador, a procurar as razões para uma sociedade tão influenciada por esses elementos, que ajudaram a definir o estigma da valentia do sertanejo, do “cabra macho”, personificado em figuras como Senhor Pereira e Virgulino Ferreira da Silva (o Lampião), entre outros.

Numa tarde uma senhora recebeu a informação por telefone de que um de seus primos, de nome João Pereira de Carvalho, havia sido morto na residência de uma de suas tias.

Uma frase ouvida naquele momento chacoalhou profundamente, foi ela: Eu avisei! Eu avisei que Carvalho não deve se envolver em disputas de Pereira.

Analisando o passado, desenvolvendo essa cultura de maneira científica, a narrativa dos acontecimentos que integram a história do município e da sociedade de Serra Talhada, são muitos os exemplos de famílias que vivenciaram conflitos quase intermináveis no sertão; neste caso específico, referimo-nos a uma rivalidade entre os Pereiras e os Carvalhos, dois clãs que, desde o século XVIII, desempenham o papel de líderes na área do Pajeú, que se situa entre os estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba.

Os Carvalhos e os Pereiras, cada um desses grupos familiares, defendiam o que consideravam mais sagrado, como afirmavam, representado por seus nomes, seus brasões, sua honra, sua moral e, principalmente, sua linhagem. A noção de sangue, no sertão, adquiriu um significado mais amplo, justificando o apego desses homens às suas famílias. Além de seu sentido literal, a palavra sangue sugere hereditariedade, ficando ainda mais intensa quando se fazia o gesto de tocar as veias do braço ao se referir a irmãos, primos e pais. Desse modo, qualquer ato que ameaçasse a honra ou a moral de uma família alcançava dimensões imensuráveis, pois a ofensa não atingia apenas uma pessoa, mas alguém que compartilhava o mesmo sangue com seus parentes. Todos sentiam a responsabilidade de preservar o nome da família e buscar justiça.

Estudar o comportamento das pessoas dentro da sociedade, apenas do ponto de vista exterior, observando apenas os gestos e sinais, limitando-se ao que é visível e registrável, "é rejeitar toda uma faceta da realidade social que forma um conjunto de eventos tão autênticos e tangíveis quanto aqueles que podem ser percebidos externamente" (ROCHER, 1976, p. 30). Nesse contexto, a história se torna uma disciplina essencial para entender a estrutura social, pois "todo fenômeno social sempre acontece em um contexto histórico e, além disso, a história é sempre a história de sociedades" (VILA NOVA, 2009, p. 36).

A pesquisa científica sobre a sociedade exige mais do que a simples observação dos fenômenos sociais; ela requer, principalmente, a compreensão através da participação. Os eventos históricos mencionados neste artigo, junto com suas consequências na elaboração de uma análise das relações de poder, resultam da uma experiência direta em Serra Talhada. Não busquei a narrativa dos eventos relacionados ao conflito entre as famílias Pereiras e Carvalhos apenas pela observação dos fatos; sou um descendente direto delas e cresci imerso na intensidade dos laços familiares e sanguíneos, mas, em relação à pesquisa, não serei nem Pereira nem Carvalho, mas sim um pesquisador genealógico autônomo.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

ROCHER, Guy. Talcott Parsons e a sociologia americana. Trad. Olga Lopes da Cruz. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.

VILA NOVA, Sebastião. Introdução à Sociologia. – 6. ed. rev. e aum. – São Paulo: Atlas, 2009.

Pereiras x Carvalhos em seu devido lugar . Disponível em: >(https://lampiaoaceso.blogspot.com/2021/10/pereiras-x-carvalhos-em-seu-devido-lugar.html)<. Acesso em 16 de outubro de 2024.

Prenuncio de Uma Guerra Anunciada, Nasce Sinhô Pereira. Disponível em: >(https://cariricangaco.blogspot.com/2010/04/prenuncio-de-uma-guerra-anunciada-nasce.html)<. Acesso em 22 de outubro de 2024.

Brigas entre famílias no Brasil colônia duram até hoje. Disponível em: >(https://cariricangaco.blogspot.com/2016/11/brigas-entre-familias-no-brasil-colonia.html)<. Acesso em 29 de outubro de 2024.

terça-feira, 17 de junho de 2025

Encontrão da família Capuxú em sua 8ª edição em Nova Russas/CE

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O encontro da família Capuxú para os descendentes de Maria Acauã e José Capuxú da Serra dos Côcos virou uma tradição, ocorrendo anualmente e reunindo familiares do Brasil e do exterior, todos com um único propósito: reviver laços e conhecer parentes. O encontro começou após uma reflexão familiar; lembram-se das grandes celebrações organizadas pelos pais ou avós? Com as suas mortes, essas ocasiões estavam sendo esquecidas pelas novas gerações. As chances de reencontros surgiam quando algum parente falecia, resultando em momentos inapropriados para risadas e diversão.

Uma reunião familiar consiste em um encontro de parentes e pessoas queridas para comemorar os vínculos, reforçar relacionamentos e dividir momentos marcantes. Isso pode acontecer em diversas situações, como festas de aniversário, festividades ou simplesmente para socializar.

 

Significado do encontro familiar

Reforço das conexões:

Proporciona momentos de convivência e interação, permitindo que os integrantes da família se conheçam melhor e aprofundem suas relações.

 

Criação de experiências memoráveis:

As reuniões familiares produzem recordações que se tornarão importantes com o passar do tempo, reforçando a sensação de pertencimento e a identidade da família.

 

Transmissão de legados e costumes:

É um momento para compartilhar narrativas, tradições e princípios familiares, assegurando que eles persistam nas gerações futuras.

 

Saúde emocional:

Estar ao lado da família em momentos festivos e relaxantes favorece o bem-estar emocional de todos os participantes.

 

Troca de ideias e comunicação:

Encontros familiares podem facilitar diálogos significativos, resolução de desavenças e aprimoramento da comunicação entre os membros da família.


Programação

O evento ocorrerá no dia 26 e 27 de julho de 2025 no distrito Mulungu, pertencente ao município Nova Russas/CE, antiga fazenda Curtume.



Presença confirmada nesta edição

Descendentes de Antônio Pedro de Araújo e Saturnina Maria da Conceição, de Pedro Gonçalves de Carvalho e Maria Gonçalves de Carvalho, de Marcolino Bezerra do Nascimento e Maria Rosa do Nascimento, de Agostinho Alves Feitosa e Maria Alexandrina da Conceição, de Raimundo Ferreira Lima e Anna Maria da Conceição, de João de Sousa Lima e Luzia Bezerra do Nascimento, de Manoel Ricardo de Carvalho e Luzia Maria do Espírito Santo, de Manoel Saraiva do Nascimento e Maria Ana do Nascimento e Antônio de Sousa Marinho e Avelina de Sousa Marinho.



Personalidades familiares in memoriam que contribuíram com seu DNA na busca pelas origens familiares e suas ancestralidades

1. José Auton deCarvalho

Pais: Antônio Paulo de Carvalho (1929-2001) e Raimunda Gonçalves Pereira (1931-2009)

Avós paternos: Paulo José de Carvalho (1849-1932) e Josepha Saturnina da Conceição (1895-1957)

Avós maternos: Auleriano Gonçalves Pereira (1902-1977) e Joana Saturnina da Conceição (1902-1979)

Bisavós paternos: Geraldo Francisco de Carvalho (1829-1918) casado com Bernardina Francisca de Carvalho (-1918) e Antônio Pedro de Araújo (1861-1948) casado com Saturnina Maria da Conceição (1870-)

Bisavós maternos: Luiz Gonçalves Pereira (1878-1966) casado com Antônia Gonçalves de Carvalho (1880-1953) e Antônio Pedro de Araújo (1861-1948) casado com Saturnina Maria da Conceição (1870-)

Trisavós paternos: Gonçalo José de Carvalho (1788-1857) casado com Maria Madalena da Conceição, Leonardo de Oliveira Costa casado com Antônia Soares Gouveia, Francisco Pedro de Araújo (1824-1898) casado com Martiniana Maria da Conceição (1837-) e João José do Nascimento (-1895) casado com Josefa Maria de Barros (1838-1889)

Trisavós maternos: Manoel Gonçalves Pereira (-1900) casado com Thereza Gonçalves de Freitas (-1900) e Pedro Gonçalves de Carvalho (1854-1910) “padroeiro da Lagoa de São Pedro” casado com Maria Gonçalves de Carvalho (1857-1947), Francisco Pedro de Araújo (1824-1898) casado com Martiniana Maria da Conceição (1837-) e João José do Nascimento (-1895) casado com Josefa Maria de Barros (1838-1889).


2. Francisca das Chagas do Nascimento

Pais: Jorge José do Nascimento (1892-1974) e Virgolina Gonçalves de Carvalho (1892-1958)

Avós paternos: Antônio Pedro de Araújo (1861-1948) e Saturnina Maria da Conceição (1870-)

Avós maternos: Pedro Gonçalves de Carvalho (1854-1910) “padroeiro da Lagoa de São Pedro” e Maria Gonçalves de Carvalho (1857-1947)

Bisavós paternos: Francisco Pedro de Araújo (1824-1898) casado com Martiniana Maria da Conceição (1837-), João José do Nascimento (-1895) casado com Josefa Maria de Barros (1838-1889), Francisco Gonçalves de Carvalho casado com Tereza Maria da Conceição e João José do Nascimento (-1895) casado com Josefa Maria de Barros (1838-1889)

Bisavós maternos: 


3. Hozana Maria da Costa

Pais: Gonçalo José de Carvalho (1890-) e Maria Glória da Conceição (1886-1966)

Avós paternos: José Pedro de Carvalho (1867-) e Ana Ferreira de Sousa (1874-)

Avós maternos: Manuel Joaquim de Carvalho e Izabel Maria da Conceição

Bisavós paternos: Pedro José de Carvalho (1838-) casado com Pedrosa Maria da Conceição) e João Trenco Gomes (1842-) casado com Rita Ferreira de Souza (1846-).





Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Conectando gerações: o poder dos retratos de família na construção de autoestima e sucesso. Disponível em: >(https://www.marcelovalente.art.br/post/conectando-geracoes-o-poder-dos-retratos-de-familia-na-construcao-de-autoestima-e-sucesso)<. Acesso em 12 de dezembro de 2024.

Minha família: histórias que nos unem. Disponível em: >(https://www.churchofjesuschrist.org/topics/family-history/my-family-booklet?lang=por)<. Acesso em 16 de dezembro de 2024.

As gerações unem-se por meio de histórias pessoais e histórias de vidas. Disponível em: >(https://noticias-pt.aigrejadejesuscristo.org/artigo/geracoes-unem-se-historias-pessoais-e-historias-de-vida)<. Acesso em 21 de dezembro de 2024.