Oferecimento da empresa hardy design
O palacete
conhecido como Solar do Ferreiro Torto localiza-se na cidade de Macaíba, no
estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste do Brasil. Sua edificação
ocorreu no século XVII, e o lugar era conhecido como engenho do Potengi, devido
à proximidade do rio com o mesmo nome. De acordo com registros históricos, foi
o segundo engenho de açúcar a ser erguido no Rio Grande do Norte.
Em 1845,
o Coronel Estêvão José Barbosa de Moura adquiriu de herança o engenho Ferreiro
Torto de seu sogro, o Joaquim José do Rego Barros, que era um coronel das hostes.
Dois anos depois, o coronel Estêvão Moura desfez a antiga edificação de taipa
deixada pelo sogro e construiu o atual palacete, baseado em um projeto quadrado
de sua criação, que resultou em um casarão confortável e elegante, projetado no
estilo colonial português em dois andares. Toda matéria prima utilizada na obra
veio da Europa, complementadas por móveis de estilo manuelino português. Em
cada canto da residência, foram colocadas pinhas decorativas feitas de cerâmica
portuguesa, com faixas horizontais que se destacam na superfície.
IsabelCândida de Moura Chaves, filha de Estêvão e Maria Rosa, casou-se com Francisco
Clementino de Vasconcelos Chaves e recebeu o solar após a morte do pai. Foi
nesse casarão que Isabel Cândida deu à luz o João Chaves. Em 1910, Suzana
Teixeira de Moura herdou a propriedade Ferreiro Torto de seus tios, vendendo-a
em 1914 ao comerciante Manuel Machado. A partir desse acontecimento, o solar
passou a ser filiado à conhecida Viúva Machado, a dona Amélia Duarte Machado,
que era viúva de Manuel Machado e possuía diversos imóveis em Natal.
Na
década de 80, o solar foi restaurado para servir como sede do Governo Municipal,
o que, infelizmente, alterou a estrutura original do edifício. Em 1994, o
Ferreiro Torto foi tombado pela Fundação José Augusto, por abrigar importantes
fragmentos da história de Macaíba.
O
museu no Solar do Ferreiro Torto está localizado em Macaíba, a uma distância de
18 km de Natal. O nome Ferreiro Torto teve origem em um coqueiro muito alto e
tortuoso que existia na entrada da fazenda, e quase debaixo dessa árvore, um
ferreiro montou sua tenda e oferecia seus serviços aos tropeiros que passavam
pela região e precisavam ajustar as ferraduras de seus animais.
De
acordo com essa história, a filha do proprietário da plantação se enamora do
escravo de seu pai e começa a se encontrar secretamente com ele. Durante um
desses encontros, o pai, que é o dono do engenho, ao chegar na varanda da
residência, avista a filha conversando com o escravo, fica extremamente furioso
e dispara contra o jovem. Ao perceber a situação, a filha se coloca à frente do
escravo, e o tiro a atinge, causando sua morte. O pai, tomado por um intenso
ressentimento, ordena que o escravo seja enterrado vivo, de cabeça para baixo,
na frente de sua casa.
Caminhar
à noite pelo Museu Solar Ferreiro Torto não é uma opção aconselhada. Moradores
mais velhos da antiga Vila Coité declaram que, ao anoitecer, eventos estranhos
acontecem por ali, especialmente na área do manguezal. Muitos residentes
contam, com certeza, que já testemunharam diversas vezes uma luz que surgia e
se movia entre a vegetação, justamente, atrás das ruínas da antiga Casa de
Purgar do Engenho Potengi, erguida pelo Capitão Francisco Rodrigues Coelho.
Ninguém consegue explicar com clareza a origem dessa luz. Alguns acreditam que
ela possa ser de um lampião usado pelo espírito de um escravo que procura a
botija enterrada pelo Coronel Estevão José Barbosa de Moura (o Senhor do
Engenho).
O
Museu Solar Ferreiro Torto é repleto de histórias assombrosas. Muitos
visitantes, principalmente os oriundos do município local, relatam ouvir gritos
de dor e choros de desespero, além de barulhos de correntes arrastando-se pelo
lugar, frequentemente provenientes da antiga Casa Grande e das proximidades das
ruínas da Senzala. Dizem que se trata de espíritos de escravos que,
insatisfeitos com os rigorosos castigos que recebiam do senhor do engenho, retornam
para lamentar e aterrorizar, especialmente as pessoas de pele clara.
Texto de Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
Solar Ferreiro Torto. Disponível em: >(https://patrimonioimateria.wixsite.com/patrimonioimaterial/solar-ferreiro-torto)<. Acesso em 19 de agosto de 2024.
Solar Ferreiro Torto é reconhecido como patrimônio histórico e cultural do RN. Disponível em: >(https://macaiba.rn.gov.br/solar-ferreiro-torto-e-reconhecido-como-patrimonio-historico-e-cultural-do-rn/)<. Acesso em 21 de agosto de 2024.
Fazenda Solar Ferreiro Torto. Disponível em: >(https://fazendasantigas.com/fazenda/detalhes/solar-ferreiro-torto-macaiba-rn)<. Acesso em 22 de agosto de 2024.
Nenhum comentário:
Postar um comentário