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terça-feira, 1 de julho de 2025

Lenda do Solar Ferreiro Torto

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O palacete conhecido como Solar do Ferreiro Torto localiza-se na cidade de Macaíba, no estado do Rio Grande do Norte, na região Nordeste do Brasil. Sua edificação ocorreu no século XVII, e o lugar era conhecido como engenho do Potengi, devido à proximidade do rio com o mesmo nome. De acordo com registros históricos, foi o segundo engenho de açúcar a ser erguido no Rio Grande do Norte.

Em 1845, o Coronel Estêvão José Barbosa de Moura adquiriu de herança o engenho Ferreiro Torto de seu sogro, o Joaquim José do Rego Barros, que era um coronel das hostes. Dois anos depois, o coronel Estêvão Moura desfez a antiga edificação de taipa deixada pelo sogro e construiu o atual palacete, baseado em um projeto quadrado de sua criação, que resultou em um casarão confortável e elegante, projetado no estilo colonial português em dois andares. Toda matéria prima utilizada na obra veio da Europa, complementadas por móveis de estilo manuelino português. Em cada canto da residência, foram colocadas pinhas decorativas feitas de cerâmica portuguesa, com faixas horizontais que se destacam na superfície.

IsabelCândida de Moura Chaves, filha de Estêvão e Maria Rosa, casou-se com Francisco Clementino de Vasconcelos Chaves e recebeu o solar após a morte do pai. Foi nesse casarão que Isabel Cândida deu à luz o João Chaves. Em 1910, Suzana Teixeira de Moura herdou a propriedade Ferreiro Torto de seus tios, vendendo-a em 1914 ao comerciante Manuel Machado. A partir desse acontecimento, o solar passou a ser filiado à conhecida Viúva Machado, a dona Amélia Duarte Machado, que era viúva de Manuel Machado e possuía diversos imóveis em Natal.

Na década de 80, o solar foi restaurado para servir como sede do Governo Municipal, o que, infelizmente, alterou a estrutura original do edifício. Em 1994, o Ferreiro Torto foi tombado pela Fundação José Augusto, por abrigar importantes fragmentos da história de Macaíba.

O museu no Solar do Ferreiro Torto está localizado em Macaíba, a uma distância de 18 km de Natal. O nome Ferreiro Torto teve origem em um coqueiro muito alto e tortuoso que existia na entrada da fazenda, e quase debaixo dessa árvore, um ferreiro montou sua tenda e oferecia seus serviços aos tropeiros que passavam pela região e precisavam ajustar as ferraduras de seus animais.

De acordo com essa história, a filha do proprietário da plantação se enamora do escravo de seu pai e começa a se encontrar secretamente com ele. Durante um desses encontros, o pai, que é o dono do engenho, ao chegar na varanda da residência, avista a filha conversando com o escravo, fica extremamente furioso e dispara contra o jovem. Ao perceber a situação, a filha se coloca à frente do escravo, e o tiro a atinge, causando sua morte. O pai, tomado por um intenso ressentimento, ordena que o escravo seja enterrado vivo, de cabeça para baixo, na frente de sua casa. 

Caminhar à noite pelo Museu Solar Ferreiro Torto não é uma opção aconselhada. Moradores mais velhos da antiga Vila Coité declaram que, ao anoitecer, eventos estranhos acontecem por ali, especialmente na área do manguezal. Muitos residentes contam, com certeza, que já testemunharam diversas vezes uma luz que surgia e se movia entre a vegetação, justamente, atrás das ruínas da antiga Casa de Purgar do Engenho Potengi, erguida pelo Capitão Francisco Rodrigues Coelho. Ninguém consegue explicar com clareza a origem dessa luz. Alguns acreditam que ela possa ser de um lampião usado pelo espírito de um escravo que procura a botija enterrada pelo Coronel Estevão José Barbosa de Moura (o Senhor do Engenho). 

O Museu Solar Ferreiro Torto é repleto de histórias assombrosas. Muitos visitantes, principalmente os oriundos do município local, relatam ouvir gritos de dor e choros de desespero, além de barulhos de correntes arrastando-se pelo lugar, frequentemente provenientes da antiga Casa Grande e das proximidades das ruínas da Senzala. Dizem que se trata de espíritos de escravos que, insatisfeitos com os rigorosos castigos que recebiam do senhor do engenho, retornam para lamentar e aterrorizar, especialmente as pessoas de pele clara. 

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Solar Ferreiro Torto. Disponível em: >(https://patrimonioimateria.wixsite.com/patrimonioimaterial/solar-ferreiro-torto)<. Acesso em 19 de agosto de 2024.

Solar Ferreiro Torto é reconhecido como patrimônio histórico e cultural do RNDisponível em: >(https://macaiba.rn.gov.br/solar-ferreiro-torto-e-reconhecido-como-patrimonio-historico-e-cultural-do-rn/)<. Acesso em 21 de agosto de 2024.

Fazenda Solar Ferreiro TortoDisponível em: >(https://fazendasantigas.com/fazenda/detalhes/solar-ferreiro-torto-macaiba-rn)<. Acesso em 22 de agosto de 2024.

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