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terça-feira, 12 de agosto de 2025

Zumbi dos Palmares e o Brasil que resiste: A história que precisamos reconhecer

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Durante o período de escravidão no Brasil, indivíduos negros procuravam lugares isolados para se esconder e viver em liberdade. Esses lugares foram denominados quilombos. A perspectiva da escravidão promovida pela narrativa “oficial” continua a influenciar a consciência coletiva, resultando em uma falta de reconhecimento apropriado da resistência e das lutas da população negra por parte da sociedade. Apenas com a promulgação da Constituição Federal em 1988, a temática quilombola começou a ser incluída nas orientações das políticas públicas do Governo Federal, em grande parte devido à articulação de grupos sociais. Entre as demandas das comunidades remanescentes dos quilombos, destaca-se a busca por títulos de propriedade da terra.

Impactados pela histórica concentração de terras no Brasil, os quilombolas batalham por sua autonomia. Para esse grupo, a terra significa muito mais do que um local de cultivo. Ela representa identidade, cultura, bens materiais e imateriais, além de conexões sociais. Dessa forma, a concepção de terra está fortemente ligada ao quilombo.


Zumbi dos Palmares

(Edilásio Cavalcanti)

Zumbi dos Palmares nasceu no Quilombo do Palmares, provavelmente em torno de 1655. Ele era neto da princesa negra Aqualtune e sobrinho de Ganga Zumba e Gana Zona, líderes das mais importantes comunidades do quilombo, que era composto por várias aldeias.

Seu nome, Zumbi, foi escolhido para invocar o deus da guerra. De acordo com a lenda, Zumbi foi educado por um padre que lhe proporcionou certa formação, mas, ainda na juventude, retornou ao convívio de seu povo.

Durante o período colonial do Brasil, desde o ano de 1600, diversos escravos que escapavam das plantações de açúcar já se abrigavam na serra da Barriga, hoje parte do Estado de Alagoas. Entre 1602 e 1608, duas expedições lideradas por Bartolomeu Bezerra chegaram até a serra sem sucesso em encontrar os fugitivos.

Em 1630, o quilombo já havia se estabelecido. Naquela época, Pernambuco estava sob controle holandês, e o conflito fazia com que mais escravos buscassem abrigo em Palmares, já reconhecido por esse nome.

Entre 1644 e 1645, foram realizadas expedições holandesas com a intenção de acabar com o quilombo, mas não obtiveram sucesso. Em 1654, os holandeses foram banidos do Nordeste, e a crise econômica reduziu a demanda por trabalho escravo. Nessa época, Palmares se estendia como uma larga faixa no setor norte do baixo rio São Francisco, atualmente no Estado de Alagoas.

Zumbi dos Palmares cresceu livre no quilombo. Ele só conhecia a escravidão através das histórias aterrorizantes contadas pelos mais velhos, que falavam das mortes nos porões dos navios e da opressão nas casas de escravos. Ele se casou com a guerreira Dandara, com quem teve 03 filhos.

De um simples abrigo para escravos fugitivos, Palmares evoluiu para um núcleo de resistência contra o sistema escravista. Apesar do comércio próspero entre Palmares e os colonos locais, a tranquilidade era passageira. Os proprietários de terras não poderiam permitir que os quilombos incitassem a fuga de escravos.

Entre os anos de 1671 e 1674, foram organizadas duas expedições contra o quilombo, mas elas tiveram pouca eficácia. Em 1675, com a invasão liderada por Manuel Lopes, foi revelada a ampla região de Palmares, onde existiam mais de duas mil construções protegidas por estacas. Nas batalhas que se seguiram, Zumbi foi atingido por projéteis duas vezes, mas persistiu em sua luta. Sua fama e coragem começaram a se transformar em um mito.

Em 1677, Fernão Carrilho, que foi enviado pelo governador de Pernambuco, Pedro de Almeida, atacou a povoação de Aqualtune. Ganga Zumba e a maior parte de seu povo conseguiram escapar. Depois de uma sequência de triunfos, Carrilho fundou um assentamento na área central de Palmares.

Em 1678, Ganga Zumba enviou para Recife três de seus filhos juntamente com mais doze homens negros com um mensageiro do governador, buscando estabelecer um acordo de paz. Palmares alcançou o reconhecimento como vila, e Ganga Zumba se tornou o mestre-de-campo. Zumbi não aceita o tratado de paz criado por Ganga Zumba; para ele, a luta vai além da liberdade pessoal, incluindo a libertação dos que ainda estão escravizados. Recebeu a ajuda de diversas comunidades. Ganga Zumba perde influência, é envenenado, e Zumbi se torna o novo líder militar, enfrentando várias batalhas sangrentas.

Em 1691, o bandeirante Domingos Jorge Velho, liderando mais de mil homens, ataca o mocambo do Macaco, onde Zumbi liderava a resistência. Após vários confrontos, Zumbi foge para Porto Calvo. Em 1694, um novo ataque arrasa o quilombo. Sob o comando de Zumbi e fortificados na serra da Barriga, os quilombolas lutam até a morte.

Zumbi dos Palmares é preso em 20 de novembro de 1695, após ser traído por um prisioneiro que trocou sua liberdade pela dele; ele é decapitado e sua cabeça levada para Recife, onde, a mando do governador, é exposta publicamente.

Em tributo a Zumbi, o Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro.

  


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Quilombolas no Brasil. Disponível em: >(https://cpisp.org.br/direitosquilombolas/observatorio-terras-quilombolas/quilombolas-brasil/)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Quilombo. Disponível em: >(https://genealogiapratica.com.br/2022/08/22/quilombo/)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Zumbi dos Palmares Francisco. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/about/GQLV-5V4)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

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