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Para quem está começando, é fundamental compreender
que, apesar de o FamilySearch e MyHeritage juntamente com DNA de ancestralidade terem mais de 10 bilhões de
registros e de ser bastante provável que você encontre o que busca, nem todos
os documentos necessários estarão disponíveis na internet.
As pessoas frequentemente cometem um erro ao supor
que tudo que necessitam está acessível ao clicar em “pesquisar em todos os
registros”. Isso as leva a enganos; quando uma pesquisa retorna um registro que
parece ser o que procuram, muitos assumem que esse é o correto, sem saber que o
documento certo pode não estar indexado ou disponível online.
Se você está em busca da certidão de nascimento do
seu trisavô Estevão Alves Galvão por exemplo, que acredita ter nascido em Sobral/CE
em 1841, não pode simplesmente aceitar que a primeira certidão de nascimento
que encontrar com esse nome e data é a correta. Pode haver outros Estevão Alves
Galvão – talvez três ou até trinta! – nascidos na cidade de Sobral/CE naquele
ano. Quais detalhes específicos alinham-se com as informações que você já
confirmou sobre seu Estevão Alves Galvão e sugerem que um registro particular
deve ser adicionado à sua árvore genealógica? Existem informações sobre
filiação? Onde nasceram os pais? Quais os endereços? Qual é a data de
nascimento?
Em suma, você precisa indicar a origem das suas
informações e utilizar fontes respeitáveis. Qualquer pessoa que examine sua árvore
deve conseguir reproduzir sua pesquisa e achar as mesmas informações na mesma
fonte que você.
É essencial para iniciantes ter em mente que as
árvores de outros usuários não são necessariamente vistas como fontes
confiáveis. Novatos costumam ficar um pouco inseguros ao confirmar os Matches
em árvores de terceiros, além de deparar-se com alguns ignorantes, onde apagam
fontes de informações de sites, blogs e hemerotecas digitais. Pode ser que essa
pessoa já tenha realizado o trabalho preliminar de traçar alguns ramos
distantes de sua linhagem. Ao validar uma correspondência, todos esses novos
indivíduos serão automaticamente adicionados à sua árvore, o que pode ser
satisfatório. Entretanto, isso às vezes resulta na importação inconsciente de
muitos erros.
Lembre-se de que a qualidade das árvores reflete
seus criadores. Algumas podem ser valiosas para serem copiadas, enquanto outras
definitivamente não são. Analise quão precisas são as informações na árvore do
outro usuário. São bem fundamentadas? Fazem sentido? O criador tem uma ligação
legítima com a família em questão? Tome nota antes de adicionar esses dados à
sua árvore.
Neste ponto, você deve examinar as informações que
encontrou e fazer uma análise. Qual a qualidade das fontes que você possui?
Quão confiáveis são os dados que elas fornecem? Como essas informações foram
obtidas e de quem? Quais os próximos passos na pesquisa ou que conclusões você
alcançou?
Se você estiver utilizando dados extraídos de um
atestado de óbito, por exemplo, leve em consideração quem coletou essas
informações. Um cônjuge pode ser uma referência mais confiável para o nome dos
pais do parceiro falecido – alguém que ela realmente conheceu – do que um filho
que nasceu após a morte. Um atestado de óbito que foi elaborado por um agente
funerário tende a ter menos veracidade do que aquele que foi preenchido por um
membro da família. Adicionalmente, os dados contidos em uma certidão de óbito,
muitas vezes registrados sob pressão emocional por familiares enlutados,
normalmente apresentam uma menor probabilidade de serem precisos quando
comparados às informações de uma certidão de nascimento.
É um desafio, mas frequentemente encontramos dados
que não se alinham. Em um censo, pode-se afirmar que seu trisavô nasceu em
Granja/CE em 1845; no censo seguinte, a informação altera para Sobral/CE em 1841.
É necessário que você avalie as ações que tomou para determinar qual informação
pode ser mais correta – talvez uma quantidade de evidências que aponte para a
origem granjense dele, como um documento de naturalização que mostre um
endereço que você conseguiu verificar como sendo dele. Não é possível chegar a
uma conclusão confiável sem ter resolvido essas contradições.
Qual é o resultado de todas as informações que você
reuniu? Como você consolidou as provas até formar as conclusões a que chegou?
Genealogistas experientes conseguem juntar todos esses dados. Registrar seu
raciocínio é um passo que diminui a probabilidade de você estar apenas
reafirmando uma ideia preconcebida ou de não ter analisado todas as provas
minuciosamente.
Mesmo se você não for um genealogista experiente e
não tenha intenção de se tornar um, existe uma abordagem simples que pode ser
aplicada ao trabalhar em sua árvore genealógica: ao revisar registros, mantenha
um olhar crítico em relação a adições de informações que parecem inverossímeis
em sua árvore. As famílias, frequentemente, tendem a seguir padrões lógicos.
Sua árvore também deve refletir isso. É claro que algumas famílias podem ter
situações excepcionais, mas isso não é o comum.
Na ciência, existe um conceito conhecido como
Navalha de Occam que sugere que a explicação mais provável é aquela que é a
mais simples e menos complexa. Eu gosto de aplicar o que chamo de “Genealogia
da Navalha de Occam”: ao analisar as opções genealógicas, é fundamental lembrar
que frequentemente a solução mais simples é a correta. Isso implica que você
deve dar atenção à cronologia e à geografia básica, algo que normalmente não
deve ser complicado.
Após observar inúmeras árvores genealógicas ao
longo dos anos, aqui está: Crianças não podem vir ao mundo antes de seus pais.
Além disso, não é viável mudar-se para um novo país antes de ter nascido ou
participar das forças armadas após a morte. Eu sei, parece insano, não é?
Contudo, antes de incluir Ana Barros Galvão (que nasceu em 1788) e Luiz Barreto
Vieira (que nasceu em 1785) como progenitores de Estevão Alves Galvão (nascido
em 1841), faça uma pausa por um instante. Isso simplesmente não é factível. Da
mesma maneira, lembre-se das restrições impostas pela biologia humana.
Texto de Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
Como evitar erros comuns de genealogia. Disponível em: >(https://education.myheritage.com.br/article/how-to-avoid-common-genealogy-mistakes/)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.
Navalha de Occam: Entenda a origem do princípio filosófico que prega a simplicidade. Disponível em: >(Navalha de Occam: Entenda a origem do princípio filosófico que prega a simplicidade (Aventurasnahistória.com.br))<. Acesso em 01 de novembro de 2024.
Registros históricos: cuidado com os erros. Disponível em: >(https://blog.myheritage.com.br/dicas-e-sugestoes/registros-historicos-cuidado-com-os-erros/)<. Acesso em 04 de novembro de 2024.
