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quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Manoel Ferreira Nobre Junior: Onde nasceu o primeiro historiador do RN?

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Elevado à posição de primeiro historiador do Rio Grande do Norte, Manoel Ferreira Nobre Junior nasceu, presumivelmente, em 1824, na cidade de Natal. No entanto, os historiadores potiguares não concordam sobre o local e o ano de seu nascimento. Segundo o intelectual Raimundo Nonato, não se tem certeza sobre onde Manoel Ferreira Nobre Junior veio ao mundo. 

Embora Tavares de Lyra tenha declarado que ele nasceu em Natal, Raimundo Nonato sugere uma alternativa: a cidade de Ceará-Mirim. (NONATO, 1971) Quanto ao ano de nascimento, Tavares de Lyra afirma que o primeiro historiador do Rio Grande do Norte nasceu em 1824. Contudo, Luís da Câmara Cascudo e Enélio Lima Petrovich acreditam que foi em 1824 (LYRA, 1921; CASCUDO, 1963; PETROVICH, 1971). 

Em termos gerais, não existem muitas informações sobre sua infância e juventude, mas as investigações do desembargador Antônio Soares e de Luís da Câmara Cascudo, realizadas no final dos anos 40 e início dos 50, revelam alguns detalhes sobre sua vida. Manoel Ferreira Nobre Junior pertence a uma das famílias tradicionais do século XIX no Rio Grande do Norte: os Ferreira Nobre. Ele era o filho do Tenente Manoel Ferreira Nobre e de Inácia Joaquina de Almeida. (CASCUDO, 1963; NONATO, 1971) Não seguiu a profissão do pai e nem se aprofundou nos “estudos maiores” (CASCUDO, 1963). Consoante Augusto Tavares de Lyra, Manoel Ferreira Nobre se dedicou “com carinho” ao estudo da história e da geografia de sua região, mesmo sem “ter uma formação sistemática.” (LYRA, 1921, p.788) Assim como outros cidadãos potiguares do final do século XIX e do início do XX, Manoel Ferreira Nobre desempenhou simultaneamente papéis de político e intelectual. Ele navegou entre os dois partidos do Império, tanto o liberal quanto o conservador, ocupando cargos políticos de destaque na província.

Em relação ao grupo político, existem divergências entre Luís da Câmara Cascudo e Antônio Soares sobre a filiação partidária de Manoel Ferreira Nobre Junior. Enquanto o primeiro sustenta que ele era integrante do Partido Liberal, o segundo afirma que ele era “correligionário do Partido Conservador.”

A trajetória política de Manoel Ferreira foi marcada por sua atuação em diversos cargos administrativos na província, embora também tenha se aventurado no meio intelectual, contribuindo com alguns periódicos políticos e literários, conforme mencionado por Augusto Tavares de Lyra. (1921, p.789) Ele esteve próximo das principais figuras do poder, especialmente dos presidentes provinciais. Trabalhou para eles, acompanhando-os em suas viagens pelo interior do Rio Grande do Norte. No entanto, Manoel Ferreira Nobre Junior não recebeu o reconhecimento que merecia, principalmente de seus futuros conterrâneos, em relação aos cargos políticos e administrativos que exerceu. Muito menos foi lembrado por seu trabalho como advogado em diversas cidades da província. 

O aspecto biográfico mais relevante destacado pela intelectualidade norte-rio-grandense na segunda metade do século XX, especialmente por aqueles ligados ao Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN), foi o alegado pioneirismo na publicação da primeira história do Rio Grande do Norte. No livro denominado “História da história do Rio Grande do Norte no século XIX (2023)”, é possível realizar uma análise historiográfica sobre a Breve Notícia (1877) de Manoel Ferreira Nobre Junior, avaliando as condições que possibilitaram a obra, além dos modos como o autor utilizou as fontes e as narrativas que criou para o Rio Grande do Norte.




Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

CASCUDO, Luís da Câmara. Notícia sôbre Manoel Ferreira Nobre. In: Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte. Natal. Volume 55, 1963.

LYRA, Augusto Tavares de. História do Rio Grande do Norte. 1ª ed. Rio de Janeiro: Typografia Leuzinger, 1921.

Manoel Ferreira Nobre Junior. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LKTW-X92)<. Acesso em 11 de fevereiro de 2024.

NONATO, Raimundo. [Orelha do livro]. In: NOBRE, Manoel Ferreira. Breve notícia sobre a província do Rio Grande do Norte. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Pongetti. 1971.

PETROVICH, Enélio Lima. Apresentação. In: NOBRE, Manoel Ferreira. Breve notícia sobre a província do Rio Grande do Norte. 2ª ed. Rio de Janeiro: Pongetti. 1971. 

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Afinal, de onde vieram os Rêgo Leite?

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A narrativa da Família Rêgo Leite é há muitos anos um tema intrigante para genealogistas, estudiosos locais e descendentes do Rio Grande do Norte. Uma das histórias mais conhecidas se encontra no livro Família Rego Leite: de Portugal a Pau dos Ferros, que sugere uma trajetória direta entre a Europa e o município do Alto Oeste potiguar, quase como se fosse uma linha contínua sem desvios ou ramificações importantes. Contudo, documentos, depoimentos orais e novas pesquisas indicam que essa versão pode ser excessivamente simplista — e até mesmo incorreta em algumas colocações.

Neste artigo, iremos investigar provas que demonstram a presença documentada dos Rêgo Leite em Touros/RN antes do estabelecimento do ramo em Pau dos Ferros. O intuito não é desmerecer totalmente as pesquisas existentes, mas inspirar reflexão, estimular o debate e expandir a investigação sobre essa significativa família do Rio Grande do Norte.

A versão amplamente aceita sugere que os primeiros membros da família Rêgo Leite chegaram de Portugal diretamente ao interior do Rio Grande do Norte, estabelecendo-se em Pau dos Ferros e posteriormente ramificando-se para outras regiões a partir daí. Apesar de ser uma narrativa organizada e lógica, ela carece de evidências documentais concretas — especialmente no que se refere ao início, entre a chegada ao Brasil e o suposto pronto assentamento no sertão.

A falta de registros de batismos, casamentos ou falecimentos nesses primeiros anos em Pau dos Ferros levanta uma questão válida: a família realmente se instalou ali logo após deixar Portugal?

Documentos e testemunhos sugerem que Touros foi um ponto de passagem crucial — e possivelmente o primeiro ou um dos primeiros lares da família Rêgo Leite no Brasil. Sendo um município litorâneo, com uma forte atividade comercial e um grande fluxo de portugueses entre os séculos XVIII e XIX, Touros oferecia condições favoráveis para a recepção de novos imigrantes.

 

Algumas evidências que apoiam essa ideia:

 

1. Registros paroquiais antigos em Touros

Investigações em livros de registros religiosos mostram sobrenomes ligados ao tronco Rêgo Leite listados em Touros antes de qualquer documentação em Pau dos Ferros. Embora nem sempre apareçam com a ortografia exata "Rêgo Leite", é comum que as famílias portuguesas na época utilizassem variadas formas de sobrenome, especialmente em seus primeiros anos no Brasil.

 

2. Laços familiares com habitantes de Touros

Existem indícios de casamentos com famílias tradicionais daquela região litorânea, algo difícil de acontecer se a família tivesse se dirigido diretamente ao sertão, onde o círculo social era mais limitado nesse período.

 

3. Atividades comerciais típicas de novos imigrantes portugueses

Profissões relacionadas ao comércio marítimo, gestão local e pequenas propriedades no litoral aparecem associadas a possíveis membros da família. Essa movimentação inicial faz mais sentido no contexto de Touros do que em Pau dos Ferros, que ainda estava em processo de desenvolvimento.

A suposição de que Touros foi o primeiro núcleo da família Rêgo Leite no Rio Grande do Norte se alinha melhor aos padrões de migração da época. Os portugueses que acabavam de chegar frequentemente não eram direcionados imediatamente para regiões mais internas sem antes formarem laços, estabelecimentos comerciais ou conexões políticas na costa.

Touros funcionava como um ponto vital para a chegada de embarcações menores oriundas do Norte e da Europa. A Vila de Touros possuía conexões com Natal e outras áreas costeiras que recebiam imigrantes de maneira regular. Muitas famílias do sertão potiguar inicialmente se mudaram para a costa, firmaram-se lá, e posteriormente avançaram para o interior, onde havia mais terras disponíveis.

Existem registros mais consistentes da família apenas quando ela já está estabelecida no Alto Oeste, o que indica que essa fase representa uma segunda etapa, não o começo da presença dos Rêgo Leite no RN. Esse ponto de vista posiciona o ramo de Pau dos Ferros como proveniente de um núcleo anterior, possivelmente situado em Touros ou na região litorânea adjacente. Portanto, o livro mencionado pode ter abordado apenas a parte da trajetória que já estava consolidada no interior, ignorando a fase costeira anterior.

Reavaliar a história da Família Rêgo Leite não se trata apenas de um embate entre narrativas - é uma chance para enriquecer a discussão genealógica, preencher lacunas na história, promover investigações em arquivos paroquiais da costa e reconstruir de maneira mais precisa o caminho dos imigrantes portugueses no RN.

Ao trazer à tona a possibilidade de que Touros tenha sido o verdadeiro ponto de partida da família no Brasil, abrimos espaço para novas pesquisas, permitindo que descendentes e estudiosos construam uma narrativa mais abrangente e fundamentada em documentos paroquiais.



Texto de Patrício Holanda



Referências bibliográficas:

Joaquim Epaminondas de Souza RêgoDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/9JHV-8B3)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Livro digital: Fragmentos da família Rêgo Leite no RN de 1839 a 1939Disponível em: >(Livro digital: Fragmentos da Família Rêgo Leite no RN de 1839 a 1939 (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Manoel do Rêgo LeiteDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L7F4-R42)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Ruínas de Éfeso na Turquia

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Não há dados completos sobre as origens desta localidade. As lendas narram que Éfeso (também conhecida como Ephesos ou Ephesia) foi fundada por Androclos, filho de Krodos, que era o Rei de Atenas. Ele escapou de um ataque doriano à Grécia e descobriu um novo território para se estabelecer. Androclos se dirigiu ao Oráculo de Delfos, onde recebeu a orientação de que seria guiado por um javali e um peixe. Poucos dias depois, enquanto preparava um peixe, um javali oculto o assustou. O javali fugiu, e Androclos o seguiu e o matou, erguendo Éfeso no local onde abateu o animal. Deixando os mitos de lado, acredita-se que Iônios fundaram a cidade de Éfeso no século XI, sendo considerada uma das civilizações gregas mais antigas na região do Mar Egeu. Anos mais tarde, os romanos expandiram a cidade, que se tornou um importante centro romano na Ásia. Situada no final da Estrada Real, a principal rota de comunicação romana no Oriente, Éfeso servia como a fronteira ocidental do comércio. A cidade, erguida próxima ao rio Cayster, foi convertida em um porto estratégico voltado para o Mediterrâneo, tornando-se a principal doca da área e o porto mediterrâneo mais significativo para mercadorias originárias do Império Romano Ocidental, da Grécia e da Itália. Além disso, Éfeso era renomada como um importante centro religioso. Desde seus primeiros dias, a cidade se desenvolveu em torno do antigo templo dedicado a Ártemis, atualmente considerado uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. Antes do surgimento do Cristianismo, a cidade desempenhou um papel fundamental na propagação dessa crença. A visita de São Paulo fez da cidade um ponto chave para a expansão do cristianismo na Grécia e áreas vizinhas, elevando sua reputação cristã. Posteriormente, Éfeso se tornou local de cultos significativos, incluindo os da Virgem Maria e de São João.

Ao longo dos anos, a cidade passou a ser controlada por várias potências: os Romanos, os Jônios, os Lídios e também pelos Persas. Contudo, sempre conseguiu preservar sua autonomia com um governo independente. Éfeso atingiu seu pico de fama e riqueza entre os anos 1 e 4 d.C., durante o reinado de Augusto. Este foi uma das figuras mais proeminentes da antiga Éfeso, transformando a cidade em um ponto central da Nova Ásia. Com a economia se transformando e um porto congestionado e inadequado, a metrópole acabou se tornando uma lembrança, desaparecendo gradualmente com o tempo. Apesar disso, é uma das cidades do mundo antigo que se mantém em melhor estado. Ao adentrar pela entrada principal da cidade, o portão de Magnésia, você ficará impressionado com os belíssimos pontos turísticos. Ruas de mármore conduzem a templos esplêndidos, frescos nas Casas em Banda, fontes e pórticos. Caminhando pelas vias da cidade, pode-se visitar a estrutura de três andares da Biblioteca de Celso, o Odeon, o Templo de Adriano na Rua Curetes, a Fonte Trajano, além do Grande Teatro. Éfeso é um testemunho da grandeza de uma civilização antiga. Mesmo que somente cinco por cento da cidade tenha sido preservada, a sensação de que os tempos antigos se repetem ficará com você, levando a reflexões sobre as causas de seu surgimento e declínio. Segundo os historiadores, a população da cidade chegou a ultrapassar 250.000 habitantes, tornando-a uma das maiores e mais densamente povoadas durante a época de Antioquia e Roma.

A magnífica cidade de Éfeso era extremamente acessível e tinha um comércio ativo, com várias transações acontecendo. Essa foi a principal razão pela qual a cidade foi considerada a mais significativa da Nova Ásia. No entanto, o desenvolvimento do comércio e da indústria começou a declinar após um certo período.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Antiga cidade de ÉfesoDisponível em: >(https://ephesusbreeze.com/pt/efeso)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Ruínas de ÉfesoDisponível em: >(Ruínas de Éfeso - Selcuk (Tripadvisor))<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Descendentes do Capitão João Sotero dos Santos em Pedro II/PI até 1940

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Capitão João Sotero dos Santos, nascido aproximadamente em 1847, é filho dos piauienses Sotero Gomes dos Santos e Josefa Teixeira de Sousa. Casou-se com Anna Roza de Jesus, ela sendo filha de Domingos Alves Pereira e Raimunda Rodrigues de Andrade. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. São eles:

1. Thiago Sotero dos Santos, nascido em 1873 em Pedro II/PI e se casou com Theodora Maria do Espírito Santo, ela sendo filha do Capitão Laurentino Henrique da Silva e Cecília Maria do Espírito Santo. Desse matrimônio tiveram 01 filha. É ela:

1.1. Maria Cecília do Espírito Santo, nascida em 1906 em Itamarati/PI e se casou com Luís Simplício da Silva, ele sendo filho de Simplício Pereira da Silva e Galiana Maria da Conceição.


2. Sotero Gomes dos Santos Neto, nascido em 1882 em Pedro II/PI e se casou com Catharina Maria da Conceição, ela sendo filha de Vicente Alves Pereira e Filomena Pinheiro dos Santos. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

2.1. João Sotero dos Santos Neto, nascido em 1917 em Pedro II/PI e se casou com Filomena Gomes Campello, ela sendo filha de Francisco Xavier Campelo e Maria Gomes da Conceição. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

2.2. Raimundo Nonato dos Santos, nascido em 1918 em Pedro II/PI e se casou com Vicença Alves Ferreira, ela sendo filha de José Ferreira Martins e Alexandrina Alves Ferreira.

2.3. Antônia Catarina da Conceição, nascida aproximadamente em 1924 e se casou com Antônio José do Nascimento, ele sendo filho de Joaquim José do Nascimento e Barba Maria da Conceição.

2.4. Tiago Sotero dos Santos, nascido em 1926 em Pedro II/PI e se casou com Raimunda Alves dos Santos.

2.5. Maria Sotero dos Santos, nascida em 1927 em Pedro II/PI.


3. Francisco Sotero dos Santos, nascido em 1883 em Pedro II/PI.

4. Josepha Rosa de Jesus, nascida em 1888 em Pedro II/PI e se casou com Antônio José Vianna, ele sendo filho de José Ferreira Viana e Francisca da Silva Passos. Desse matrimônio tiveram 15 filhos. São eles:

4.1. Raymunda Alves de Jesus, nascida em 1907 em Pedro II/PI e se casou com Raimundo Alves Pereira, ele sendo filho de Pedro Luiz Pereira e Raimunda Rosa de Jesus. Desse matrimônio tiveram 09 filhos. São eles:

4.1.1. Pedro Alves Pereira, nascido aproximadamente em 1922.

4.1.2. José Alves Anchieta, nascido em 1924 em Pedro II/PI e se casou com Teresa Maria de Jesus, ela sendo filha de João Vicente e Jovita Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

4.1.3. Antônio Alves Viana, nascido aproximadamente em 1925 e se casou com Maria do Carmo dos Santos, ela sendo filha de Antônio Pereira dos Santos e Ana Sotero dos Santos. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

4.1.4. Domingos Alves Pereira, nascido aproximadamente em 1928 e se casou com Valmira Alves Ibiapina. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

4.1.5. Maria de Lourdes de Jesus, nascida aproximadamente em 1931.

4.1.6. Francisco Alves Pereira, nascido aproximadamente em 1932.

4.1.7. Maria Mercedes de Jesus, nascida em 1937 em Pedro II/PI.

4.1.8. Pedro Alves Viana, nascido em 1944 em Pedro II/PI.

4.1.9. Maria do Socorro Alves dos Santos


4.2. Maria Rosa de Jesus, nascida aproximadamente em 1909 e se casou com Francisco Viana de Oliveira.

4.3. Ana Rosa de Jesus, nascida aproximadamente em 1912 e se casou com Manoel Alves Cordeiro, ele sendo filho de João Alves Pereira e Maria Rosa de Jesus. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. São eles:

4.3.1. Areolino Alves Cordeiro, nascido em 1928 em Pedro II/PI.

4.3.2. Francisco de Assis Cordeiro, nascido em 1930.

4.3.3. José Alvacir Cordeiro, nascido em 1940.


4.4. Francisca Rosa de Jesus, nascida aproximadamente em 1912 e se casou com Raimundo Ferreira Martins, ele sendo filho de Antônio Ferreira Martins e Perpétua de Souza Penha.

4.5. Lourença  Rosa de Jesus, nascida em 1914 em Pedro II/PI.

4.6. Diolinda Rosa de Jesus, nascida em 1916 em Pedro II/PI e se casou com Antônio Alves Pereira.

4.7. Cecília Rosa de Jesus, nascida aproximadamente em 1917.

4.8. Maria Cecília de Jesus, nascida em 1917 em Pedro II/PI e se casou com João Matias de Sousa.

4.9. Gonçalo José Viana, nascido em 1919 em Pedro II/PI e se casou com Rosalina Alves de Sousa.

4.10. Cícero José Viana, nascido em 1924 em Pedro II/PI e se casou com Isabel Sotero Viana.

4.11. João José Viana, nascido em 1925 em Pedro II/PI.

4.12. Maria Madalena de Jesus, nascida em 1927 em Pedro II/PI.

4.13. Maria Carmélia de Jesus, nascida aproximadamente em 1929 e se casou com Adelino Cardoso de Siqueira, ele sendo filho de Manoel Cardoso dos Santos e Sebastiana de Souza e Silva. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

4.14. Maria das Mercês de Jesus, nascida em 1930 em Pedro II/PI e se casou com Abel Vieira de Carvalho.

4.15. Raimunda Rosa de Jesus, se casou com Raimundo Alves Pereira, ele sendo filho de Pedro Luis Pereira e Raimunda Rosa de Jesus. Desse matrimônio tiveram 01 filho.


5. Pedro Sotero dos Santos, nascido em 1889 em Pedro II/PI.

6. Antônio Sotero dos Santos, nascido em 1890 em Matões/PI.

7. Raymundo Sotero dos Santos, nascido em 1891 em Itamarati/PI.

8. Deolinda Sotero de Jesus

9. Maria Rosa de Jesus

10. Raimunda Rosa de Jesus



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Anna Roza de Jesus. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GSXJ-T7D)<. Acesso em 04 de novembro de 2024.

Capitão João Sotero dos Santos. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/K2J7-8N3)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

História de Pedro 2° - PI. Disponível em: >(https://deltarioparnaiba.com.br/pedro-ii-pi-historia-e-cultura-do-municipio/)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Origem do sobrenome Nova, Villa Nova e algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

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Compreender a origem dos sobrenomes é uma etapa fundamental para quem deseja construir uma árvore genealógica. Para aqueles que têm o sobrenome Nova, entender sua história pode desvendar conexões ancestrais interessantes. Neste artigo, vamos explorar a origem e a difusão desse sobrenome no Brasil, com foco especial na região Nordeste, além de oferecer conselhos práticos para quem quer aprofundar suas investigações genealógicas.

Inicialmente, de acordo com a plataforma Geneanet, a origem do sobrenome Nova pode estar relacionada a características toponímicas, possivelmente ligadas a locais chamados “Nova” em diversas partes da Europa, especialmente em Portugal e na Espanha.

Além disso, com frequência, sobrenomes relacionados a locais eram adotados por imigrantes que se mudavam para novas áreas, utilizando o nome de suas cidades ou vilas de origem como uma forma de identificação. Assim, é plausível que o sobrenome Nova tenha surgido entre indivíduos de Portugal e Espanha que se estabeleceram no Brasil entre os séculos XVI e XIX.

Durante o período colonial, e também nos séculos subsequentes, a região Nordeste do Brasil destacou-se como um dos principais destinos para imigrantes europeus. Muitas famílias que se fixaram nessa área mantiveram seus sobrenomes originais, transmitindo-os de geração em geração.

Já o sobrenome Villa Nova, que também pode ser escrito como Villanova, tem suas raízes no latim, onde sua tradução para o inglês é "new town". É provável que este sobrenome tenha surgido em diferentes áreas da Itália, Espanha e Portugal. Muitas vezes, os sobrenomes vêm de topônimos, refletindo o local de origem ou as posses de uma família. 

O nome Villa Nova representa a significativa história e o valor cultural que estão ligados a ele. Na Itália, é mais provável que a origem do sobrenome tenha vindo da localidade chamada Villanova, a qual pode ser encontrada em diversas partes do país. O termo Villanova vem das palavras latinas "villa", que se refere a uma cidade ou povoado, e "nova", que significa novo. Isso implica que Villanova era um estabelecimento que foi fundado recentemente ou renomeado. 

As famílias que tomaram o sobrenome Villa Nova podem ter sido moradoras dessa localidade ou possuído propriedades nas redondezas. Ao longo da história da Itália, é possível que o sobrenome Villa Nova tenha estado vinculado a famílias aristocráticas ou proprietários rurais que viviam em Villanova. Essa conexão provavelmente fazia com que essas famílias exercessem influência ou poder na comunidade local, reforçando ainda mais o simbolismo associado ao sobrenome. Também existe a possibilidade de que o sobrenome tenha sido disseminado para a Espanha e Portugal por meio de migrações ou conquistas. 

Durante a Idade Média, as relações comerciais e diplomáticas entre Itália, Espanha e Portugal eram fortes, resultando na troca de sobrenomes entre essas áreas. O nome Villa Nova pode ter sido levado para a Espanha e Portugal por comerciantes, figuras diplomáticas ou nobres italianos que viajaram ou se instalaram nessas nações. 

Na Espanha, o sobrenome Villa Nova pode ter sido escolhido por famílias que moravam em áreas ou vilas que carregavam nomes semelhantes. O sufixo "-ville" em toponímias espanholas normalmente indica uma cidade ou povoado, fazendo de Villa Nova um sobrenome apropriado para aqueles vinculados a esses lugares. 

Em Portugal, a designação Villa Nova também pode estar relacionada a famílias aristocráticas ou proprietários de terras que possuíam propriedades em regiões com nomes análogos. De modo geral, o sobrenome Villa Nova permanece como um emblema de herança, linha familiar e identidade cultural para clãs ao redor do mundo. Descendentes de italianos, espanhóis ou portugueses com esse sobrenome podem se orgulhar de sua ligação com uma história rica e famosa.


Algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

Oferecemos este breve ensaio genealógico da prole Nova em Pernambuco, tendo como ponto de partida, Manoel Hermenegildo de Villa Nova que em 1ª núpcia se casou com Guilhermina Maria de Freitas, ela sendo filha de Miguel das Freitas e Silva, assim como da Joaquina Senhorinha de Jesus. Desse matrimônio tiveram 10 filhos, onde herdaram os sobrenomes: Villa Nova, Freitas, Vasconcelos, Ramalho e de fé.

Manoel Hermenegildo em 2ª núpcia se casou com Ana Joaquina do Espírito Santo. Desse matrimônio tiveram 06 filhos, onde herdaram os sobrenomes: Villa Nova, Torres Galindo, Soledade e de fé.

Manoel Hermenegildo teve 60 netos que herdaram os sobrenomes: Torres Galindo, França, Santos, Bezerra da Silva, Vila Nova, Monteiro, Lima, Monteiro da Silva, Cunha, Freitas e de fé.

 

Com a intenção de ampliar as pesquisas sobre possíveis ascendentes estrangeiros com sobrenome Nova na região Nordeste do Brasil, seguem mais alguns dados relevantes:

Bahia: Novegildo Vila Nova, nascido aproximadamente em 1880 e se casou com Laura Nunes dos Santos.

Sergipe: Tenente Coronel Thomaz Cardoso Villa Nova, nascido aproximadamente em 1822 e em 1ª núpcia se casou com Luzia de Macedo Silveira, ela sendo filha de Joaquim José da Silveira e Maria de Macedo Costa. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. Em 2ª núpcia se casou com Glicéria Fontes Villa Nova, ela sendo filha do Coronel Antônio Martins Fontes e Maria Francisca da Costa Carvalho. Desse matrimônio tiveram 06 filhos. Em 3ª núpcia se casou com Otília Fontes Villa Nova, ela sendo filha do Coronel Antônio Martins Fontes e Maria Francisca da Costa Carvalho. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. 

Alagoas: Roza Fecunda Villa Nova, nascida aproximadamente em 1858 e se casou com José Francisco Ribeiro, ele sendo filho de Josepha Maria do Espírito Santo.

Pernambuco: José Florentino da Silva Villa Nova, nascido aproximadamente em 1850 e em 1ª núpcia se casou com Josefa Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 11 filhos. Em 2ª núpcia se casou com Maria Apollonia do Espírito Santo, ela sendo filha de João Francisco Florêncio e Francisca Thomasia Villa Nova. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

Paraíba: Manoel dos Santos Villa Nova Júnior, nascido aproximadamente em 1825 e se casou com Inocência Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 06 filhos.

Rio Grande do Norte: Manoel Thomas de Villa Nova, nascido aproximadamente em 1868 e se casou com Maria Honorata da Conceição, ela sendo filha de Salviano Alves de Hollanda e Honorata Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Ceará: Gerardo Telles Vila Nova, nascido em 1926 em Fortaleza/CE e se casou com Zuila Bezerra Vila Nova, ela sendo filha de Gaudioso Bezerra Lima e Maria de Araripe Sousa. 

Piauí: Ernestino Cândido Villanova, nascido aproximadamente em 1895 e se casou com Anna Maria Rodrigues, ela sendo filha de Rodrigo Coelho de Macedo e Brasilina Maria Rodrigues.

Maranhão: Antonieta Nova, nascida em 1889 e se casou com Simeão Pereira da Costa. Desse matrimônio tiveram 01 filho.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Ana Joaquina do Espírito SantoDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GMH5-LJ9)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Guilhermina Maria de FreitasDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LLSP-WN4)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Manoel Hermenegildo de Villa NovaDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LLSP-WD2)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Sobrenome NovaDisponível em: >(https://sobrenome.info/sobrenome-nova)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Sobrenome Villa NovaDisponível em: >(https://sobrenome.info/sobrenome-villa_nova)<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Caetano José Machado: Um encontro que mudou gerações

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Oferecimento da empresa Milena Marques Fotografia

(Texto compartilhado no dia 27 de outubro de 2025 por Susana Machado Félix)

Em 1906, o missionário Frederick Glass passou pela Vila São Sebastião do Allemão, conhecida hoje como Palmeiras de Goiás, e ficou na residência do meu bisavô materno, Caetano José Machado, que era coletor de impostos e já havia se convertido. Segundo anotações de antigos historiadores da cidade, "as reuniões eram tumultuadas por pedras lançadas no telhado; formavam-se procissões para perturbar o local do culto". Uma dessas procissões foi "sustentada com paus" pelo Caetano José, bisavô de Susana Machado Félix.

Surpreendentemente, Caetano José foi o primeiro a se tornar membro da maçonaria em Palmeira de Goiás, em março de 1892, junto com um sobrinho da Prudenciana Justina Machado. Ela se converteu aos 13 anos, ouvindo os cultos da Igreja Cristã Evangélica que eram realizados nas casas vizinhas. Foi nesse período que fez um pacto com Deus, prometendo servir com lealdade para abençoar sua família até a quarta geração. Ela abandonou o sobrenome Goulart, que era herdado de seu pai, por não querer retornar às suas raízes católicas, como desejava seu pai.

Palmeiras de Goiás era uma cidade marcada por intensas diferenças religiosas. A divisão era evidente, até mesmo os cemitérios dos protestantes e católicos eram separados. A história do Caetano José está registrada em um livro cuja primeira edição se perdeu no lançamento, restando apenas o rascunho que uma familiar repassou.

Caetano José Machado nasceu em Água Branca, Alagoas, em 1870, filho de Antônio Ignácio Machado e Antônia Maria Machado. Até o presente estudo genealógico, a família não sabe informar se o bisavô de Susana tinha irmãos, pois durante entrevistas a parentes, os tios avós nunca comentaram sobre isso. 

Ele se casou por procuração por volta de 1890 e já estava em Goiás. Eles tiveram 16 filhos. Caetano faleceu 45 dias depois da bisavó de Susana, em 23 de outubro de 1955, em Goiânia.


Água Branca/AL

Até o meio do século XVIII, a área conhecida como Água Branca estava sob a jurisdição da sesmaria de Paulo Afonso, situada na Província de Alagoas, que na época era chamada de Mata Grande. Este território era pertencente a Paulo Viveiros Afonso, um sertanista que recebeu, por meio de um Alvará Real datado de 03 de outubro de 1725, uma vasta extensão de terrenos que hoje compõem os municípios de Mata Grande, Piranhas, Delmiro Gouveia, Olho D’água do Casado, Pariconha, Inhapi e Canapi. 

A fundação do local deve-se a três irmãos portugueses da família Vieira Sandes: Faustino, José e João, que eram originários do Arquipélago dos Açores, em Portugal. Eles deixaram a localidade de Vale de Itiúba, situada às margens do rio São Francisco e atualmente parte do Município de Porto Real do Colégio (AL), além de Boacica, que hoje é parte do Município de Igreja Nova (AL), e se dirigiram para o sertão alagoano com a intenção de desenvolver a área por meio de fazendas, criação de gado e a construção de vilas. Ao chegarem à sesmaria de Paulo Afonso, fundaram uma nova povoação. Para distingui-la de Mata Grande, a nova localidade recebeu o nome de Mata Pequena, Matinha de Água Branca ou Mata de Água Branca. 

O nome Água Branca surgiu por causa de várias fontes naturais com água clara e límpida que existem na região. O primeiro desbravador da cidade de Água Branca foi Faustino Vieira Sandes, capitão da Guarda Nacional Imperial. Este imigrante português nasceu em 1680 e faleceu em 1760, aos 80 anos. Teve três crianças: João Vieira Sandes (nome que também pertenceu a um irmão), Faustino Vieira Sandes (compartilhando o mesmo nome que o pai) e José Vieira Sandes (nome herdado de um irmão). Naquela época, era comum entre as famílias a repetição de nomes como forma de preservar a linhagem e a ascendência nas gerações futuras. Além das boas pastagens que a região da caatinga proporcionava, a riqueza das áreas montanhosas atraiu muitos investidores, e as propriedades na sesmaria foram vendidas em um leilão em 1769 na cidade de Recife (PE), adquirido pelo capitão Faustino Vieira Sandes (filho), que já ocupava a terra por meio de arrendamento. Com o passar dos anos, o comércio local se expandiu, desenvolvendo-se com a criação de gado, a produção de açúcar, algodão e com grandes feiras que comercializavam gado, peles e iguarias, estimulando a economia e o progresso da área. Esses atrativos conseguiram levar outros fazendeiros de diversos estados brasileiros a visitar e, em alguns casos, se estabelecer na localidade.

No início da colonização, a família Vieira Sandes se estabeleceu nas planícies da caatinga no sertão visando à criação de gado, desbravando propriedades como Matinha, Boqueirão, Cobra, São Bento, Paraíso e Pedra. Gradualmente, eles se expandiram para as áreas mais altas da região, erguendo a Vila de Água Branca no centro dos vales montanhosos que cercam a Serra da Charneca, a Serra do Mulungu Central, a Serra da Tatajuba, a Serra dos Gonçalves, a Serra do Canto, a Serra do Paraíso, a Serra do Mulungu e a Serra do Paraíso no lado oposto. A cidade de Água Branca e suas características geográficas são definidas por quatro vales distintos.

Em 1770, o Major Francisco Casado de Melo construiu a primeira igreja situada em uma área central entre três núcleos populacionais: Várzea do Pico, Olaria e Boqueirão. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário foi o principal local de culto na região até o surgimento da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. No início do século XIX, as famílias Teodósio, Vieira, Viana e Félix iniciaram a ocupação de Pariconha, dedicando-se à agricultura, criação de gado e principalmente à criação de pequenos animais. Segundo a tradição local, um ouricurizeiro que produzia frutos com duas conhas, como eram chamadas as polpas, inspirou o nome da cidade, que inicialmente era ‘Par-de-Conha’ e posteriormente foi abreviado para Pariconha. Instalados em uma área chamada “Povoado Caraibeiras dos Teodósios”, às margens do Rio Moxotó, a família Teodósios ainda tem seus descendentes por lá. O restante das famílias pioneiras na colonização da área se estabeleceu onde atualmente está localizado o centro do município. Anos após a chegada desses primeiros colonizadores, um grupo da tribo indígena Jaripancós, oriundos do Município de Tacaratú (PE), especificamente de uma região conhecida como “Brejo dos Padres”, formou uma aldeia na Serra do Ouricuri, nas proximidades da nova povoação.

A história documenta a significativa visita do Imperador Dom Pedro II, que esteve acompanhado de uma delegação e da Imperatriz Thereza Cristina, à Cachoeira de Paulo Afonso, ocorrida em 20 de outubro de 1859. Este evento é lembrado por meio de um marco em bronze que foi colocado nas proximidades da Usina Angiquinho. No seu Diário de Viagem, Dom Pedro II menciona que percorreu as áreas do Baixo do São Francisco, destacando Água Branca. O Major Calaça, que era natural de Penedo, se mudou para Água Branca para se dedicar ao comércio e à pecuária. Com um extenso conhecimento da área, o Major Calaça atuou como guia para o imperador. As informações que o Major compartilhou sobre a vegetação e a vida animal da região impressionaram bastante Dom Pedro. No seu Diário, Dom Pedro II escreveu:

"Já me preparava, tendo acordado antes das 04:00h, e às 04 horas e 37 minutos partimos dos Olhos d’Água em direção ao Talhado, uma fazenda que cultiva alimentos e cria gado, chamada por aqui, Major Calaça, que parece ter grande interesse por agricultura, possuindo em Água Branca, a 06 léguas do Talhado, um sítio repleto de várias frutas, entre elas uma banana que eu não conhecia, chamada dente-de-porco. As atas, ou pinhas, não estão frutificando neste momento, assim como ocorre com o umbuzeiro do qual o Calaça me mostrou um exemplar durante o trajeto e que é abundante por aqui, especialmente na mata de Água Branca. As atas, ou pinhas, não apresentam fruto agora, da mesma forma que o umbuzeiro, cuja planta o Calaça me mostrou no percurso e que é uma espécie comum nessa região, em especial na Mata de Água Branca."



Texto de Patrício Holanda



Referências bibliográficas:

A história de Água BrancaDisponível em: >(https://www.aguabranca.al.gov.br/a-historia/)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Caetano José MachadoDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GXP7-BQ8)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.

Frederick Charles GlassDisponível em: >(Frederick Charles Glass (GuardaChuva Educação))<. Acesso em 29 de outubro de 2025.

Prudenciana Justina de JesusDisponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GXPQ-LKQ)<. Acesso em 27 de outubro de 2025.