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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Lucrécia: A menina indígena que virou nobre

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Na busca pelos indígenas, realizada pelos portugueses, estes encontraram índios da família Tabajara, que ocupavam as áreas do Planalto da Ibiapaba e dos Sertões do Jaibára. Nessa região do Jaibára, os portugueses descobriram uma mulher nativa acompanhada de uma menina de cerca de quatro anos. Quando viu os portugueses, a índia tentou escapar, subindo rapidamente a serra com sua filha pequena. Contudo, a fuga não foi bem-sucedida, e a pobre mulher foi capturada pelos portugueses na “quebrada da serra”, hoje chamada de Santos Cosmo ou Parada do Quatro. Ao ser dominada por seus capturadores, a mulher não resistiu e faleceu durante a noite. 

A menina foi mantida sob os cuidados dos portugueses, que a levaram para Portugal, onde foi apresentada à família real, que a adotou e civilizou. Como a criança não possuía nome, foi levada para o batismo e recebeu o nome de Lucrécia. Ao atingir a idade adulta, os governantes decidiram enviá-la de volta à sua terra natal: Brasil – Ceará, Graça. Lucrécia buscou o local onde sua mãe havia falecido, acompanhada de seu esposo Belchior Correia de Carvalho, também natural de Portugal, e construiu um cemitério em homenagem a ela. O casal, Belchior e Lucrécia, formou a mais importante e distinta família da nossa região. Lucrécia se tornou a primeira mulher civilizada da Graça.


Descendência

Se casou com o português Belchior Correia de Carvalho, ele sendo filho dos portugueses João Correia e Maria Fernandes. Desse matrimônio tiveram 09 filhos. São eles:

1. Belchior Correa de Carvalho Filho, nascido aproximadamente em 1710 e se casou em 1ª núpcia com Ana Angélica da Silva Mendonça, ela sendo filha de Pedro de Mendonça e Lourença da Costa. Desse matrimônio tiveram 01 filho. É ele:

1.1. Manuel Machado Coelho

Belchior em 2ª núpcia com Anna Maria da Conceição, ela sendo filha de Pedro de Mendonça e Lourença da Costa. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

1.2. Francisco Correa de Carvalho

1.3. Melchior

1.4. Izabel Correia

1.5. Maria Correa

1.6. Pedro Correa de Mendonça


2. Quitéria Correia de Carvalho, nascida aproximadamente em 1720 e em 1ª núpcia se casou com o Capitão Manoel Ferreira Torres, ele sendo filho dos portugueses João Carvalho Torres e Maria Ferreira. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

2.1. Capitão Félix Ferreira Torres

2.2. Manoel Ferreira Torres

2.3. Ana Ferreira Torres

2.4. Angélica Ferreira Torres

2.5. João Ferreira Torres

Quitéria em 2ª núpcia se casou com Manuel Ferreira Ferraz. Desse matrimônio tiveram 01 filho. É ele:

2.6. João Ferreira Ferraz


3. Francisca Correia de Carvalho, nascida aproximadamente em 1720 e em 1ª núpcia se casou com Domingos Gonsalves Lemos, ele sendo filho dos portugueses Domingos Gonçalves de Azevedo e Maria Lopes. Desse matrimônio tiveram 09 filhos. São eles:

3.1. Vicência Lopes

3.2. Anna Gonçalves

3.3. João Gonçalves Lemos

3.4. Albina Gonsalves

3.5. Angélica Correia Gonçalves

3.6. Belchior Lopes de Azevedo

3.7. Joana Gonçalves de Azevedo

3.8. Luís Lopes

3.9. Maria Lopes de Azevedo

Francisca em 2ª núpcia se casou com Manuel Correa Lourenço, ele sendo filho de Tomás Correa e Maria Francisca. Desse matrimônio tiveram 02 filhas. São elas:

3.10. Angélica Correia Lourenço

3.11. Francisca Correia Lourenço


4. Nathalia Correia de Carvalho, nascida aproximadamente em 1732.

5. Francisco Correia de Carvalho, nascido aproximadamente em 1732 em Sobral/CE e se casou com Ignácia Gonçalves Pereira, ela sendo filha do português Manuel Gonçalves de Araújo e Antônia Correia de Carvalho. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

5.1. Joanna Correa de Carvalho

5.2. Maria

5.3. Francisco Correia de Araújo

5.4. Francisca Correia de Carvalho

5.5. José Fellis de Carvalho


6. Maria Correia de Carvalho, nascida aproximadamente em 1733.

7. Joanna Correia de Carvalho, nascida aproximadamente em 1745.

8. Paula Correia de Carvalho, se casou com o Capitão José Craveiro Ferraz, ele sendo filho do português Luís Craveiro Ferraz e Thereza Caetana Craveiro. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. São eles:

8.1. Thereza Craveiro Ferraz

8.2. José Craveiro Ferraz Júnior

8.3. Maria Magdalena Craveiro

8.4. Joaquim Craveiro Ferraz

8.5. Belchior Craveiro Ferraz

8.6. Eugênia Craveiro Ferraz

8.7. Ana Joaquina Craveiro

8.8. Joaquina Craveiro Ferraz


9. Antônia Correia de Carvalho, se casou com o português Manuel Gonçalves de Araújo, ele sendo filho dos portugueses Estevam Gonçalves e Anna Lourença. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. São eles:

9.1. Maria Gonsalves

9.2. Ignácia Gonçalves Pereira

9.3. Manoel Gonçalves Pereira

9.4. Belchior Gonçalves Pereira

9.5. Josefa Gonçalves 

9.6. Luís Gonçalves Pereira

9.7. Joana Maria Gonçalves

9.8. Nataria Gonsalves



Texto de Patrício Holanda



Referências bibliográficas:

Belchior Correia de Carvalho. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GZ8Q-RDG)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Lucrécia, a índia que possuía 30 léguas de terras no Ceará. Disponível em: >(https://blogdoinhare.blogspot.com/2014/02/lucrecia-india-que-possuia-30-leguas-de.html)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Lucrécia da Silva. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LC1S-L71)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Origem do sobrenome Luna e algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

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Sobrenome de origem geográfica espanhol, vindo da localidade de Luna, que era conhecida anteriormente como Galicollis, situada na província de Saragoça, na região de Aragão, na Espanha. Também existem lugares com esse nome em Álava, Albacete e Leão. O nome Luna era utilizado para designar uma cidade na antiga Etrúria, que corresponde à atual Itália.

Esse sobrenome também é encontrado entre a população italiana. A etimologia deriva do latim luna, que significa “lua”, e além de sua conotação geográfica, pode servir como um nome apelativo, referindo-se a alguém que possui um rosto “redondo como a lua”.

O primeiro registro conhecido é de Dom Bacala de Luna, que era de Navarra e povoou a vila de Luna, em Aragão. O rei de Aragão, Dom Sancho Ramires (1043-94), conferiu-lhe o título de conde de Luna no ano de 1093. Ele foi um dos cavaleiros mais influentes e abastados de sua época, conquistando Fahaste dos mouros, além de participar da batalha de Alcoraz, em 1096. Faleceu aproximadamente em 1115. O sobrenome Luna chegou a Portugal durante os séculos 15 e 16, notadamente através de Dom Rodrigo de Luna, que se casou com dona Mécia Fernandes Soares de Albergaria em Viana do Castelo.

Da Península Ibérica, essa linhagem se espalhou pelo Brasil, onde há registros que remontam ao menos ao século 17, incluindo famílias de cristãos-novos, judeus convertidos ao cristianismo. Em Pernambuco, Álvaro Gonçalves de Luna, residente em Ipojuca, deixou descendentes de seu casamento com Isabel da Costa, em 1616. No Rio de Janeiro, existe a descendência de Francisco de Sales de Siqueira e Luna (1723-76), que se uniu a Jerônima Mendes Vanzil em 1748. Ademais, há uma família Luna que se originou do italiano Francesco Luna, que imigrou para o Brasil no início do século 19, além de famílias Luna que têm raízes indígenas, no Rio Grande do Sul.


Algumas genealogias na região Nordeste do Brasil

Oferecemos este breve ensaio genealógico da prole Luna no Ceará, tendo como ponto de partida, Bráz Pereira Luna que se casou com a pernambucana Maria José de Alencar Rego, ela sendo filha do português Leonel de Alenquer Rego e da baiana Maria de Assumpção de Jesus. Desse matrimônio tiveram 07 filhos, onde herdaram os sobrenomes: Pereira Luna, Luna, Luna Pimentel e Peixoto de Luna. 

Bráz Luna teve 25 netos que herdaram os sobrenomes: Peixoto de Luna, Severino de Lucena, Rodrigues Luna, Pereira Luna, Bonfim, Sam José, Cândida de Alencar, Luna, Costa Araújo e Luna Alencar.

Bráz Luna teve aproximadamente 91 bisnetos que herdaram os sobrenomes: Peixoto de Luna, Grangeiro de Luna, Luna de Alencar, Tavares de Luna, Tavares Simões, Luna Simões, Luna, Pereira de Luna, Costa Araújo, Silva, Ferreira Maciel, Vieira de Gusmão Maciel, Bonfim, Luna Maciel, Moreira, Peixoto e Silva, Silva Peixoto, Peixoto, Peixoto de Alencar e Silva, Moreira da Costa, Alencar, Sabino de Luna, Rego Barros e Rego Luna.

 

Com a intenção de ampliar as pesquisas sobre possíveis ascendentes estrangeiros com sobrenome Luna na região Nordeste do Brasil, seguem mais alguns dados relevantes:

Bahia: Tenente Pedro Alexandrino Novaes e Luna, nascido aproximadamente em 1822 e se casou com Joaquina Carolina de Souza Dantas, ela sendo filha do Tenente Coronel José Teodósio de Souza e Ana Maria Dantas de Jesus. Desse matrimônio tiveram 04 filhos.

Sergipe: José Theobaldo de Luna, nascido aproximadamente em 1830 e se casou com Joana Martha de Jesus, ela sendo filha de Antônio José e Maria Ponciana. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

Alagoas: Adolpho Manoel Luna, nascido aproximadamente em 1931 e se casou com Maria José Marques Luna, ela sendo filha de Sátiro de Araújo Marques e Margarida Cardoso Marques. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Pernambuco: Antônio Melo Luna, nascido aproximadamente em 1820 e se casou com Umbelina Valença. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

Paraíba: José Luiz do Rego Luna, nascido aproximadamente em 1849 e se casou com Francisca do Rego Luna. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

Rio Grande do Norte: Maria Francisca de Luna, nascida aproximadamente em 1886 e se casou com João Aleixo de Luna, ele sendo filho do paraibano João Aleixo de Luna Gondim e da potiguar Maria Maurício de Souza. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

Ceará: Vicente Ferreira Luna, nascido em 1827 em Sobral/CE e se casou com Lucinda Maria da Conceição, ela sendo filha de Pedro José Martins e Joana Lucia da Conceição. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Piauí: Joaquim Manoel Corrêa Luna, nascido aproximadamente em 1833 e se casou com Silvana Luna. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

Maranhão: 



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Adolpho Manoel Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GCZC-P1C)<. Acesso em 09 de março de 2025.

Antônio Melo Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G5PJ-7BM)<. Acesso em 04 de março de 2025.

Bráz Pereira Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G85W-CDV)<. Acesso em 04 de março de 2025.

João Peixoto de Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GK49-Z72)<. Acesso em 04 de março de 2025.

Joaquim Manoel Corrêa Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GLJ9-J7R)<. Acesso em 21 de fevereiro de 2025.

Joaquim de Luna Pimentel. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GZCJ-473)<. Acesso em 07 de março de 2025.

José Antônio de Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G85W-MNF)<. Acesso em 07 de março de 2025.

José Luiz do Rego Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GZT4-6DZ)<. Acesso em 04 de março de 2025.

José Theobaldo de Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G1BB-XHQ)<. Acesso em 09 de março de 2025.

Luna. Disponível em: >(https://sobrenomes.genera.com.br/sobrenomes/luna/)<. Acesso em 16 de março de 2025.

Maria Francisca de Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G8RX-1VD)<. Acesso em 04 de março de 2025.

Maria José de Alencar Rego. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/LCCR-82D)<. Acesso em 07 de março de 2025.

Tenente Pedro Alexandrino Novaes e Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L6W1-WYS)<. Acesso em 09 de março de 2025.

Vicente Ferreira Luna. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GFMR-7XQ)<. Acesso em 04 de março de 2025.

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Quem são os Colonos da Bahia?

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A narrativa da colonização na Bahia no século XIX é, principalmente, uma crônica de tentativas durante esse tempo que não levaram a um processo significativo - tanto quanto à quantidade de população na Província quanto às mudanças nas relações sociais, que poderiam ter surgido com a introdução de novas formas de trabalho ou com o estabelecimento de diferentes formas de troca que afetariam práticas tradicionais.

Em contraste, durante os variados períodos de uma política imperial de imigração e colonização, o que se observou foram várias tentativas frustradas de colonização na Bahia. A iniciativa de criar colônias agrícolas no Brasil começou em 1808, quando D. João VI promulgou um decreto permitindo a concessão de terras a estrangeiros. A partir deste momento, uma trajetória de modificações legais, eventos políticos e desafios econômicos começou a influenciar, de forma direta ou indireta, o rumo dessa política.

As primeiras colônias formadas, a partir de 1818, foram criadas em terras chamadas sesmarias, que foram doadas a estrangeiros por D. João VI, conforme o decreto de 1808. Esses imigrantes foram responsáveis pela formação das diversas colônias, mas, para essas primeiras tentativas, o Brasil ainda carecia de uma legislação que as regulasse.

Com a independência e a estruturação do Império brasileiro, uma série de leis e decretos imperiais começou a moldar uma política nacional de colonização. Janaina Amado destaca que tal política era marcada por uma interminável sucessão de normas, que constantemente alteravam os direitos e obrigações dos colonos, agrupados em legislações diferentes de acordo com a data de sua chegada ao país.

Todavia, não foram apenas os direitos e deveres dos colonos que passaram por mudanças. Em 1830, a lei orçamentária cortou os fundos destinados ao programa de colonização. Entre 1830 e 1834, quase se extinguiu a imigração de estrangeiros para o Brasil, até que, nesse último ano, um Ato Adicional, como menciona Thales de Azevedo, “... transferia à competência das províncias a matéria de colonização, sem que estas tivessem os recursos necessários ou definidas suas atribuições”.

Assim, logo após seu início, a colonização foi colocada sob a responsabilidade das províncias, o que resultou em direções variadas em cada local onde foi implementada. Essas frequentes alterações nas leis demonstram que, na primeira metade do século XIX, não havia uma orientação clara e coerente na política de colonização, que se destacava, no entanto, como uma política permissiva ao acesso à terra para imigrantes estrangeiros.

Na década de 1840, segmentos da produção de café, representados pelo Senador Vergueiro, adotaram em suas propriedades o sistema de parceria, buscando empregar imigrantes como mão de obra. Essa abordagem, além de atender à demanda por trabalhadores nas plantações de café, pode ser interpretada como uma clara resposta desses setores à política imperial que favorecia estrangeiros como proprietários de terra.

A partir de 1850, com a implementação da Lei de Terras, o governo introduziu um mecanismo legal que estabelecia as maneiras de acesso à terra e uma política de colonização focada em atender os interesses de determinados segmentos da agricultura nacional, especialmente aqueles que viam valor na mão de obra disponível.

Na Bahia, o processo de colonização agrícola começou em 1818, coincidindo com a criação de várias colônias em diversas regiões do país. Assim como em outras partes do Brasil, essas colônias foram formadas através da doação de terras em áreas desabitadas (no sul da Bahia), visando à ocupação.

Contudo, a partir de 1850, a abordagem de colonização na Bahia passou a ter um novo formato. Foram criadas colônias tanto de origem nacional quanto estrangeira, com a intenção de resolver a carência de mão de obra apontada pelas autoridades locais, consequência do fim do tráfico de escravos.

De acordo com as informações fornecidas por Francisco Vicente Vianna, é possível identificar três períodos da colonização na Bahia durante o século XIX:

•          1818 a 1828 — colonização por imigrantes estrangeiros;

•          1857 a 1870 — colonização promovida por nacionais;

•          1873 — retorno à colonização estrangeira.

Na segunda metade do século XIX, a questão da colonização tornou-se uma prioridade para os administradores provinciais na Bahia, que realizaram diversas iniciativas para a criação de núcleos coloniais. Entretanto, a falta de investigações sobre o tema faz com que essas iniciativas sejam, na maior parte, desconhecidas.

Este estudo tem como objetivo esclarecer como ocorreu o processo de colonização na Bahia, sob a direção do governo e com a colaboração da elite agrária local, que era escravocrata e relutante em aceitar mudanças. Em outras palavras, a intenção é examinar a gestão de uma política que buscava promover a pequena propriedade e o trabalho livre, por uma oligarquia agrária relacionada ao sistema mercantil escravista, em um contexto onde as relações de produção estavam se desmoronando rapidamente.

O ano de 1850 foi escolhido como o ponto de partida cronológico por causa da extinção do tráfico de escravos e da promulgação da Lei de Terras — ambos eventos que influenciaram diretamente a dinâmica da política de colonização nesse período.

As tentativas de colonização da primeira metade do século XIX são abordadas neste trabalho a fim de elucidar os traços iniciais da política de colonização e, ao mesmo tempo, destacar as diferenças entre os núcleos formados nesse período e aqueles criados após 1850.

Como ponto final, o ano de 1889 foi determinado por causa das mudanças político-econômicas que ocorreram naquele ano, que também representou, legalmente, o fim do trabalho escravo e a Proclamação da República. Além disso, esse ano assinala o término da principal fonte documental utilizada.

Foram utilizadas, principalmente, duas fontes na elaboração deste trabalho: a documentação referente à colonização na Bahia, intitulada "Colonos e Colônias", e as declarações dos Presidentes da Província da Bahia.

A fonte inicial — Colonos e Colônias — está arquivada no Arquivo Público do Estado, na Seção Histórica, em cinco lotes, abrangendo o intervalo de 1828 a 1889, organizados da seguinte maneira:

•          Lote 4604 — de 1855 a 1858;

•          Lote 4605 — de 1875 a 1876;

•          Lote 4606 — de 1857 a 1884;

•          Lote 4607 — de 1848 a 1888;

•          Lote 4608 — de 1828 a 1889.

Todos os registros dentro desses cinco lotes são manuscritos. Esses documentos constituem uma coleção de cartas enviadas à presidência da Província sobre temas diretamente ligados à colonização.

Além das cartas propriamente ditas (incluindo ofícios, memorandos e assim por diante), essa documentação contém alguns relatórios dos diretores das colônias sobre a situação administrativa, financeira, econômica, moral e social das mesmas. Também há contratos para a importação e a instalação de colonos, propostas para a criação de novas colônias e seus regulamentos, além de quadros que demonstram a população, os itens, alimentos e produtos cultivados, mapas geográficos e documentos de avaliação elaborados por comissões designadas pela presidência da Província, bem como pedidos de agrupamento de colonos, entre outros.

Em relação às colônias fundadas na primeira metade do século XIX, a pesquisa revelou uma documentação bastante incompleta. Poucos documentos foram encontrados, deixando várias lacunas, como a trajetória da Colônia Leopoldina desde a sua fundação até a sua transformação em um grupo de propriedades rurais independentes. Informações sobre o funcionamento, organização e produção dessa colônia e das demais daquele período também são limitadas.

Quanto às colônias criadas após 1850, foram identificadas uma quantidade razoável de dados. No entanto, a diversidade de assuntos tratados nos registros impossibilitou a padronização das informações, tanto entre as diferentes colônias quanto em relação a uma mesma colônia ao longo do tempo. Além disso, vários documentos encontrados — como regulamentos e contratos — parecem ter sido apenas propostas, e não se tem certeza se foram oficializadas ou implementadas.

Para, em parte, redimensionar as lacunas na documentação dos lotes Colonos e Colônias, foram utilizados os Discursos dos Presidentes da Província, referentes ao período de 1850 a 1889. Essa fonte, além de fornecer informações complementares sobre a vida nas colônias e a população rural livre, também oferece pistas sobre a postura dos líderes em relação à colonização – ou seja, as justificativas e os objetivos oficiais da política colonizadora.

A maioria dos Discursos do período em questão apresenta um tópico específico sobre colonização, sendo essa seção o foco da análise. Com poucas exceções, também foram abordados outros temas vinculados à agricultura, terras públicas, entradas e saídas de estrangeiros, entre outros.

Como documentação de suporte, foram consultadas as coleções de Leis do Império, Leis da Província e os Livros da Alfândega de Salvador. Na primeira fonte, pouco material pertinente à Bahia foi encontrado, indicando que a decisão sobre questões de colonização estava mais concentrada na Província do que no Império.

Nas regulamentações provinciais, algumas disposições sobre a formação de colônias e a formalização de acordos de empréstimos entre cidadãos e o Governo para a importação de colonos e a criação de colônias foram identificadas.

Os Registros da Alfândega, que documentam a entrada e saída de passageiros, embora tenham demandado um tempo considerável para pesquisa, apresentaram dificuldades em sua utilização. Esse registro é composto por um total de 100 volumes, abrangendo de 1855 a 1964, um século completo, mas este estudo utilizou apenas os dados referentes à chegada de imigrantes na Bahia entre 1856 e 1864.

As principais razões para essa seleção foram:

1. A falta de registros entre 1865 e 1873, um intervalo no qual não há informações disponíveis nos registros da Alfândega;

2. A necessidade de analisar o movimento migratório para a Bahia no período que precedeu a proibição do comércio de escravos e o subsequente surgimento da "crise de mão de obra".

Além disso, o registro do período de 1856 a 1864 mostrou-se mais abrangente e confiável em comparação aos anos subsequentes, pois documentava apenas os estrangeiros que chegavam de fora, o que tornava sua análise mais clara do que nos anos posteriores, quando passaram a ser registrados todos os passageiros (tanto estrangeiros quanto brasileiros), vindos tanto do exterior como de outras áreas do Império – ou até mesmo do interior da Bahia.



Texto adaptado por Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

AGUIAR, Durval Vieira de. Descrições práticas da Província da Bahia. Bahia: Typographia do Diário Official, 1888.

AMADO, Janaína. Conflito social no Brasil: a Revolta dos "Mucker". São Paulo: Símbolo, 1978.

AMARAL, Braz do. História da Bahia: do Império à República. Bahia: Imprensa Oficial do Estado, 1923.

COLONIZAÇÃO na Bahia. Revista do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, Salvador, n. 43, 1917.

ANDRADE, Maria Josi de Souza. A mão de obra escrava em Salvador de 1811 a 1860: um estudo de história quantitativa. 1975. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Salvador, 1975. Mimeografado.

BAHIA (Estado). Arquivo Público. Colonos e colônias. Maços n. 4604, 4605, 4607 e 4608.

BAHIA (Província). Leis e decretos: leis da Província referentes ao período de 1850 a 1889.

BASTIDE, Roger. Brasil: terra de contrastes. Rio de Janeiro: Difel, 1978.

CALMON, Jorge. Imigração e colonização no Recôncavo. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 1979. (Curso Interdisciplinar sobre o Recôncavo, Mestrado em Ciências Humanas). Mimeografado.

CAMPOS, Silva. Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus. Rio de Janeiro: Conselho Federal de Cultura, 1981.

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MATTOSO, Kátia M. de Queiroz. Bahia: a cidade do Salvador e seu mercado no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1978.

NESSER, Hermann. A Colônia Leopoldina – 1858. Salvador: Universidade Federal da Bahia, Centro de Estudos Baianos, 1951. (Excerp. da dissertação do Dr. August Toelsner sobre a Colônia Leopoldina – 1858).

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VIOTTI DA COSTA, Emília. Da monarquia à república: momentos decisivos. São Paulo: Grijalbo, 1977.

terça-feira, 21 de outubro de 2025

Vicente Annes Bicudo

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A história da família Bicudo se inicia na deslumbrante Ilha de São Miguel, a maior do arquipélago dos Açores, que faz parte de Portugal. O local já foi um importante centro comercial e um ponto de partida para diversos colonos rumo ao Brasil em várias ocasiões.

Durante um período de tranquilidade para os judeus, os Bicudos ocupavam funções administrativas na coroa de Portugal. Um exemplo é Vicente Annes Bicudo, um patriarca sefardita reconhecido que atuou como escrivão da coroa. Um de seus filhos, atuou como espião do reino, assemelhando-se a um agente secreto português do século XVI.

Antônio Bicudo, descendente de Vicente Annes Bicudo e ouvidor da Capitania de São Vicente, que compreendia a área que hoje é o estado de São Paulo, foi o primeiro membro da família a estabelecer-se no Brasil. Antônio Bicudo com sua esposa Isabel Rodrigues Velho e seus descendentes se espalharam pelo Brasil, especialmente no Sul e no Sudeste, gerando outras famílias com raízes sefarditas.

Vicente foi Capitão na Primeira Companhia da Ilha de São Miguel. Ele também atuou como escrivão na vila de Ribeira Grande, localizada na mesma ilha. No dia 08 de março de 1548, ele foi testemunha de um documento na vila. Em 11 de Janeiro de 1559, residia na vila de Ribeira Grande, em uma residência que pertencia à sua parente, Catharina Pires Bicudo.

Vicente faleceu após já estar "alienado há bastante tempo". A propriedade e o cartório de Vicente na vila de Ribeira Grande sofreram um incêndio, resultando na perda de todos os documentos que estavam guardados lá.


Descendência

Se casou com Mécia Nunes, ela sendo filha dos portugueses Nuno Gonçalves e Mécia Rodrigues Furtado. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. São eles:

1. Francisco Bicudo, nascido aproximadamente em 1533 e se casou com Mécia Lobo de Mendonça, ela sendo filha dos portugueses Baltasar Lobo de Sousa e Joana Barbosa. Desse matrimônio tiveram 03 filhas.

2. Antônio Bicudo Carneiro, nascido aproximadamente em 1540 e se casou com Isabel Rodrigues, ela sendo filha dos portugueses Garcia Rodrigues e Isabel Velho. Desse matrimônio tiveram 07 filhos.

3. Jeronyma Nunes, nascida aproximadamente em 1542 e se casou com Pedro Afonso Caldeira, ele sendo filho dos portugueses João Gonçalves Caldeira e Beatriz Pires. Desse matrimônio tiveram 02 filhos.

4. Manuel Nunes Bicudo, nascido aproximadamente em 1544.

5. Matias Bicudo, nascido aproximadamente em 1545.

6. Beatriz da Conceição, nascida aproximadamente em 1546.

7. Isabel Bicudo, nascida aproximadamente em 1549 e se casou com Pedro Álvares Cabral, ele sendo filho dos portugueses Estêvão Álvares de Resende e Maria Pacheco. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

8. Nuno Bicudo de Mendonça, se casou com Margarida Mendes Pereira, ela sendo filha dos portugueses Fernão Mendes Pereira e Jerônima Fernandes. Desse matrimônio tiveram 04 filhos.

9. Vicente Bicudo, nascido aproximadamente em 1555 e se casou com Ana Luiz Grou, ela sendo filha dos portugueses Domingos Luís Grou e Maria da Penha. Desse matrimônio tiveram 06 filhos.

10. Guiomar Nunes

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Mécia Nunes. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GS13-6X9)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Vicente Annes Bicudo e Mécia Nunes Furtado de Mendonça. Disponível em: >(Vicente Annes Bicudo e Mécia Nunes Furtado de Mendonça (GeneaMinas))<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Vicente Annes Bicudo. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GMCL-V7N)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

sábado, 18 de outubro de 2025

Genealogia da família Pereira de Paiva em Portalegre/RN de 1860 a 1900

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José Pereira de Paiva, nasceu aproximadamente em 1860 e em 1ª núpcia se casou com Martinha Carmina do Amor Divino. Desse matrimônio tiveram 12 filhos. São eles:

1. Cícero Pereira de Paiva, nascido em 1895 e se casou com Leonilla Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 04 filhos.

2. José Pereira de Paiva, nascido aproximadamente em 1897.

3. Anna Maria de Jesus, se casou com Joaquim Correia da Silva.

4. Bento Pereira de Paiva

5. Fausto Pereira de Paiva, se casou com Joaquina Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

6. Joanna Pereira de Paiva, se casou com Severino Rodrigues de Paiva, ele sendo filho de Miguel Rodrigues de Paiva e Maria Magdalena da Conceição. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

7. Joaquim Pereira de Paiva, se casou em 1ª núpcia com Maria Pinheiro da Silva, ela sendo filha de João Pinheiro da Silva e Gonsalla Maria. Desse matrimônio tiveram 08 filhos.

Joaquim em 2ª núpcia se casou com Rosa Maria da Conceição, ela sendo filha de Francisco Antônio de Araújo e Maria Rosa. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

8. Josepha Pereira de Paiva, se casou com José Waldivino da Costa. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

9. João Pereira de Paiva

10. Luzia Martinha do Amor Divino, se casou com Manoel Rodrigues da Silva, ele sendo filho de Manoel Rodrigues da Silva e Maria da Conceição. 

11. Manoel Pereira de Paiva, se casou em 1ª núpcia com Maria dos Anjos do Espírito Santo. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

Manoel em 2ª núpcia se casou com Alexandrina Emília de OliveiraDesse matrimônio tiveram 03 filhos.

Manoel em 3ª núpcia se casou com Anna Maria de Jesus, ela sendo filha de Francisco Antônio de Araújo e Maria Rosa do Sacramento. Desse matrimônio tiveram 01 filha.

12. Maria Pereira de Paiva, se casou com Manoel Barbosa de Amorim, ele sendo filho de Pedro Barbosa de Amorim e Maria Cândida Alves Cabral. Desse matrimônio tiveram 01 filho.

José Pereira em 2ª núpcia se casou com Raimunda Rufino de Freitas. Desse matrimônio tiveram 04 filhos. 

José Pereira em 3ª núpcia se casou com Maria Flosomira de Oliveira.


Portalegre/RN

Em 1684, buscando estabelecer uma posse simbólica na área que explorava, Manoel Nogueira Ferreira plantou marcos de madeira na Serra do Apodi. Essa serra passou a ser conhecida como Serra dos Dormentes, em referência aos marcos de madeira.

Manuel Nogueira faleceu em 1715, sem ter obtido uma concessão de terras do governo, mas a propriedade permaneceu com os seus herdeiros. Quinze anos depois, Dona Margarida de Freitas, filha de Manuel Nogueira e casada com Carlos Vidal Barromeu, começou a consolidar seu controle sobre as terras.

Em 1750, Carlos Vidal veio a herdar a sesmaria da Serra das Dormentes, após a morte de seu irmão, Clemente Gomes de Amorim. Pouco tempo depois, com a saúde debilitada de Dona Margarida de Freitas, Carlos Vidal fez um voto de erigir uma capela dedicada a Santana, esperando pela recuperação dela, e a serra passou a ser chamada de Serra de Santana.

Após a morte dos proprietários originais, as terras foram abandonadas, talvez devido a longos períodos de seca, disputas entre posseiros, ou até mesmo pela revolta dos indígenas. O fato é que essas terras, que deixaram de ser cultivadas, retornaram ao domínio do Rei de Portugal. Para essas áreas desocupadas, o juiz de Fora de Olinda, Dr. Miguel Carlos Caldeira de Pina Castelo, levou mais de setenta famílias Paiacus, que estavam aldeadas no Apodi, a pedido dos residentes que enfrentavam problemas por causa das ações dos indígenas, fundando, em 8 de dezembro de 1761, a Vila de Portalegre.

A tradição diz que ao chegar ao topo da serra e não reconhecer a bela paisagem, Castelo Branco exclamou: É uma porta alegre do sertão!

Há também uma outra teoria: o nome Portalegre pode ter origem de uma vila no Alentejo, em Portugal. Contudo, a relação entre os brancos e os indígenas na nova vila não foi tranquila. Quando a revolução republicana eclodiu em 1817, houve uma severa perseguição aos indígenas, que se refugiaram nos sertões do Ceará. No entanto, retornaram sete anos depois, iniciando um confronto com os habitantes da vila.

Por meio de um Alvará, em 6 de junho de 1755, a vila de Portalegre foi elevada à categoria de município.




Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

José Pereira de Paiva. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/GHB8-TJV)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Martinha Carmina do Amor Divino. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GHBD-6S7)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

A Serra da Vila (Portalegre/RN). Disponível em: >(https://ozildoroseliafazendohistoriahotmail.blogspot.com/2013/05/portalegre-rn.html)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

História de Portalegre - Rio Grande do Norte. Disponível em: >(https://www.portalegre.rn.gov.br/omunicipio.php)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.