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sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Padre Joaquim Leal: A surpreendente história do primeiro sacerdote nascido em Bocaina/PI

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Antes de tudo, é importante lembrar que o primeiro sacerdote nascido em Bocaina veio ao mundo em 02 de março de 1859. Joaquim Antônio de Sousa Leal, filho legítimo de Antônio Borges de Sousa Brito e Joana Rosa de Sousa, foi batizado em 13 de junho daquele mesmo ano na Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos. Seus padrinhos foram seu avô paterno, Nicolau Borges de Sousa, e a figura de Nossa Senhora.

Por volta de 1877, Joaquim foi enviado para a cidade de São Luís, capital do Maranhão, a fim de iniciar seus estudos no Seminário de Santo Antônio.

Depois de oito anos dedicando-se aos estudos de filosofia e teologia, ele considerou-se preparado para receber o sacramento da ordenação e iniciar sua jornada como padre.

Em seguida, no final de 1885, teve início o processo conhecido como habilitação de gênese, destinado a verificar a legitimidade do candidato e a vida de seus antepassados de acordo com a fé católica. Esse processo era uma procuração eclesiástica voltada à investigação da conduta do indicado e de seus ancestrais, com o objetivo de descobrir qualquer possível heresia.

Nesse contexto, em 21 de dezembro de 1885, o Dr. João Tolentino Gadelha Mourão — vigário-geral, juiz de gênese e figura de destaque no bispado de São Luís — enviou uma comunicação ao pároco da freguesia de Nossa Senhora dos Remédios, em Picos, solicitando que investigasse a capacidade e a integridade de Joaquim para assumir as ordens sagradas.

Por meio desse documento, o ar cipreste determinava que o reverendo pároco informasse, com discrição e justiça, sobre a competência, integridade, costumes e aptidão de Joaquim Antônio de Sousa Leal, então com 26 anos, nascido e batizado na paróquia de Picos, residente no Seminário de Santo Antônio e filho legítimo de Antônio Borges de Sousa Brito e Joana Rosa de Sousa. Após essa análise, o pároco deveria enviar as informações à comarca eclesiástica, devidamente seladas e registradas.

Logo depois, o pároco de Picos, João Severino Miranda Barbosa, respondeu ao juiz Mourão em 26 de janeiro do ano seguinte, afirmando que nada havia que desabonasse a integridade de Joaquim para ocupar funções eclesiásticas.

Posteriormente, em 1886, novas comunicações foram enviadas a respeito de Joaquim Antônio de Sousa Leal. O padre Mourão solicitou que o pároco de Picos recrutasse sete testemunhas aleatórias e “sem interesse” que conhecessem o ordinando para depor sobre ele. As testemunhas foram questionadas com perguntas padrão utilizadas em todos os processos de gênese: onde nasceram, quem eram seus pais e avós, e se algum deles havia cometido crime ou heresia.

As pessoas que testemunharam foram:

  • ·                     Vicente do Rêgo Barros, capitão da Guarda Nacional, casado, 43 anos, natural e residente em Picos;
  • ·                    Raimundo Antônio de Macêdo, capitão reformado da Guarda Nacional, comerciante, casado, 50 anos;
  • ·                     Francisco Pereira dos Santos, 54 anos, casado e residente na vila de Picos;
  • ·                     Teotônio de Sousa Pacífico, 36 anos, natural de Pernambuco e habitante da vila de Picos;
  • ·                     Adriano Moreira Cidade, 60 anos, viúvo, natural do Rio de Janeiro e morador de Picos;
  • ·                     Francisco do Rêgo Barros Paim, 42 anos, natural do Ceará e residente em Picos;
  • ·                     Romão José dos Martírios, capitão da Guarda Nacional, 46 anos.

Todas as testemunhas declararam conhecer Joaquim Antônio, seus pais e avós — todos católicos —, afirmando que jamais haviam cometido heresia. Contudo, mencionaram um crime cometido pelo avô materno do ordinando, Francisco Ezequiel de Sousa Brito, que havia assassinado um homem com uma faca após levar um tapa.

Com o processo de gênese concluído, foi elaborado um registro patrimonial sobre Joaquim. O documento informava que ele recebera de seus pais uma propriedade em Bocaina, avaliada em 600 mil réis, que incluía um açude e um engenho de açúcar.

Além disso, o padre Joaquim possuía em Bocaina um extenso rebanho de gado, sob a responsabilidade de seu irmão Zezé Leal.

Alguns anos depois, em 1891, após ser ordenado padre, foi designado para ser pároco em Buriti dos Lopes. Ao assumir essa função, continuou servindo no mesmo local até o fim de sua vida.

Posteriormente, ao se estabelecer em Buriti dos Lopes, passou a residir na casa paroquial, onde conheceu uma jovem vizinha chamada Cecília Rosa de Sousa.

Com o passar dos meses, o padre Joaquim desenvolveu uma afeição por Cecília. Ao perceber que o sentimento era mútuo, acabou por ceder à tentação e violou o voto de celibato, o que resultou na gravidez da jovem no final de 1893.

Em 03 de agosto de 1894, nasceu a criança fruto dessa relação: Raimundo Estêvão de Sousa. Pouco antes de completar 17 anos, ele se casou com sua prima Joana Rosa Portela Leal, em 27 de julho de 1911, filha de José Antônio de Sousa Leal e Maria do Ó Portela Leal.

Entretanto, o romance entre o padre e Cecília continuou. A população de Buriti dos Lopes tinha conhecimento do relacionamento, mas não houve escândalos nem repúdio. Era de conhecimento popular que existia uma passagem secreta entre a residência do padre Joaquim e a de Cecília, pois as casas tinham paredes contíguas. Essa passagem era utilizada pelo casal para se encontrar discretamente.

Apesar disso, Joaquim era profundamente amado pelos moradores devido ao seu trabalho pastoral, sendo carinhosamente conhecido como Padre Leal.

Posteriormente, em 26 de julho de 1901, nasceu o segundo filho do relacionamento, uma menina chamada Ana Rosa de Sousa.

Além de atuar como pároco em Buriti dos Lopes, Padre Leal também serviu como vigário em Parnaíba e Piracuruca nos primeiros anos do século XX. Além disso, costumava celebrar missas em sua cidade natal, Bocaina, especialmente em datas festivas e casamentos familiares.

Por fim, a trajetória do padre Joaquim Antônio de Sousa Leal encerrou-se em 10 de outubro de 1930. Apesar de suas imperfeições humanas, ele deixou um legado de fé, caridade e dedicação que permanece vivo na memória dos cidadãos de Buriti dos Lopes e Bocaina.

Na ocasião de sua morte, Padre Leal tinha 71 anos, dos quais cerca de 44 foram dedicados ao sacerdócio e 39 à função de pároco em Buriti dos Lopes. Ele deixou 02 filhos, 01 genro, 01 nora e 06 netos.

Finalmente, seu sepultamento ocorreu na Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, em Buriti dos Lopes. Em sua homenagem, foi colocada uma lápide em seu túmulo e, posteriormente, uma rua da cidade passou a se chamar Rua Padre Leal, perpetuando sua memória na história local.




Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

16 de agosto 147 anos da Paroquia de Buriti dos Lopes. Disponível em: >(https://www.portalburitiense.com.br/2011/08/15/16-de-agosto-147-anos-da-paroquia-de-buriti-dos-lopes/)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Biografia do Padre Leal. Disponível em: >(https://alexborgessalvandomemorias.blogspot.com/2025/04/biografia-do-padre-leal.html)<. Acesso em 06 de maio de 2025.

Dados para uma história eclesiástica do Ceará. Disponível em: >(https://www.institutodoceara.org.br/revista/Rev-apresentacao/RevPorAno/1957/1957-DadosHistoriaEclesiasticaCeara.pdf)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Padre Joaquim Antônio de Sousa Leal. Disponível em: >(https://ancestors.familysearch.org/pt/LB5X-WKH/padre-joaquim-ant%C3%B4nio-de-sousa-leal-1859-1930)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Descendentes de Manoel Soares Casado

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Manoel Soares Casado, nascido aproximadamente em 1815 é filho do paraibano José Soares de Vasconcelos II e da potiguar Anna Rosa da Conceição. Em 1ª núpcia se casou com Anna Joaquina do Sacramento, ela sendo filha de José dos Anjos de Macedo e Maria Rosa de Padilha. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. São eles:

1. José Manoel de Azevedo, nascido aproximadamente em 1842.

2. Joaquim Illuminato de Azevedo, nascido aproximadamente em 1843 e se casou com Zeferina Maria de Jesus, ela sendo filha de Antônio do Rego Azevedo e Joaquina Rosalina de Oliveira. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

3. Maria Joaquina da Conceição, nascida aproximadamente em 1844 e se casou com Antônio Mathias de Vasconcellos, ele sendo filho de Mathias Soares Casado e Francisca Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 06 filhos.

4. Manoel Cassiano de Azevedo, nascido aproximadamente em 1848 e se casou com Maria Dina da Conceição, ela sendo filha de Antônio do Rego Azevedo e Joaquina Rosalina de Oliveira. Desse matrimônio tiveram 09 filhos.

5. Antônio Clementino de Azevedo, nascido em 1848 em Acari/RN e se casou com Regina Clemência de Jesus, ela sendo filha de Manoel José de Azevedo e Maria Herculana de Medeiros. Desse matrimônio tiveram 10 filhos.

6. Cassiano Avelino de Azevedo, nascido em 1849 em Acari/RN e se casou com Josefa Cavalcante de Albuquerque, ela sendo filha de Francisco Xavier Cavalcante de Albuquerque e Catharina Zeferina da Conceição. Desse matrimônio tiveram 09 filhos.

7. Felismina Maria da Conceição, nascida aproximadamente em 1850.

8. Anna, nascida em 1852 em Acari/RN.

Manoel em 2ª núpcia se casou com Clementina Maria da Conceição, ela sendo filha dos potiguares José Tavares dos Santos e Isabel Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. São eles:

9. Anna Maria de Jesus, nascida em 1853 em Acari/RN e se casou com Antônio Albertino de Azevedo, ele sendo filho dos potiguares Joaquim Crispim de Azevedo e Francisca Mártir da Conceição. Desse matrimônio tiveram 16 filhos.

10. Raimundo Soares Casado, nascido aproximadamente em 1854.

11. Felismina Maria da Conceição, nascida em 1855 em Jardim do Seridó/RN.

12. Rafael Clementino de Azevedo, nascido em 1856 em Acari/RN e em 1ª núpcia se casou com Anna Joaquina de Jesus, ela sendo filha de Canuto José da Fonseca e Joaquina Generosa de Jesus Maria. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

Rafael em 2ª núpcia se casou com Maria Firmina da Conceição, ela sendo filha de Francisco Pedro dos Santos e Silvana Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 03 filhos.

13. Angelina Maria da Conceição, nascida aproximadamente em 1857.

14. Olympio Clementino de Azevedo, nascido em 1859 em Jardim do Seridó/RN e se casou com Antônia Maria da Anunciação, ela sendo filha de Manoel Cassiano de Azevedo e Maria Dina da Conceição. Desse matrimônio tiveram 05 filhos.

15. Ambrosina Clementina de Jesus, nascida em 1860 em Jardim do Seridó/RN.

16. Maria José das Dores, nascida em 1861 em Jardim do Seridó/RN.

17. Januária Clementina de Jesus, nascida em 1863 e se casou com Máximo Bezerra Cavalcante de Albuquerque, ele sendo filho dos potiguares Francisco Xavier Cavalcante de Albuquerque e Catharina Zeferina da Conceição. Desse matrimônio tiveram 05 filhos.

18. Clementina Maria de Jesus, nascida em 1864 em Jardim Seridó/RN e se casou com Manoel Felippe da Costa, ele sendo filho dos potiguares Felippe Nery da Costa e Guilhermina Honorina de Souza. Desse matrimônio tiveram 05 filhos.


Sobrenomes descendentes de 1850 a 1900

Netos de Manoel Soares Casado nascidos entre 1850 e 1900 herdaram os sobrenomes: Azevedo, Vasconcellos, Arruda, Olegário, Medeiros, Cavalcante de Albuquerque, Cavalcante de Azevedo, Ferreira Lima, Ferreira da Silva, Lucena, Cavalcanti de Oliveira, Costa e sobrenomes de fé. 



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Anna Joaquina do Sacramento. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G8KY-85C)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Anna Rosa da Conceição. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/GST8-NCW)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

Clementina Maria da Conceição. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/K249-55W)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

José Soares de Vasconcellos II. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G3YD-34T)<. Acesso em 06 de maio de 2025.

Manoel Soares Casado. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G3V5-K9P)<. Acesso em 06 de janeiro de 2024.

terça-feira, 4 de novembro de 2025

Quem foi João Pereira Caldas? O jovem Governador que transformou o Norte Colonial

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No contexto das conquistas no exterior e, em particular, entre os líderes envolvidos, este artigo foca no Estado do Grão-Pará e Maranhão, uma estrutura administrativa formada durante o governo de Pombal, ainda pouco estudada em relação ao recrutamento, experiências e pagamentos dos serviços de seus governadores. Um exemplo disso é João Pereira Caldas, cuja trajetória é destacada neste texto. Ele foi identificado por Joaquim Romero Magalhães como um dos “governadores pombalinos” pela sua aliança com as iniciativas desenvolvidas durante o ministério de Sebastião José de Carvalho e Melo. Nesse sentido, durante suas jornadas na Amazônia portuguesa, esse militar da região do Minho construiu uma carreira robusta, que continuou a progredir mesmo com as alterações na situação política da Corte.

Inicialmente, é importante observar que, nascido na Quinta de Sende, localizada em Monção, uma vila minhota na divisa com a Galiza, no dia 4 de agosto de 1736, João Pereira Caldas destacou-se como o mais jovem governador do Estado do Grão-Pará e Maranhão, que estava sob a autoridade de Lisboa, criado em 1751 e extinto entre 1772 e 1774. Proveniente de uma família ilustre, parte da nobreza que Nuno Gonçalo Monteiro se refere como “fidalguia de província”, ele se tornou moço fidalgo da Casa Real antes de atingir a idade de oito anos.

Por sua vez, sendo filho do brigadeiro Gonçalo Pereira Lobato e Sousa e de D. Joana Maria Pereira de Castro, ambos de famílias estabelecidas em Monção e Viana do Castelo, chegou a Belém com seu pai e um irmão mais novo, Gonçalo José Pereira de Castro e Caldas, para ajudar nos trabalhos de demarcação de limites que eram parte do Tratado de Madri (1750). Na história, ele é visto como um dos protagonistas na colonização do Norte, tendo se destacado não apenas na organização da capitania do Piauí, mas também na implementação de um ousado plano de recuperação econômica do Estado na década de 1770 e, subsequentemente, nas demarcações do Tratado de Santo Ildefonso.

Contudo, há algumas imprecisões sobre a vida de João Pereira Caldas: a inadequada utilização do “dom” antes de seu nome — o que erradamente o posicionaria na alta nobreza portuguesa —, a data de nascimento que lhe atribui 16 anos a mais (ele nasceu em 1736, e não em 1720) e o início da carreira militar. Os erros em sua biografia podem ser esclarecidos com a análise do seu processo para a Ordem de Cristo.

Além disso, a mercê foi concedida a seu irmão Gonçalo José na mesma ocasião, ou seja, pouco antes de partirem para Belém. João Pereira Caldas, que começou sua carreira militar em 1749, aos 13 anos, ainda não havia atingido 17 anos quando recebeu a concessão do hábito e ocupava a posição de capitão de Infantaria. Dada a urgência da viagem na frota que se dirigia ao Grão-Pará e, conforme as regras da Ordem de Cristo, ele e seu irmão foram dispensados por D. José I das necessariedades e da menoridade. Apesar da concessão, a carta real que formalizava a entrega do hábito de Cristo só foi emitida quando o militar estava prestes a encerrar sua carreira no ultramar.

Posteriormente, a trajetória de João Pereira Caldas no serviço real avançou logo após sua chegada a Belém, em 1753. No mesmo ano, ele foi indicado, junto a João Batista de Oliveira, também capitão de Infantaria, para ser ajudante de sala (ou ajudante de ordens) do governador e capitão-general Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Pereira Caldas foi escolhido “por sua qualidade pessoal e por ser filho do brigadeiro Gonçalo Pereira Lobato e Sousa”, recém-nomeado governador do Maranhão, e João Batista de Oliveira por servir há 16 anos na Armada, com “destaque e eficiência”.

Assim, na função de ajudante de ordens do capitão-general e primeiro comissário de limites da repartição Norte, o jovem militar de Monção deixou Belém no dia 02 de outubro de 1754 em uma expedição rumo ao Rio Negro para demarcar pontos do Tratado de Madri. No mesmo ano, João Pereira Caldas recebeu a comenda de São Mamede de Troviscoso da Ordem de Cristo, visto que não conseguiu se encartar na alcaidaria-mor do Castelo da Piconha, que foi concedida a outra pessoa. Três anos depois, por meio de esforços de seu pai, obteve a confirmação da patente de sargento-mor de Infantaria.

No entanto, o passo mais significativo na carreira de Pereira Caldas ainda estava por vir, após nova demonstração de apoio de Mendonça Furtado e das boas relações entre ele e a família do sargento-mor. Em carta de 13 de outubro de 1757, Mendonça Furtado afirmou que o desempenho do jovem militar era tão notável que não havia pessoa que não reconhecesse seu valor, insinuando intenção de recompensá-lo pelos bons serviços.

Afinal, tanto João Pereira Caldas quanto seu pai demonstraram real interesse pelos planos pombalinos para a Amazônia. Um dos sinais dessa adesão foi a compra de cotas da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, criada em 1755. Portanto, é razoável considerar que a nomeação de Pereira Caldas para governador do Piauí pode ter sido recomendação de Mendonça Furtado.

Em seguida, a missão de Pereira Caldas, um jovem militar sem experiência administrativa, consistia em conter abusos e fraudes que afetavam os bens da Coroa na capitania de São José do Piauí. Problemas envolviam oficiais régios e padres jesuítas, além de disputas fundiárias. Para isso, a Coroa designou o desembargador João da Cruz Diniz Pinheiro como intendente-geral, subordinado ao governador e capitão-general.

Todavia, a morte de Diniz Pinheiro quase comprometeu o plano de reorganização da capitania, levando à escolha de um sucessor e acelerando a nomeação de João Pereira Caldas como governador, cargo assumido em 1759.

Conforme estabelecido, a carta real de 29 de julho de 1758 especificava que o governador deveria estruturar o aparato político e militar, cumprir as leis sobre liberdade indígena e fundar vilas para concentrar populações dispersas, afastando-as da tutela religiosa.

Entretanto, na prática, o governador encontrou sérias dificuldades: população dispersa, poucos efetivos militares e resistência à vida citadina. Após três anos, a implantação do Regimento de Cavalaria continuava aquém do esperado.

Quanto à urbanização, a carta régia determinava que Pereira Caldas deveria selecionar locais para praças, pelourinhos, igrejas e edifícios públicos, traçando ruas retas e largas. Essa orientação estava alinhada às reformas pombalinas para fortalecer a autoridade real e explorar potenciais produtivos.

Apesar disso, implementar vilas não seria simples. A legislação ignorava a realidade regional: dispersão populacional, ataques hostis e hábitos rurais entranhados.

Somente em 1761, Mendonça Furtado enviou advertências reafirmando planos de fundação de vilas. O impacto foi imediato: em novembro do mesmo ano, a vila da Mocha foi transformada em cidade, com o nome de Oeiras.

Segundo o governador, o nome homenageava justamente os “senhores” que contribuíram para a sorte daquele território.

Assim, o empenho de João Pereira Caldas na organização do Piauí pavimentou sua trajetória em direção a novos avanços no serviço real. Em mapa que documentava governantes do Estado do Maranhão até 1783, sua atuação no Piauí foi destacada como o ponto alto de sua carreira.

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

ALENCASTRE, José Martins Pereira d’. Memória cronológica, histórica e corográfica da província do Piauí. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, t.20, p.5, 1857.

ALMEIDA, Cândido Mendes de. (org.) Código philippino ou ordenações e leis do reino de Portugal: recopiladas por mandado d’El Rei D. Philippe I. 14ª ed., Rio de Janeiro: s/n, 1870, p.1336. 

Arquivo Histórico Ultramarino (AHU). Manuscritos Avulsos do Pará (MAPA). CD 5, cx.44, doc.4013. 

Correspondência dos governadores do Pará com a metrópole. Anais da Biblioteca e Arquivo Público do Pará. 2ª.ed. Belém, t.2, p.55, 1968. 

Cf. DIAS, Manuel Nunes. Fomento e mercantilismo: a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778). Belém: Universidade Federal do Pará, 1970, v.1, p.230-234. 13 Lisboa. 

GONÇALVES, Wilson Carvalho. Os homens que governaram o Piauí. Teresina: Gráfica Júnior, 1989, p.15. 

Instituto dos Arquivos Nacionais – Torre do Tombo (IANTT). Registro Geral de Mercês. D. João V, livro 34, fls.470v-471. 4 Cf. 

In: VAINFAS, Ronaldo. (org.) Dicionário do Brasil colonial (1500-1822). Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. 5 Cf. 

IANTT. Habilitações da Ordem de Cristo. Letra J, maço 4, doc. n.2. 7 Cf. OLIVAL, Fernanda. As ordens militares e o Estado Moderno: honra, mercê e venalidade em Portugal (1641- 1789). Lisboa: Estar Editora, 2001, p.206-214 e 456.

IANTT. Chancelaria da Ordem de Cristo. Livro 264, fls.405-405v e livro 270, fl.159; Registro Geral de Mercês. D. Maria I, livro 24, fl.236. 

IANTT. Registro Geral de Mercês. D. José I, livro 6, fls.377v-378v; Chancelaria da Ordem de Cristo. Livro 264, fl.431v; Ministério do Reino. Decretos (1745-1800). Pasta 4, n.107. 

MENDONÇA, Marcos Carneiro de. (coord.) A Amazônia na era pombalina. Correspondência inédita do governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará e Maranhão Francisco Xavier de Mendonça Furtado (1751-1759). São Paulo: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1963, t. 3, p.1152-1153.

MENDONÇA, Marcos Carneiro de. (coord.) A Amazônia na era pombalina, t.3, p.1086. 15 Cf. 

MONTEIRO, Nuno Gonçalo. O governo da monarquia e do Império: o provimento de ofícios principais durante o período pombalino. 

MONTEIRO, Nuno Gonçalo. Elites e poder: entre o Antigo Regime e o Liberalismo. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais; Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2003, p.75-77. 3 Lisboa.

NUNES, Odilon. Pesquisas para a história do Piauí. 2ª.ed. Rio de Janeiro: Artenova, 1975, v.1, p.127. RAMINELLI, Ronald. João Pereira Caldas. 

SOUZA, Laura de Mello; FURTADO, Júnia Ferreira; BICALHO, Maria Fernanda. (orgs.) O governo dos povos. São Paulo: Alameda, 2009, p.508-510.

sábado, 1 de novembro de 2025

Heredograma: Como saber se é dominante ou recessivo?

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Heredogramas são diagramas que ilustram como as características são transmitidas dentro de uma família. Em termos simples, essas representações mostram os laços de parentesco, onde cada membro da família é simbolizado por um ícone.



Utilizando os heredogramas, é mais simples reconhecer os tipos de herança genética e as chances de um indivíduo herdar uma determinada característica ou doença familiar.

Heredogramas são diagramas que ilustram como as características são transmitidas dentro de uma família. Em termos simples, essas representações mostram os laços de parentesco, onde cada membro da família é simbolizado por um ícone.

Utilizando os heredogramas, é mais simples reconhecer os tipos de herança genética e as chances de um indivíduo herdar uma determinada característica ou doença familiar.

Através do heredograma, é possível entender certos padrões que se repetem ao longo das gerações, o que ajuda a determinar a probabilidade de uma característica específica se manifestar e o tipo de herança genética envolvida.



O primeiro passo ao analisar um heredograma é identificar se a herança é dominante ou recessiva. Mas como podemos identificar isso?

Uma maneira de perceber isso é observar a presença de uma característica específica. Por exemplo, se a mãe exibe uma característica dominante e o pai tem uma recessiva, todos os filhos herdarão a característica da mãe, pois esta é dominante.

Assim, caso os filhos sejam homozigotos recessivos (aa), os pais devem ser heterozigotos dominantes (Aa), já que têm outros filhos que manifestam a característica dominante (nº 4 e 5). No entanto, não é possível determinar se eles são homozigotos (AA) ou heterozigotos (Aa), pois ambas as opções são viáveis com a combinação dos genes dos pais. Por isso, eles são representados por A_.

A partir dessa parte da família, podemos deduzir o genótipo de todos os membros. Visto que o lobo da orelha preso é uma característica recessiva enquanto o lobo da orelha solto é dominante.

O albinismo, que é a quase total ou total falta do pigmento melanina na pele, cabelos e íris dos olhos, ocorre frequentemente em diversas espécies de mamíferos. Esse traço pode agir como uma característica mendeliana simples e recessiva em comparação com a pigmentação normal.

No caso dos seres humanos, há pessoas albinas que aparecem com raridade em várias "raças". Na população britânica, por exemplo, a estatística é de aproximadamente um albino para cada 20.000 nascimentos. Os albinos possuem pele de coloração branca e clara, com um tom avermelhado causado pelos vasos sanguíneos que ficam visíveis na camada interna da pele. Em indivíduos com pigmentação normal (não albinos), esse tom rosado é encoberto pela melanina escura. A íris dos olhos dos albinos também apresenta uma coloração avermelhada pela mesma razão: a coloração do sangue fica exposta, pois não é ocultada pela pigmentação ocular. O cabelo é de uma tonalidade amarelada e clara, uma vez que não contém a granulação escura de melanina encontrada em cabelos com pigmento. Os albinos tendem a ser sensíveis a luz intensa, e sua pele se queima facilmente quando exposta ao sol.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Heredogramas ou Genealogias. Disponível em: >(https://vestibulares.estrategia.com/portal/materias/biologia/heredogramas-ou-genealogias/)<. Acesso em 27 de março de 2025.

Heredogramas. Disponível em: >(https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/heredogramas.htm)<. Acesso em 27 de março de 2025.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Barões, engenhos e sobrados: As famílias que fizeram a história de Mamanguape/PB

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A segunda metade do século XVIII marcou para a história um período crucial para o auge que ocorreu entre 1850 e 1905. Durante o século XVIII, a cidade já possuía casas grandes, sobrados e edificações adornadas com azulejos portugueses que chegavam diariamente no porto antigo. Com a concessão do título de Vila, o município começou a competir diretamente com a Capital, visto que Mamanguape, devido à sua localização privilegiada e vasta terra fértil para o cultivo não apenas da cana-de-açúcar, passou a ter comércio direto com o Recife, na cidade vizinha. A conexão comercial e cultural entre Mamanguape e Recife, que existia desde a colonização da Paraíba, estava mais forte do que nunca, e para complementar, a Vila de Areia, um importante comprador e distribuidor na região do Agreste e Brejo do Estado, estabeleceu laços com essas duas cidades. A Capital do Estado foi excluída do eixo comercial e cultural que incluía Recife, Mamanguape e Areia. Esse eixo foi responsável por um fato interessante: na década de 1850, Mamanguape se tornou a primeira cidade do Estado a ter um teatro, o “Santa Cecília”, enquanto Areia foi a segunda (ambas apresentando peças teatrais locais e europeias).

Entre 1850 e 1905, Mamanguape contava com uma classe rural promissora, ruas pavimentadas e iluminadas por lampiões a óleo, um comércio vibrante de tecidos finos e produtos importados, sobrados decorados com azulejos, famílias de origem portuguesa e italiana, além de uma sociedade que se inspirava nas tradições francesas.

Em 27 de dezembro de 1859, D. Pedro II, o imperador do Brasil, chegou a Mamanguape acompanhado por uma comitiva de duzentas pessoas. A cidade o recebeu com grandes honras, apresentando-lhe as chaves da cidade e, na sequência, ele foi acomodado na residência do Dr. Antônio Francisco de Almeida Albuquerque, hoje sede do Paço Municipal. O Imperador visitou a Igreja Matriz, onde observou as estátuas de madeira, os lustres de baracá, a imponente lâmpada de prata do sacrário e os bancos destinados aos senhores de engenho e comerciantes ricos. Depois, ele se dirigiu à Igreja do Rosário, que fora construída por escravos, e à cadeia pública. Ele indagou sobre as condições dos prisioneiros, a qualidade dos alimentos, a limpeza, bem como sobre o trabalho e os momentos de lazer. Esteve na Casa da Câmara e visitou a escola primária mais frequentada, onde se mostrou orgulhoso ao ver 55 alunos matriculados, 42 presentes e 15 participando de aulas de Latim, admirando-se com as aulas de latim em uma escola primária, o que anotou em seu diário.

Ao voltar para a Corte, o Imperador concedeu ao Dr. Flávio Clementino da Silva Freire o título de Barão de Mamanguape.

Mamanguape, devido à sua abundância de engenhos de açúcar, fazia amplo uso da mão de obra escrava. Com a abolição da escravidão promovida por princesa Isabel em 1888, a cidade enfrentou um declínio na atividade que mais contribuía para sua riqueza. Outro aspecto crucial para a queda da próspera cidade foi o assoreamento do rio Mamanguape ao longo do seu trajeto pela cidade, especialmente na foz que na época pertencia à região de Mamanguape. Muitos políticos e moradores da localidade solicitaram o desassoreamento desse vital rio, alertando que, se nada fosse feito, os recifes cada vez mais numerosos na Barra de Mamanguape impediriam a passagem de embarcações. Antes que isso ocorresse — e não demorou muito — a areia exposta nas margens do rio, que se tornaram cada vez mais desnudadas por conta do cultivo da cana-de-açúcar, impossibilitou o funcionamento do Porto de Salema. Além disso, a concorrência de preços com o açúcar produzido nas ilhas do Caribe e, mais significativamente, a criação da Ferrovia, que, embora essencial para Mamanguape e Areia, acabou excluindo essas localidades em favor de Campina Grande e Guarabira, foram fatores que contribuíram para um prolongado período de recessão e instabilidade na cidade, que até então era a segunda mais rica da Paraíba.

A partir de 1924, a situação econômica começou a se recuperar com a abertura da Fábrica de Tecidos Rio Tinto, no distrito homônimo. Em 1940, a instalação da Usina Monte Alegre, no Vale do Mamanguape, também ajudou nessa recuperação. Em 1953, foi estabelecida uma Agência da Caixa Econômica, além do fornecimento de água. Em 1958, surgiram a Maternidade Nossa Senhora do Rosário e a iluminação pública, através da eletricidade. Em 1970, a rodovia BR-101 foi construída, conectando João Pessoa, Mamanguape e Natal. Agências bancárias e destilarias, como a Miriri, também foram estabelecidas na região.


Ancestralidade do Barão de Mamanguape

Pais: Alferes João Luiz Freire e Maria Magdalena da Silva

Avós paternos: Antônio Rogério Freire e M. Congolesa

Avós maternos: João da Silva Ferreira Junior e Ignácia da Silva Ferreira

 


Texto de Eugênio Pacelly Alves

 


Referências bibliográficas:

Barão de Mamanguape. Disponível em: >(Barão de Mamanguape (Genealogia Freire))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Flávio Clementino da Silva Freire. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/KCSF-MBP)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Mamanguape (PB), cidade histórica, de filhos ilustres, completa 166 anos. Disponível em: >(Mamanguape (PB), cidade histórica, de filhos ilustres, completa 166 Anos (Vale Notícia))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Mamanguape: Das glórias do passado à luta pelo renascimento. Disponível em: >(https://palmarinaestrada.com.br/mamanguape-das-glorias-do-passado-a-luta-pelo-renascimento/)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Usina Monte Alegre. Disponível em: >(https://www.acucaralegre.com.br/institucional/)<. Acesso em 26 de janeiro de 2025.