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A área que
hoje conhecemos como o Estado do Rio Grande do Norte esteve envolvida em
conflitos com os franceses, que invadiram o local no ano de 1535. Apenas no
final do século dezesseis, os portugueses começaram a se estabelecer na região,
após conseguirem expulsar os invasores franceses.
Após a vitória em 1598, construiu-se uma fortaleza chamada
Fortaleza dos Reis Magos. Essa fortificação teve como finalidade estabelecer um
local de defesa para as posses portuguesas. Essa base deu origem à cidade de
Natal.
A partir de 1633, os holandeses ocuparam a área, permanecendo lá
por cerca de vinte anos.
Os holandeses receberam o apoio dos indígenas e realizaram várias
atividades, como a extração de sal, a criação de gado e o cultivo de
cana-de-açúcar. Em 1654, eles foram expulsos, e os nativos ofereceram
resistência.
Os indígenas se revoltaram, pois não aceitavam o sistema de
escravidão imposto pelos colonizadores. Essa rebelião, conhecida como
Confederação dos Cariris, se estendeu até o final do século XVII.
A região que compreendia a Capitania do Rio Grande do Norte foi
transferida para a Capitania de Pernambuco em 1701.
Esse estado de subordinação se estendeu até 1824, quando a área
foi promovida à categoria de província. A denominação de estado no contexto
político e geográfico surgiu em 1889, com a Proclamação da República.
Certos historiadores documentam a presença dos holandeses na
Capitania de Pernambuco, que incluía o Rio Grande do Norte, entre os anos de
1630 e 1654. Antes de deixarem a região do Rio Grande do Norte, os frísios
habitaram o sertão do Seridó e, posteriormente, seguiram para o Vale do Acaraú
e a Serra da Ibiapaba, situada no estado vizinho do Ceará. Em Seridó, deixaram
um legado de costumes e tradições que agora fazem parte da cultura local. Os
açudes, que foram construídos para armazenar a água da chuva, foram inspirados
nos diques da Holanda, especialmente da província de Zelândia. Os famosos
bordados de Caicó e Timbaúba dos Batistas são uma fiel imitação das delicadas
rendas conhecidas como "dentelles" de Bruges, que atualmente é a
capital da Flandres Ocidental, na Bélgica. O queijo de coalho e o queijo
manteiga, que existem antes das variedades cura e meia cura de Minas Gerais,
são um presente cultural dos batavos. Nossos doces também revelam a influência
flamenga. Notamos que alguns sobrenomes da região nordestina carregam
características da herança frísia. Exemplos incluem Wanderley ou Vanderlei, que
significa "da pedra", e Wanderlinden ou Vanderlinden, que quer dizer
"das árvores", indicando a presença de uma civilização nórdica em
nosso território.
Adicionalmente,
é importante mencionar que a tradição gastronômica do Seridó pode enfrentar
sérios riscos se não houver uma proteção legal adequada. A cultura dos bordados
está em declínio e sofre a concorrência de produtos de outros estados que são
feitos sem a mesma dedicação. O venerado padre Pedro Neefs, um sacerdote
holandês da congregação dehoniana e ex-pároco de Campo Grande, batalhou para
preservar a autenticidade e a qualidade dos bordados com a ajuda das artesãs da
Serra de João do Vale.
Existe um
grande perigo de que pessoas oportunistas venham a surgir nessa área, tentando
patentear os queijos, a carne de sol, algumas comidas e bebidas como se fossem
criações próprias, prejudicando nosso patrimônio cultural. Além disso, ainda
não temos uma legislação que trate especificamente do nosso patrimônio
imaterial. As instituições de ensino do Seridó deveriam oferecer cursos sobre
gastronomia regional, bordados e outros temas correlatos.
Este foi
também o desejo do inesquecível Oswaldo Lamartine, um pesquisador, sertanista e
apaixonado pela região do Seridó. Vale a pena lembrar que os gaúchos, para
preservar suas tradições, buscam incluir nas universidades o ensino sobre seus
produtos significativos, que foram trazidos pelos imigrantes, como a cultura da
uva (enologia) e o churrasco, característico dos pampas. Os moradores de Minas
Gerais, que possuem uma rica tradição culinária, também se dedicam a ensinar
como se faz a sua famosa cachaça.
Alguns estudiosos indicam que os protestantes holandeses (não
especificam se eram calvinistas ou membros das Igrejas Reformada Holandesa e
Cristã Reformada) são considerados responsáveis pelos martírios de Cunhaú e
Uruaçu, ocorridos em 1645. Entretanto, outros acadêmicos afirmam que essas
comunidades religiosas localizadas em Recife não tinham ramificações no Rio
Grande do Norte. Além disso, é sabido que em Pernambuco havia igrejas
protestantes de influência francesa e britânica, bem como a prática do
judaísmo. Conforme F. Varnhagen, "Nassau era um homem culto e
progressista. Ele ofereceu liberdade religiosa, permitindo a criação da
primeira sinagoga no Recife, denominada ('Kahal zur Israel'), em toda a
América". É cientificamente inadequado atribuir o massacre na região
potiguar apenas aos holandeses protestantes. Há historiadores que defendem que
Jacob Rabi, um judeu de origem alemã, era o líder dos ataques. Especialistas em
teologia e áreas relacionadas também ressaltaram que não todos os holandeses
daquele período eram protestantes, já que existiam católicos, judeus, ateus e
outros. Entre esses indígenas, havia seis da etnia potiguar, que passaram
alguns anos em cidades da Holanda e fundaram a Igreja Reformada Potiguara (1625-1692)
aqui.
É inegável
o martírio, a importância e a santidade dos bem-aventurados do Rio Grande do
Norte. No entanto, existem indícios de que os eventos ocorreram como uma reação
contra a Coroa Portuguesa e a Inquisição.
Portanto, a
motivação parece ser política antes de religiosa. Em busca da verdade
histórica, cristã e ecumênica, ao canonizarmos nossos santos, seria apropriado
elucidar a verdadeira autoria do massacre.
Se
realmente foram os protestantes, a que denominação pertenciam? Eram de fato
holandeses ou indígenas? Se não pertenciam ao protestantismo, quem seriam? Que
os bem-aventurados, em sua glória, inspirem historiadores e pesquisadores.
A ampliação territorial do Rio Grande se fundamentará no sistema
sesmarial. O funcionamento desse modelo envolvia as seguintes etapas:
1. O capitão-mor apresentava uma solicitação de concessão de
terras ao rei de Portugal em nome de um interessado qualquer.
2. O rei avaliava, segundo determinados critérios [riqueza
pessoal, capacidade administrativa], se aceitava ou não a proposta do
capitão-mor.
A implementação desse sistema de concessão de terras atendia
plenamente aos interesses comerciais da metrópole portuguesa, visto que
eliminava a pequena propriedade autossustentável e promovia a rentável
monocultura da cana-de-açúcar.
Na capitania do Rio Grande, a primeira concessão de terras ocorreu
em 1600, tendo como beneficiário o futuro capitão-mor João Rodrigues Colaço.
Ele recebeu uma área correspondendo a 800 braças ao longo do Rio Potengi. A
partir desse ano, houve diversas outras doações, destacando-se a realizada por
Jerônimo de Albuquerque, que concedeu sesmaria a seus filhos: Antônio e Matias
de Albuquerque] no vale de Canguaretama, além de uma concessão feita à Igreja
próxima à localidade de Povoação dos Reis.
Nas terras da família Albuquerque Maranhão, formou-se o primeiro
núcleo de colonização fora da Povoação dos Reis [Natal], assim como o primeiro
engenho da capitania. Enquanto a Povoação dos Reis era o centro político do Rio
Grande, Cunhaú se tornava o centro econômico da região. A partir dessa
localidade, a família Albuquerque Maranhão asseguraria a liderança na vida
política do Estado por gerações. No que diz respeito às terras da Igreja, é
importante ressaltar que essa concessão só ocorreu devido à colaboração dessa instituição
com o esforço colonial português, sendo notável o eficaz trabalho de
aculturação promovido pela catequese cristã.
Os colonos portugueses iniciaram a ocupação do interior do Estado,
seguindo as margens dos rios Potengi e Jundiaí. Para o norte, chegaram ao vale
de Ceará Mirim e, para o sul, à Zona da Mata, onde foi construído o engenho
Cunhaú.
A principal atividade econômica da capitania passaria a ser a
pecuária, deixando o açúcar em segundo plano. Nessa nova fase de colonização,
os indígenas seriam utilizados na derrubada de matas, na agricultura, na
construção de edificações, entre outras atividades.
O mais conhecido é sem dúvida Vicente Yáñez Pinzón, comandante da
embarcação La Niña, que fez parte da viagem liderada por Cristovão Colombo que
culminou no achado da América. Em 1498, os monarcas de Castela autorizaram
indivíduos a organizarem suas próprias viagens ao continente americano. Pinzón
levou um ano para planejar sua própria expedição, financiada com seus próprios
recursos, que partiu de Palos de La Frontera com quatro pequenas caravelas. Sua
tripulação era composta por amigos e familiares.
Eles chegaram a Cabo Verde antes do Natal de 1499, aguardando até 13 de janeiro do ano seguinte por condições favoráveis para a travessia do Atlântico. Em 21 de janeiro, eles cruzaram a linha do Equador.
No hemisfério sul, enfrentaram uma grande tempestade que os
impulsionou com mais rapidez em direção à América, economizando tempo. Levou-os
treze dias para realizar uma travessia que normalmente levaria um mês.
Ainda há discussões sobre o local onde Pinzón chegou. Ele desembarcou em 28 de janeiro de 1500; os portugueses afirmam que ele chegou ao cabo Orange, no extremo norte do Amapá, enquanto os espanhóis defendem que ele desembarcou no cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco, ou no cabo de São Roque, no Rio Grande do Norte, que foi batizado como Santa Maria da Consolación. As divergências aqui existem devido a interesses políticos, e não por questões de confirmação histórica. Contudo, seguindo a versão espanhola, encontramos na obra de D’Anghiera a primeira descrição dos indígenas potiguaras.
Os povos indígenas do Rio Grande do Norte representavam apenas
0,42% da população nativa brasileira, tornando-se, assim, o estado com a menor
quantidade de indígenas no Brasil.
Atualmente,
existem treze comunidades indígenas na região: os Sagi-Trabanda, localizados em
Baía Formosa, que se autodenominam Potiguara; os Catu, que estão em
Canguaretama e Goianinha, e se identificam como Potiguaras Eleotérios; os
Amarelão, situados em João Câmara, que dividem-se em várias comunidades como
Serrote de São Bento, Santa Terezinha, Marajó, Açuncena e Cachoeiras, todas
constituídas por um único povo conhecido como Mendonças Potiguaras do Amarelão.
Esses
indígenas têm, inclusive, migrado para a capital do estado, estabelecendo-se no
Conjunto Cidade Praia. Também há os Caboclos de Açú, que se consideram índios
Caboclos; a comunidade da Lagoa do Tapará, composta por Tapuias Trarairiús, uma
das tribos tapuias mais relevantes; e a Lagoa do Apodi, onde os índios se
reconhecem como Tapuias Paiacús. Em Natal, ainda podemos encontrar a comunidade
de Gamboa do Jaguaribe, que se identifica como potiguara. Apesar de tais dados,
a historiografia tradicional sustentou por muito tempo que os indígenas do Rio
Grande do Norte foram exterminados por doenças e conflitos ainda no período
colonial, não sobrando ninguém. Assim, Câmara Cascudo finaliza seu capítulo
sobre os indígenas do Rio Grande do Norte em sua obra História do Rio Grande do
Norte.
O entendimento político que ocorreu em junho de 1598 entre os portugueses e os potiguaras, após uma resistência significativa dos indígenas à incursão portuguesa na costa que hoje chamamos de Rio Grande do Norte, mais precisamente na foz do rio Potengi, deve ser visto como o ponto de partida da colonização portuguesa nessa área.
Analisar a ocupação e a colonização das terras que futuramente
viriam a ser denominadas Rio Grande sem considerar aspectos geográficos e
climáticos pode desvalorizar a influência dessas variáveis, tanto sobre a
configuração das comunidades indígenas existentes quanto sobre o processo de
ocupação pelos portugueses.
Ademais, é fundamental destacar que a colonização das terras do
Rio Grande não pode ser vista separadamente do interesse colonial espanhol, que
buscava garantir o domínio da costa da colônia. Após a União Ibérica em 1580,
era crucial estabelecer controle sobre o comércio realizado pelos franceses nas
áreas ao norte de Pernambuco, onde comerciantes atuavam livremente junto aos
indígenas locais. Nas praias do Rio Grande, em particular, os franceses
interagiam com os potiguaras e com tribos mais distantes, o que levou a coroa
espanhola a decidir, em 1597, enviar tropas para ocupar a costa e construir um
pequeno forte.
Vale frisar que a origem do Rio Grande é essencialmente militar,
constituindo um ponto estratégico para os portugueses na aquisição do
território, o que facilitou a continuidade da expansão rumo ao norte. Durante
as três décadas seguintes, até a invasão holandesa em 1633, a área ocupada
pelos portugueses no Rio Grande limitava-se a uma estreita faixa de terra ao
sul (aproximadamente 50 Km) em direção à Paraíba, enquanto os Tarairius
dominavam amplamente a região e se mostravam ferozes adversários dos Potiguara
e dos portugueses, embora também tenham feito comércio com os franceses.
Texto de Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
PROUS, André. O Brasil antes dos brasileiros: A pré-história de nosso país. Zahar, Rio de Janeiro, 2ª. Edição, 2007.
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Rio Grande do Norte. Disponível em: >(https://www.todamateria.com.br/rio-grande-do-norte/)<. Acesso em 04 de setembro de 2024.
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O negro na história do Rio Grande do Norte. Disponível em: >(https://www.snh2017.anpuh.org/resources/anais/54/1502841833_ARQUIVO_OnegronahistoriadorioGrandedoNorte2.pdf)<. Acesso em 11 de setembro de 2024.
Quem descobriu o Rio Grande do Norte? Disponível em: >(https://www.nataldasantigas.com.br/blog/quem-descobriu-o-rio-grande)<. Acesso em 12 de setembro de 2024.

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