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terça-feira, 22 de julho de 2025

Famílias colonizadoras do Maranhão e Grão-Pará

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Muitas famílias de Portugal migraram no início do período colonial junto aos Governos Gerais, geralmente familiares dos donatários. Primeiramente, com Tomé de Sousa, houve um grande grupo; depois, com Duarte da Costa, a quantidade foi menor, e com Mem de Sá, houve um tal volume que quase esvaziou Portugal. Essa migração foi impulsionada pelo desejo de escapar da peste espanhola, da miséria e das dívidas com a coroa e a igreja. Dessa forma, longe da pureza da metrópole, poderiam assumir o controle das capitanias desertas do Norte e do Nordeste como donatários. Um número considerável de famílias, que já eram descendentes dos chamados Bandeirantes e Sertanistas, incluindo netos de bandeirantes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, começou a buscar suas propriedades no interior do Brasil, especialmente nas regiões do Paraná, Mato Grosso e Pará. Também participaram desse processo de colonização outras famílias que, a pedido do rei de Portugal, vieram das Ilhas dos Açores, da Ilha de Cabo Verde e da Ilha da Madeira diretamente para Belém durante o período imperial. Além disso, muitos judeus convertidos, mouros e moçárabes foram incentivados a deixar a Península Ibérica durante a Inquisição em Portugal e na Espanha. Sem contar com a vasta quantidade de negros e pardos das colônias africanas, como Angola, Guiné, Congo e Moçambique, bem como da Ásia, incluindo Líbano, Síria e Turquia, que também se juntaram aos esforços das grandes navegações na América do Sul. Muitas outras famílias continuaram a chegar de Portugal e de outras nações desde o período colonial até a Independência, com a intenção de transformar vilarejos e sesmarias em feitorias, vilas e cidades. Além disso, mais de 300 famílias portuguesas ou oriundas de colônias portuguesas chegaram ao Brasil no final do período imperial.

Uma vez que os açorianos já haviam se estabelecido no Pará e no Maranhão, eles então decidiram enviar pessoas da Madeira. João fez um novo pedido de casais, desta vez de forma específica da Graciosa, que enfrentava uma grave crise agrícola, e o Rei atendeu prontamente a esse pedido. João Vieira dedicou-se totalmente e utilizou seus próprios barcos, além de alugar outros, esperando transportar 200 casais da Graciosa, a serem retirados da Ilha Terceira, pois naquela ilha não havia porto disponível. Contudo, apenas 30 casais se mostraram dispostos a ir, uma vez que uma boa colheita de vinhos no ano anterior fez com que os ilhéus preferissem permanecer na Graciosa, já que suas mentalidades se baseavam apenas em garantir a sobrevivência e temiam o que uma nova terra poderia trazer.

Ele fez uma nova tentativa em 1678, desta vez com o objetivo de trazer imigrantes das ilhas em geral. Alguns deles foram enviados e conseguiram se estabelecer em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, mas em quantidades pequenas. Isso ocorreu porque, apesar das aparências de apoio do Rei, desde o princípio da colonização e durante todas as etapas da história do Brasil, a região Sudeste sempre recebeu mais privilégios, e os imigrantes eram direcionados para lá por diversos fatores. No ano de 1876, durante o segundo império, apenas 60 casais dentre os 30.000 imigrantes dirigiram-se ao norte, mesmo com a falta de trabalhadores, pois não havia disposição política para isso, e os poucos açorianos que ficaram à mercê de suas próprias condições foram os responsáveis por desenvolver e manter as fronteiras brasileiras. (Luiz RIBEIRO, 2003).

No dia 31 de agosto de 1746, o rei Dom João V de Portugal informou os moradores das ilhas açorianas de que a Coroa estava oferecendo uma variedade de benefícios aos casais que escolhessem emigrar para o litoral sul do Brasil. Por meio de um edital amplamente divulgado nas nove ilhas do arquipélago, os benefícios da proposta eram claros: "haverá um grande alívio nas ilhas, pois seus habitantes não mais sofrerão, uma vez que os problemas da pobreza que todos enfrentam serão diminuídos; haverá grandes vantagens para o Brasil, uma vez que os imigrantes irão cultivar terras que ainda não foram exploradas."

Um total de 60 casais, somando mais de 300 indivíduos, veio se unir aos colonos iniciais, transformando a área em uma cidade oficialmente denominada Porto de São Francisco dos Casais, em honra a esses imigrantes. O êxito desse esforço de colonização garantiu ao Brasil a incorporação das terras localizadas mais ao sul do Estado de São Paulo, complementando as ações das Entradas e Bandeiras que, ao longo dos afluentes da margem esquerda do Rio Paraná, já haviam se infiltrado e dominado quase toda a bacia desse grande rio. É importante ressaltar que os açorianos aparecem na história brasileira em várias regiões. Além dos que se estabeleceram em Grão-Pará e Santa Catarina, outros se dispersaram por todo o Brasil. Hoje, mais de 1 milhão e 200 mil portugueses residem no Brasil, a maioria sendo açorianos e seus descendentes.

Dos 300 sobrenomes de bandeirantes luso-brasileiros, 50 sertanistas descendem de mais de 270 famílias de ilhéus portugueses que migraram para o Pará durante o período imperial. Além daqueles que já estavam presentes desde as administrações anteriores e aqueles que imigraram clandestinamente, mais de 1.000 famílias foram levadas para o norte e nordeste, e até hoje existem descendentes na Amazônia. Alguns dos que ainda têm representantes no Pará estão registrados, acompanhados de seus respectivos brasões e uma breve história de cada família.

Abreu, Aguiar, Albuquerque, Alcântara, Alencar, Almada, Almeida, Alves, Alvino ou Alvim, Amorim, Andrade, Amaral Aquino, Bandeira, Barbosa, Barros, Batista, Benevides, Belém, Bessa, Bezerra, Braga, Brandão, Brasil, Brito, Borges, Cabral, Caldas, Campos, Canuto, Carneiro, Carvalho, Castelo Branco, Castro, Cavalcante, Coelho, Correia/Corrêa, Costa, Coutinho, Dias, Duarte, Dutra, Falcão, Farias, Félix, Fernandes, Figueiredo, Florêncio, Fontes, Franco, Freire, Freitas e etc.

Durante o século XVII, vários assentamentos foram estabelecidos, enquanto a Amazônia ainda era controlada pela Coroa Espanhola. Esses povoados foram fundados como parte de uma estratégia do Governo Colonial Português, com o objetivo de ocupar regiões que não tinham sido divididas em capitanias, uma vez que estavam protegidas pelo Tratado de Tordesilhas. Esta área corresponde à atual região do Estado do Pará, que Portugal almejava tomar para seu domínio. Ao mesmo tempo, outras monarquias que já tinham expedientes exploratórios no local estavam em competição pela área amazônica, trazendo missões católicas de várias origens, como francesas, inglesas, holandesas, alemãs e irlandesas, para reivindicar a observância dos acordos internacionais entre as coroas europeias.  Muitas das vilas e cidades que surgiram inicialmente faziam parte dos esforços missionários de várias ordens e origens, com algumas apoiando a Espanha, outras os franceses, ingleses e holandeses, e algumas poucas defendendo Portugal, como o Padre Antônio Vieira e seus cônegos, todos explorando as riquezas da Amazônia em nome da fé católica. As viagens repetidas de europeus de diferentes nacionalidades, que estabeleceram plantações e construíram fortificações na Amazônia, provocaram o interesse hispano-lusitano pela conquista do norte do Brasil, onde esse domínio estava claramente ameaçado.

Francisco Caldeira Castelo Branco, que foi um dos heróis na expulsão dos franceses do Maranhão, teve a honra de liderar uma expedição de 200 homens, com a finalidade de remover os piratas estrangeiros do litoral norte e iniciar a colonização do que ficou conhecido como o "Império das Amazonas".

Com a assinatura do Tratado de Madri em 1758, o governo português começou a lidar com a questão ao instituir uma administração específica para a Amazônia. O marquês de Pombal alterou a denominação do Estado do Maranhão e Grão Pará para Estado do Grão Pará e Maranhão, movendo a sede de São Luís para Belém como uma estratégia administrativa e nomeou seu irmão, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, como Governador do novo estado. Além disso, criou a Capitania de São José do Rio Negro para reafirmar a soberania portuguesa na região.

Em 1772, Pombal fez outra reorganização do Estado do Grão Pará e Maranhão, criando o estado do Maranhão e Piauí, com a sede em São Luís, e o Estado do Grão Pará e Rio Negro, com a sede em Belém, estabelecendo uma administração exclusiva para a Amazônia, diretamente ligada a Lisboa, fora do Vice-Reinado que se transformou no Império do Brasil. A presença portuguesa no Estado do Grão Pará e rio Negro era extremamente forte, com controle absoluto sobre a Amazônia Colonial. Chegou a existir a ideia de um vice-reinado português em Belém, que incluiria a Amazônia, o Maranhão e o norte de Goiás, com autonomia de um novo país.

Dessa forma, sob pressão, a adesão da Província do Grão Pará e Rio Negro à Independência do Brasil significou a adesão da Amazônia. A Capitania Unida de São José e Rio Negro não aceitava mais sua associação com o Estado do Grão Pará. D. Pedro I e José Bonifácio desejavam que a Amazônia permanecesse fora do Império do Brasil, como uma Colônia Portuguesa.

Em 11 de agosto de 1823, o Brigue Maranhão atracou no Porto de Belém, liderado pelo inglês John Pascoe Greenfell, que forçou a Junta Governativa a apoiar a Independência do Brasil. Somente em maio de 1824, José de Araújo Rego passou a ser o Presidente da Nova Província. Embora houvesse desafios relacionados à distância, ao tempo e à lentidão nas decisões, a Capitania do Rio Negro, através de sua Junta Governativa, declarou sua adesão à Independência do Brasil em 9 de novembro de 1823, demonstrando a soberania brasileira sobre a antiga Amazônia Portuguesa. Mesmo estando sob a autoridade do Império Brasileiro, a Província do Grão Pará e Rio Negro ainda se encontrava sob o domínio de Portugal, que controlava a economia local e os cargos políticos e administrativos de Belém, o que descontentava os naturais da região, resultando em novas manifestações nativistas.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

WIEDERSPAHN, L . Colonização Açoriana do Brasil. Rio de Janeiro, 1979.

Famílias colonizadoras do Maranhão. Disponível em: >(https://www.webartigos.com/artigos/i-i-familias-colonizadoras-do-maranhao/94158)<. Acesso em 24 de setembro de 2024.

Batismos, família e escravidão no Maranhão. Disponível em: >(BATISMOS, FAMÍLIA E ESCRAVIDÃO NO MARANHÃO COLONIAL (Universidade Federal da Bahia))<. Acesso em 24 de setembro de 2024.

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