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Muitas famílias de Portugal migraram no início do
período colonial junto aos Governos Gerais, geralmente familiares dos
donatários. Primeiramente, com Tomé de Sousa, houve um grande grupo; depois,
com Duarte da Costa, a quantidade foi menor, e com Mem de Sá, houve um tal
volume que quase esvaziou Portugal. Essa migração foi impulsionada pelo desejo
de escapar da peste espanhola, da miséria e das dívidas com a coroa e a igreja.
Dessa forma, longe da pureza da metrópole, poderiam assumir o controle das
capitanias desertas do Norte e do Nordeste como donatários. Um número
considerável de famílias, que já eram descendentes dos chamados Bandeirantes e
Sertanistas, incluindo netos de bandeirantes de São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Bahia, começou a buscar suas propriedades no interior do Brasil,
especialmente nas regiões do Paraná, Mato Grosso e Pará. Também participaram
desse processo de colonização outras famílias que, a pedido do rei de Portugal,
vieram das Ilhas dos Açores, da Ilha de Cabo Verde e da Ilha da Madeira
diretamente para Belém durante o período imperial. Além disso, muitos judeus
convertidos, mouros e moçárabes foram incentivados a deixar a Península Ibérica
durante a Inquisição em Portugal e na Espanha. Sem contar com a vasta
quantidade de negros e pardos das colônias africanas, como Angola, Guiné, Congo
e Moçambique, bem como da Ásia, incluindo Líbano, Síria e Turquia, que também
se juntaram aos esforços das grandes navegações na América do Sul. Muitas
outras famílias continuaram a chegar de Portugal e de outras nações desde o
período colonial até a Independência, com a intenção de transformar vilarejos e
sesmarias em feitorias, vilas e cidades. Além disso, mais de 300 famílias
portuguesas ou oriundas de colônias portuguesas chegaram ao Brasil no final do
período imperial.
Uma vez que os açorianos já haviam se
estabelecido no Pará e no Maranhão, eles então decidiram enviar pessoas da
Madeira. João fez um novo pedido de casais, desta vez de forma específica da
Graciosa, que enfrentava uma grave crise agrícola, e o Rei atendeu prontamente
a esse pedido. João Vieira dedicou-se totalmente e utilizou seus próprios
barcos, além de alugar outros, esperando transportar 200 casais da Graciosa, a
serem retirados da Ilha Terceira, pois naquela ilha não havia porto disponível.
Contudo, apenas 30 casais se mostraram dispostos a ir, uma vez que uma boa
colheita de vinhos no ano anterior fez com que os ilhéus preferissem permanecer
na Graciosa, já que suas mentalidades se baseavam apenas em garantir a
sobrevivência e temiam o que uma nova terra poderia trazer.
Ele fez uma nova tentativa em 1678, desta vez com
o objetivo de trazer imigrantes das ilhas em geral. Alguns deles foram enviados
e conseguiram se estabelecer em Pernambuco e no Rio Grande do Norte, mas em
quantidades pequenas. Isso ocorreu porque, apesar das aparências de apoio do
Rei, desde o princípio da colonização e durante todas as etapas da história do
Brasil, a região Sudeste sempre recebeu mais privilégios, e os imigrantes eram
direcionados para lá por diversos fatores. No ano de 1876, durante o segundo
império, apenas 60 casais dentre os 30.000 imigrantes dirigiram-se ao norte,
mesmo com a falta de trabalhadores, pois não havia disposição política para
isso, e os poucos açorianos que ficaram à mercê de suas próprias condições
foram os responsáveis por desenvolver e manter as fronteiras brasileiras. (Luiz
RIBEIRO, 2003).
No dia 31 de agosto de 1746, o rei Dom João V de
Portugal informou os moradores das ilhas açorianas de que a Coroa estava
oferecendo uma variedade de benefícios aos casais que escolhessem emigrar para
o litoral sul do Brasil. Por meio de um edital amplamente divulgado nas nove
ilhas do arquipélago, os benefícios da proposta eram claros: "haverá um
grande alívio nas ilhas, pois seus habitantes não mais sofrerão, uma vez que os
problemas da pobreza que todos enfrentam serão diminuídos; haverá grandes
vantagens para o Brasil, uma vez que os imigrantes irão cultivar terras que
ainda não foram exploradas."
Um total de 60 casais, somando mais de 300
indivíduos, veio se unir aos colonos iniciais, transformando a área em uma
cidade oficialmente denominada Porto de São Francisco dos Casais, em honra a
esses imigrantes. O êxito desse esforço de colonização garantiu ao Brasil a
incorporação das terras localizadas mais ao sul do Estado de São Paulo,
complementando as ações das Entradas e Bandeiras que, ao longo dos afluentes da
margem esquerda do Rio Paraná, já haviam se infiltrado e dominado quase toda a
bacia desse grande rio. É importante ressaltar que os açorianos aparecem na
história brasileira em várias regiões. Além dos que se estabeleceram em
Grão-Pará e Santa Catarina, outros se dispersaram por todo o Brasil. Hoje, mais
de 1 milhão e 200 mil portugueses residem no Brasil, a maioria sendo açorianos
e seus descendentes.
Dos 300 sobrenomes de bandeirantes
luso-brasileiros, 50 sertanistas descendem de mais de 270 famílias de ilhéus
portugueses que migraram para o Pará durante o período imperial. Além daqueles
que já estavam presentes desde as administrações anteriores e aqueles que
imigraram clandestinamente, mais de 1.000 famílias foram levadas para o norte e
nordeste, e até hoje existem descendentes na Amazônia. Alguns dos que ainda têm
representantes no Pará estão registrados, acompanhados de seus respectivos
brasões e uma breve história de cada família.
Abreu, Aguiar, Albuquerque, Alcântara, Alencar,
Almada, Almeida, Alves, Alvino ou Alvim, Amorim, Andrade, Amaral Aquino,
Bandeira, Barbosa, Barros, Batista, Benevides, Belém, Bessa, Bezerra, Braga,
Brandão, Brasil, Brito, Borges, Cabral, Caldas, Campos, Canuto, Carneiro,
Carvalho, Castelo Branco, Castro, Cavalcante, Coelho, Correia/Corrêa, Costa,
Coutinho, Dias, Duarte, Dutra, Falcão, Farias, Félix, Fernandes, Figueiredo,
Florêncio, Fontes, Franco, Freire, Freitas e etc.
Durante o século XVII, vários assentamentos foram
estabelecidos, enquanto a Amazônia ainda era controlada pela Coroa Espanhola.
Esses povoados foram fundados como parte de uma estratégia do Governo Colonial
Português, com o objetivo de ocupar regiões que não tinham sido divididas em
capitanias, uma vez que estavam protegidas pelo Tratado de Tordesilhas. Esta
área corresponde à atual região do Estado do Pará, que Portugal almejava tomar
para seu domínio. Ao mesmo tempo, outras monarquias que já tinham expedientes
exploratórios no local estavam em competição pela área amazônica, trazendo
missões católicas de várias origens, como francesas, inglesas, holandesas,
alemãs e irlandesas, para reivindicar a observância dos acordos internacionais
entre as coroas europeias. Muitas das
vilas e cidades que surgiram inicialmente faziam parte dos esforços
missionários de várias ordens e origens, com algumas apoiando a Espanha, outras
os franceses, ingleses e holandeses, e algumas poucas defendendo Portugal, como
o Padre Antônio Vieira e seus cônegos, todos explorando as riquezas da Amazônia
em nome da fé católica. As viagens repetidas de europeus de diferentes
nacionalidades, que estabeleceram plantações e construíram fortificações na
Amazônia, provocaram o interesse hispano-lusitano pela conquista do norte do
Brasil, onde esse domínio estava claramente ameaçado.
Francisco Caldeira Castelo Branco, que foi um dos
heróis na expulsão dos franceses do Maranhão, teve a honra de liderar uma
expedição de 200 homens, com a finalidade de remover os piratas estrangeiros do
litoral norte e iniciar a colonização do que ficou conhecido como o
"Império das Amazonas".
Com a assinatura do Tratado de Madri em 1758, o
governo português começou a lidar com a questão ao instituir uma administração
específica para a Amazônia. O marquês de Pombal alterou a denominação do Estado
do Maranhão e Grão Pará para Estado do Grão Pará e Maranhão, movendo a sede de
São Luís para Belém como uma estratégia administrativa e nomeou seu irmão,
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, como Governador do novo estado. Além
disso, criou a Capitania de São José do Rio Negro para reafirmar a soberania
portuguesa na região.
Em 1772, Pombal fez outra reorganização do Estado
do Grão Pará e Maranhão, criando o estado do Maranhão e Piauí, com a sede em
São Luís, e o Estado do Grão Pará e Rio Negro, com a sede em Belém,
estabelecendo uma administração exclusiva para a Amazônia, diretamente ligada a
Lisboa, fora do Vice-Reinado que se transformou no Império do Brasil. A
presença portuguesa no Estado do Grão Pará e rio Negro era extremamente forte,
com controle absoluto sobre a Amazônia Colonial. Chegou a existir a ideia de um
vice-reinado português em Belém, que incluiria a Amazônia, o Maranhão e o norte
de Goiás, com autonomia de um novo país.
Dessa forma, sob pressão, a adesão da Província
do Grão Pará e Rio Negro à Independência do Brasil significou a adesão da
Amazônia. A Capitania Unida de São José e Rio Negro não aceitava mais sua
associação com o Estado do Grão Pará. D. Pedro I e José Bonifácio desejavam que
a Amazônia permanecesse fora do Império do Brasil, como uma Colônia Portuguesa.
Em 11 de agosto de 1823, o Brigue Maranhão
atracou no Porto de Belém, liderado pelo inglês John Pascoe Greenfell, que
forçou a Junta Governativa a apoiar a Independência do Brasil. Somente em maio
de 1824, José de Araújo Rego passou a ser o Presidente da Nova Província.
Embora houvesse desafios relacionados à distância, ao tempo e à lentidão nas
decisões, a Capitania do Rio Negro, através de sua Junta Governativa, declarou
sua adesão à Independência do Brasil em 9 de novembro de 1823, demonstrando a
soberania brasileira sobre a antiga Amazônia Portuguesa. Mesmo estando sob a
autoridade do Império Brasileiro, a Província do Grão Pará e Rio Negro ainda se
encontrava sob o domínio de Portugal, que controlava a economia local e os
cargos políticos e administrativos de Belém, o que descontentava os naturais da
região, resultando em novas manifestações nativistas.
Texto de Eugênio Pacelly Alves
Referências bibliográficas:
WIEDERSPAHN, L . Colonização Açoriana do Brasil. Rio de Janeiro, 1979.
Famílias colonizadoras do Maranhão. Disponível em: >(https://www.webartigos.com/artigos/i-i-familias-colonizadoras-do-maranhao/94158)<. Acesso em 24 de setembro de 2024.
Batismos, família e escravidão no Maranhão. Disponível em: >(BATISMOS, FAMÍLIA E ESCRAVIDÃO NO MARANHÃO COLONIAL (Universidade Federal da Bahia))<. Acesso em 24 de setembro de 2024.
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