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terça-feira, 19 de agosto de 2025

Genealogia de Manuel Vaz Carrasco de 1673 a 1780

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Manuel Vaz Carrasco, nascido aproximadamente em 1673, filho do Capitão Francisco Vaz Carrasco e Brites de Vasconcellos. Casou-se com Luzia de Sousa Vasconcelos, ela sendo filha de Sebastião Leitão de Vasconcelos e Ignez de Sousa. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. São eles:

1. Maria de Goes Vasconcelos, nascida aproximadamente em 1697 e se casou com Nicácio de Aguiar e Oliveira, ele sendo filho de Nicácio Aguiar e Oliveira, assim como da Madalena de Sá. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. São eles:

1.1. Antônio Vaz Carrasco, nascido aproximadamente em 1729 e se casou com Francisca Duarte Vieira, ela sendo filha do Capitão Inácio Dias Quaresma e Bernarda Duarte Pinheiro. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. São eles:

1.1.1. Antônia

1.1.2. Antônio Carrasco Vieira

1.1.3. Antônio Duarte


1.2. Vicente Ferreira de Aguiar, nascido aproximadamente em 1744 e se casou com Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

1.2.1. Manoel Ferreira de Aguiar

1.2.2. Isabel Francisca da Conceição

1.2.3. Maria Victória do Nascimento

1.2.4. Miguel Arcanjo Bezerra

1.2.5. Vicente Bezerra Cavalcante


1.3. Nicácio de Aguiar e Oliveira, se casou com Tecla Rodrigues Pinheiro. Desse matrimônio tiveram 01 filho. É ele:

1.3.1. Nicácio de Aguiar e Oliveira


2. Sebastiana de Vasconcellos, nascida aproximadamente em 1708 e se casou com João Dias Ximenes de Aragão, ele sendo filho de Domingos San Thiago Montenegro e Lourença Aguiar Dias Ximenes. Desse matrimônio tiveram 06 filhos. São eles:

2.1. Ignácio de Aragão Osório, nascido aproximadamente em 1720 e se casou com Maria Francisca de Jesus. Desse matrimônio tiveram 07 filhos. São eles:

2.1.1. Felipe de Aragão Osório, nascido aproximadamente em 1748 e se casou com Bibiana Matildes da Silva, ela sendo filha de Manoel Nunes da Silva e Francisca das Chagas Coelho. Desse matrimônio tiveram 01 filha. 

2.1.2. Antônia Lourenço de Aragão, nascida aproximadamente em 1752 e se casou com o Capitão Aniceto Nunes da Silva, ele sendo filho de Manoel Nunes da Silva e Francisca das Chagas Coelho. Desse matrimônio tiveram 10 filhos. 

2.1.3. Thereza de Aragão Osório, nascida aproximadamente em 1760 e se casou com Miguel da Fonseca, ele sendo filho de Antônio Rodrigues da Fonseca Rêgo e Vicência Maria da Conceição. Desse matrimônio tiveram 03 filhos. 

2.1.4. João Oliveira de Aragão Osório, nascido aproximadamente em 1768 e se casou com Antônia Ximenes de Aragão, ela sendo filha do Capitão Tomé Ximenes Madeira de Vasconcelos e Margarida Nunes Barbosa.  

2.1.5. Bernarda de Aragão Osório, se casou com o Capitão Manoel Antônio dos Santos.

2.1.6. Escholástica de Aragão Ozório, se casou com José Martins de Oliveira Dias.

2.1.7. Maria José Barbosa


2.2. Capitão Tomé Ximenes Madeira de Vasconcelos, nascido aproximadamente em 1731 e se casou com Margarida Nunes Barbosa, ela sendo filha de Cypriano Barbosa Pereira e Beatriz Nunes Barbosa. Desse matrimônio tiveram 08 filhos. São eles:

2.2.1. Josefa Ximenes Madeira de Vasconcelos

2.2.2. Maria José da Conceição

2.2.3. Anacleto Francisco Ximenes de Aragão

2.2.4. Antônia Rita Ximenes de Aragão

2.2.5. João Ximenes de Aragão

2.2.6. Thomé Ximenes Madeira de Vasconcelos Filho

2.2.7. Sebastiana Inácia Ximenes de Aragão

2.2.8. Manoel José Ximenes de Vasconcelos


2.3. Manuel Ximenes de Aragão, nascido aproximadamente em 1747 e se casou com Antônia Maria da Páscoa, ela sendo filha do Capitão Jozé da Paschoa Lauretto e Maria Madeira Abrantes. Desse matrimônio tiveram 09 filhos. São eles:

2.3.1.  Maria Maximiana da Conceição

2.3.2. José Francisco Ximenes de Aragão

2.3.3. Rita Maria de Jesus Ximenes de Aragão

2.3.4. Theodora Ximenes de Aragão

2.3.5. Joaquim José Ximenes de Aragão

2.3.6. Raimundo Nonato Ximenes de Aragão

2.3.7. Francisco Ximenes de Aragão

2.3.8. Angélica Ximenes de Aragão

2.3.9. Margarida Ximenes de Aragão


2.4. Joaquim Ximenes de Vasconcelos, nascido aproximadamente em 1750.

2.5. Rita Maria do Monte do Carmo, nascida aproximadamente em 1751.

2.6. Joana Maria de Jesus, nascida aproximadamente em 1753 e se casou com José Marques.


3. Manuel Vaz da Silva, nascido aproximadamente em 1713 e em 1ª núpcia se casou com Maria Bezerra Montenegro, ela sendo filha de Felipe Bezerra Montenegro e Maria Montenegro.

Manuel, em 2ª núpcia se casou com Perpétua Ferreira da Penha, ela sendo filha do Major Francisco Ferreira da Ponte e Silva, assim como da Maria da Costa. Desse matrimônio tiveram 05 filhos. São eles:

3.1. Rosa, nascida aproximadamente em 1763.

3.2. José Ferreira Leite, nascido em 1767 em Sobral/CE e se casou com Albina Custódio Dorneles, ela sendo filha de Antônio Pereira Lima e Anna Maria de Jesus.

3.3. Francisco Manoel dos Santos, se casou com Francisca Bernarda de Oliveira, ela sendo filha de João de Oliveira Almeida e Ana Maria de Araújo. Desse matrimônio tiveram 01 filha. 

3.4. Manuel Vaz da Silva, se casou com Rosa Maria da Soledade, ela sendo filha de Feliciano Gomes e Ana Gomes da Soledade.

3.5. Rosa Maria da Encarnação, se casou com José Felipe de Carvalho, ele sendo filho de José de Carvalho e Ana Maria de Barros. Desse matrimônio tiveram 01 filha.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Manuel Vaz Carrasco. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L8GK-F55)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Luzia de Sousa Vasconcelos. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L6CL-HJ1)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Maria de Goes Vasconcelos. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L4QF-XLD)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

Sebastiana de Vasconcellos. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/G4QG-DC6)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Manuel Vaz da Silva. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/details/L14T-57P)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Origem do sobrenome Arcoverde no Brasil

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O termo "Arcoverde" deriva de raízes indígenas, significando "árvore verde", em alusão à flora da área onde se encontra a cidade de Arcoverde, no estado de Pernambuco, Brasil.

Um dos indivíduos mais notáveis do sul do litoral potiguar foi André de Albuquerque Maranhão Arcoverde, conhecido por seus atos de violência na antiga Província. O nome André era comum entre seus familiares, incluindo seu avô, tio, primos e até mesmo seu filho, especialmente na transição do século XVIII para o XIX. Isso pode ser relacionado ao padre André de Soveral, uma figura relevante no massacre de Cunhau, que ocorreu no século XVII.

O sobrenome Arcoverde foi transmitido pela tetravó de André, uma índia tabajara que, ao se unir a Jerônimo de Albuquerque, passou a ser conhecida como Maria do Espírito Santo Arcoverde. A escolha desse sobrenome da família foi influenciada pelas revoltas nativistas e pelo crescente nacionalismo, que promovia sentimento de orgulho nacional. Ele morava em uma propriedade particular, onde fazia suas próprias leis. André poderia ter se tornado o vingador de seu tio homônimo, que foi considerado mártir em 1817. Em suas forças particulares, havia o negro Simplício, apelidado de "Cobra Verde", que estava sempre armado com uma arma chamada "Meio Berro". Cascudo afirmava que essa arma "havia matado uma novilha antes de terminar o berro que começara". Essa famosa espingarda do Estado, que passou por várias gerações, acabou no Instituto Histórico. Com seu cano serrado, muitos acreditavam que isso contribuía para sua precisão e poder letal.

É intrigante como uma arma desse tipo, uma carabina Minié, poderia já estar em uso durante o Cunhau na primeira metade do século XIX, visto que esse modelo de armamento foi desenvolvido com nova tecnologia balística em 1847, oferecendo um carregamento mais rápido. Ela chegou ao Brasil em 1857 e teve uso significativo na Guerra do Paraguai. O cano serrado tornava o uso mais prático para o atirador.

Olavo de Medeiros destacou o desejo de Arcoverde por modernizar sua produção de açúcar, adquirindo um engenho avançado. Isso o colocava à frente de seu tempo nesse aspecto. Por essa razão, ele tinha um grande interesse em terras férteis na área e almejava apoderar-se das propriedades de seus irmãos solteiros, José Inácio e Maria Cunhau, que não tinham filhos diretos. Ignorando as histórias em torno de sua figura, ele parecia ter um bom senso em seus investimentos.

No entanto, existem textos que afirmam que a linhagem Arcoverde tem suas origens na localidade de Arcoverde, situada no estado de Pernambuco, na parte nordeste do Brasil. Essa família é uma das mais antigas do Brasil, com raízes que remontam ao século XVI. A dinastia é reconhecida por sua contribuição à história brasileira, particularmente durante a época colonial. A família Arcoverde se destaca como uma das mais prósperas e influentes do Brasil. Ela possui significativas riquezas em vários segmentos da economia nacional, abrangendo as áreas financeira, imobiliária, agrícola e de mineração.

 

André de Albuquerque Maranhão Arcoverde

Coronel, originário de Canguaretama-RN, nasceu em 4 de maio de 1775 e morreu em 26 de abril de 1817. Um grande proprietário da usina Cunhau, investiu todo seu prestígio como um homem rico e influente na instauração do regime republicano. Quando a Revolução de 1817 irrompeu no Recife, um movimento com a República como um de seus principais objetivos, André de Albuquerque recebeu aconselhamento de José Inácio Borges, José da Capitania do Rio Grande do Norte. Inicialmente, ele cedeu; mas logo alterou sua posição, devido a suas afinidades com o movimento. O governador tentou, em vão, convencê-lo a desistir de seu ideal republicano, após uma longa conferência ocorrida no Engenho Belém, localizado próximo à cidade de Nísia Floresta.

Em 25 de março de 1817, ao retornar a Natal, o governador é cercado e preso por André e seu primo e cunhado do mesmo nome, à frente de 400 homens. A Revolução tem sucesso três dias depois, quando entram em Natal sem enfrentar resistência. No dia seguinte, uma junta provisória de governo é formada por coronel André de Albuquerque e pelo padre Feliciano José Dorneles, coronel Joaquim José do Rego Barros e outras figuras militares. Os holandeses afirmam unanimemente que André de Albuquerque foi responsável por sua própria queda, pois não colocou em prática nenhuma das ideias revolucionárias que defendia, isolando-se assim no poder. Ocorrem defecções em suas fileiras.

O CapitãoAntônio Germano, que fazia parte da junta, começa a promover a contrarrevolução nos quartéis. Em 25 de abril de 1817, um mês após o triunfo da revolução, o palácio é invadido, resultando na prisão de André de Albuquerque. Ele tenta se lançar pela janela do palácio, mas um militar o impede, e um oficial o fere com uma espada no abdômen por baixo da mesa; caído e com vísceras expostas, ele morre no dia seguinte, sem assistência médica. Seu corpo é amarrado a um tronco e levado para a cidade, sendo exposto à indignação pública. Nas ruas, a multidão grita vivas a D. João VI.

O capitão Antônio José Leite reivindica a responsabilidade pela morte do coronel, recebe uma condecoração e, mais tarde, a família Maranhão busca vingança. No Dicionário Biográfico de Pernambuco Célebres, de Francisco Augusto Pereira da Costa, há uma menção a uma versão que indica que ele teria nascido em Ericeira, Portugal, em 1621.

Reconhecido como general de cavalaria e herói, atuou no Brasil e depois na Europa. Seu avô materno também se chamava André de Albuquerque, era fidalgo da casa real, alcaide da vila de Igarassu, Pernambuco, e governador da Paraíba. Ele faleceu em Natal, em 26 de abril de 1817.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

O brigadeiro Arcoverde: o homem e a lenda. Disponível em: >(O brigadeiro Arcoverde: o homem e a lenda (Tribuna do Norte))<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

A trajetória da família indígena Arcoverde. Disponível em: >(A trajetória da família indígena Arcoverde (Jean Paul Gouveia Meira))<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Qual a história e origem do sobrenome e família "Arcoverde"? Disponível em: >(Qual a história e origem do sobrenome e família "Arcoverde"? (Nomes e Sobrenome))<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Zumbi dos Palmares e o Brasil que resiste: A história que precisamos reconhecer

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Durante o período de escravidão no Brasil, indivíduos negros procuravam lugares isolados para se esconder e viver em liberdade. Esses lugares foram denominados quilombos. A perspectiva da escravidão promovida pela narrativa “oficial” continua a influenciar a consciência coletiva, resultando em uma falta de reconhecimento apropriado da resistência e das lutas da população negra por parte da sociedade. Apenas com a promulgação da Constituição Federal em 1988, a temática quilombola começou a ser incluída nas orientações das políticas públicas do Governo Federal, em grande parte devido à articulação de grupos sociais. Entre as demandas das comunidades remanescentes dos quilombos, destaca-se a busca por títulos de propriedade da terra.

Impactados pela histórica concentração de terras no Brasil, os quilombolas batalham por sua autonomia. Para esse grupo, a terra significa muito mais do que um local de cultivo. Ela representa identidade, cultura, bens materiais e imateriais, além de conexões sociais. Dessa forma, a concepção de terra está fortemente ligada ao quilombo.


Zumbi dos Palmares

(Edilásio Cavalcanti)

Zumbi dos Palmares nasceu no Quilombo do Palmares, provavelmente em torno de 1655. Ele era neto da princesa negra Aqualtune e sobrinho de Ganga Zumba e Gana Zona, líderes das mais importantes comunidades do quilombo, que era composto por várias aldeias.

Seu nome, Zumbi, foi escolhido para invocar o deus da guerra. De acordo com a lenda, Zumbi foi educado por um padre que lhe proporcionou certa formação, mas, ainda na juventude, retornou ao convívio de seu povo.

Durante o período colonial do Brasil, desde o ano de 1600, diversos escravos que escapavam das plantações de açúcar já se abrigavam na serra da Barriga, hoje parte do Estado de Alagoas. Entre 1602 e 1608, duas expedições lideradas por Bartolomeu Bezerra chegaram até a serra sem sucesso em encontrar os fugitivos.

Em 1630, o quilombo já havia se estabelecido. Naquela época, Pernambuco estava sob controle holandês, e o conflito fazia com que mais escravos buscassem abrigo em Palmares, já reconhecido por esse nome.

Entre 1644 e 1645, foram realizadas expedições holandesas com a intenção de acabar com o quilombo, mas não obtiveram sucesso. Em 1654, os holandeses foram banidos do Nordeste, e a crise econômica reduziu a demanda por trabalho escravo. Nessa época, Palmares se estendia como uma larga faixa no setor norte do baixo rio São Francisco, atualmente no Estado de Alagoas.

Zumbi dos Palmares cresceu livre no quilombo. Ele só conhecia a escravidão através das histórias aterrorizantes contadas pelos mais velhos, que falavam das mortes nos porões dos navios e da opressão nas casas de escravos. Ele se casou com a guerreira Dandara, com quem teve 03 filhos.

De um simples abrigo para escravos fugitivos, Palmares evoluiu para um núcleo de resistência contra o sistema escravista. Apesar do comércio próspero entre Palmares e os colonos locais, a tranquilidade era passageira. Os proprietários de terras não poderiam permitir que os quilombos incitassem a fuga de escravos.

Entre os anos de 1671 e 1674, foram organizadas duas expedições contra o quilombo, mas elas tiveram pouca eficácia. Em 1675, com a invasão liderada por Manuel Lopes, foi revelada a ampla região de Palmares, onde existiam mais de duas mil construções protegidas por estacas. Nas batalhas que se seguiram, Zumbi foi atingido por projéteis duas vezes, mas persistiu em sua luta. Sua fama e coragem começaram a se transformar em um mito.

Em 1677, Fernão Carrilho, que foi enviado pelo governador de Pernambuco, Pedro de Almeida, atacou a povoação de Aqualtune. Ganga Zumba e a maior parte de seu povo conseguiram escapar. Depois de uma sequência de triunfos, Carrilho fundou um assentamento na área central de Palmares.

Em 1678, Ganga Zumba enviou para Recife três de seus filhos juntamente com mais doze homens negros com um mensageiro do governador, buscando estabelecer um acordo de paz. Palmares alcançou o reconhecimento como vila, e Ganga Zumba se tornou o mestre-de-campo. Zumbi não aceita o tratado de paz criado por Ganga Zumba; para ele, a luta vai além da liberdade pessoal, incluindo a libertação dos que ainda estão escravizados. Recebeu a ajuda de diversas comunidades. Ganga Zumba perde influência, é envenenado, e Zumbi se torna o novo líder militar, enfrentando várias batalhas sangrentas.

Em 1691, o bandeirante Domingos Jorge Velho, liderando mais de mil homens, ataca o mocambo do Macaco, onde Zumbi liderava a resistência. Após vários confrontos, Zumbi foge para Porto Calvo. Em 1694, um novo ataque arrasa o quilombo. Sob o comando de Zumbi e fortificados na serra da Barriga, os quilombolas lutam até a morte.

Zumbi dos Palmares é preso em 20 de novembro de 1695, após ser traído por um prisioneiro que trocou sua liberdade pela dele; ele é decapitado e sua cabeça levada para Recife, onde, a mando do governador, é exposta publicamente.

Em tributo a Zumbi, o Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro.

  


Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Quilombolas no Brasil. Disponível em: >(https://cpisp.org.br/direitosquilombolas/observatorio-terras-quilombolas/quilombolas-brasil/)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Quilombo. Disponível em: >(https://genealogiapratica.com.br/2022/08/22/quilombo/)<. Acesso em 28 de outubro de 2024.

Zumbi dos Palmares Francisco. Disponível em: >(https://www.familysearch.org/pt/tree/person/about/GQLV-5V4)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Família Azevedo: de Portugal para o Jardim Seridó

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Entre os anos de 1700 a 1750, o português Antônio de Azevedo Maia, que tinha ascendência de Dom Miguel de Azevedo, pertencente à linha do Esquivo em Portugal, e era filho de José Antônio de Azevedo Maia e Isabel Alves Maia, ambos permaneceram em sua terra natal. Antônio decidiu imigrar para o Brasil com outros membros da família, estabelecendo-se na Paraíba. Essa mudança foi incentivada por seu tio, capitão Pedro da Costa Azevedo, que já em 1710 estava registrando terras nos sertões da Paraíba. Antônio nasceu em Portugal no ano de 1706 e em 1730 contraiu matrimônio na Paraíba com Josefa Maria Valcácer de Almeida Azevedo, filha do capitão Paulo Gonçalves de Almeida e de MariaValcácer de Almeida, sob a influência de seu tio mencionado anteriormente.

Movido pelo espírito dos antigos heróis, ele foi um dos que viajaram ao Rio Grande do Norte, cruzando a serra da Borborema, para se estabelecer na região do Seridó, onde fundou uma plantação e construiu uma família numerosa. Antônio faleceu em Caicó, antiga vila do Príncipe, no dia 28 de novembro de 1796, aos noventa anos. Essa informação é relatada pelo historiador e genealogista Sebastião de Azevedo Bastos, do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, nas páginas 15 e 16 de sua obra "No Roteiro dos Azevedo e Outras Famílias do Nordeste".

Antônio de Azevedo Maia, o segundo portador desse nome e filho do original Antônio de Azevedo Maia, também português, casou-se com Micaela Dantas Pereira, filha de Caetano Dantas Correia, que foi o fundador de Carnaúba dos Dantas, e de Josefa de Araújo Pereira. Ele adquiriu, através da compra ao sargento-mor Alexandre Nunes Maltez, a fazenda chamada “Conceição”, da qual doou seiscentas braças de terra para a formação do patrimônio de Nossa Senhora da Conceição, levando, assim, à fundação da vila de Conceição do Azevedo, que atualmente é a cidade de Jardim do Seridó, neste Estado.

É incorretamente registrado no livro de Tombo da Paróquia de Acari que a escritura referente à doação do patrimônio mencionado foi redigida na vila de Iguaçu, no Estado de Pernambuco, em 1790.

No entanto, isso representa um erro significativo, pois a escritura que foi elaborada naquela vila pernambucana correspondia à compra da fazenda “Conceição”, realizada pelo sargento-mor Alexandre Nunes Maltez, que a vendeu a Antônio de Azevedo Maia. A escritura da doação, em questão, foi feita na própria fazenda “Conceição”, local onde residiam os doadores, pelo tabelião Antônio Vaz Ferreira. Na mesma fazenda, o patriarca Antônio de Azevedo Maia formou uma grande família e viveu até sua morte em 1 de maio de 1822, aos oitenta anos, com a assistência do padre Manoel Teixeira da Fonseca.

Assim, com a fundação da vila e a criação do patrimônio da freguesia, Antônio de Azevedo Maia solicitou autorização eclesiástica para construir a capela correspondente, e essa permissão foi concedida por despacho do Bispo de Olinda em 20 de maio de 1790, conforme informações do padre Francisco de Brito Guerra, vigário do Seridó, na vila do Príncipe, atual cidade de Caicó.

Após a conclusão da capela, no dia 12 de novembro de 1808, Antônio de Azevedo Maia requereu, para ele e sua família, o direito de sepultamento na igreja que acabara de ser construída, o que foi autorizado em despacho de 14 de março de 1809, pelo mencionado Bispo de Olinda, Dom José Joaquim da Cunha Azevedo.

Antônio de Azevedo Maia, que é o segundo com esse nome, casou-se com Micaela Dantas Pereira, filha de Caetano Dantas Correia e Josefa de Araújo Pereira. Entre os anos de 1760 e 1770, ele estabeleceu uma fazenda de criação em terrenos adquiridos do sargento-mor Alexandre Nunes Maltez, localizada na área onde os rios Cobra e Seridó se encontram, sendo um deles a leste e o outro a oeste, onde as águas de um se juntam ao outro.

Nesse local, formou sua família e teve muitos filhos, que se ligaram à grande família dos Dantas Correia e Araújo Pereira, habitantes das zonas ribeirinhas do Seridó. A propriedade, conhecida como "Conceição", tornou-se o núcleo da comunidade que viria a ser Conceição de Azevedo, ligando-se à vila de Jardim e à cidade de Jardim do Seridó.

Em 2 de maio de 1790, Antônio de Azevedo Maia e sua esposa solicitaram autorização para construir uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição, nas terras que doaram para seu patrimônio. O povoado que se formou a partir disso recebeu uma escola primária, estabelecida por uma lei de 1856, voltada inicialmente para meninos, e, posteriormente, por outra lei de 4 de dezembro de 1871, para meninas. A lei provincial de 4 de setembro de 1855 criou a freguesia de Nossa Senhora da Conceição, o que representou um marco significativo para a localidade.

Logo a comunidade prosperou e começou a merecer a atenção do governo provincial, que, por meio da lei nº 407 de 1º de setembro de 1956, a transformou em vila com o nome de Jardim, a sede do município com o mesmo nome, sendo oficialmente inaugurada em 4 de julho de 1859, quando a Câmara Municipal funcionou pela primeira vez sob a presidência do major José Barbosa Cordeiro. Segundo a tradição, o nome Conceição do Azevedo foi alterado para vila do Jardim, inspirado pelo belo jardim cultivado pelo capitão Miguel Rodrigues Viana, um renomado artista de sua época, que deixou descendência ilustre e numerosa, a qual, seguindo os passos artísticos do pai, buscou caminhos mais avançados.

A lei provincial n. 33, de 4 de setembro de 1856, elevou a capela da Conceição do Azevedo ao status de igreja matriz e a localidade à categoria de freguesia, levando logo a pensar na construção de um templo maior, que serviria como sede da nova paróquia. A pequena capela da Conceição do Azevedo gradualmente deu origem à grande e atual matriz, cuja construção começou no formato atual no ano de 1860. O padre Francisco Justino Pereira de Brito foi o principal responsável por essa realização, tendo iniciado a obra naquele ano e avançado até os corredores laterais.

A igreja do Sagrado Coração de Jesus foi erguida entre 1888 e 1892 no "Alto da Boa Vista", utilizando recursos da população, eficientemente geridos e apoiados pelo coronel José Tomaz de Aquino Pereira.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Você faz parte da família Azevedo? Disponível em: >(Você faz parte da família Azevedo? (bento genealogista))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Subsídios para a história de Jardim do Seridó. Disponível em: >(Subsídios para a história de Jardim do Seridó)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Povoamento do Nordeste.  Disponível em: >(Povoamento do Nordeste (José Augusto))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

Antigas famílias do Rio Grande do Norte. Disponível em: >(Antigas famílias do Rio Grande do Norte – Ribeiro (Mipibu) / Azevedo Maia, Dantas Correia, Medeiros (Seridó))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Livro de Mórmon: Outro testamento de Jesus Cristo

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Desde a sua primeira edição em inglês, que ocorreu em 1830, o Livro de Mórmon foi traduzido completamente para 82 idiomas, totalizando mais de 150 milhões de cópias impressas. É visto como "o fundamento" da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A congregação sempre o considera como escritura desde o começo.

Isso não significa que o Livro de Mórmon toma o lugar da Bíblia em relação às escrituras para os membros da Igreja. Ambos os textos, a Bíblia e o Livro de Mórmon, são lidos e estudados juntos.

Os fiéis da Igreja SUD também veem o Livro de Mórmon como um relato de civilizações antigas que habitaram as Américas.

Conforme é contado, uma dessas civilizações teve origem em um homem chamado Leí, que deixou Jerusalém com sua família cerca de 600 A.C. Eles foram até a costa, construíram um barco e viajaram até o continente americano.

Após comemorar a chegada ao Novo Mundo, disputas familiares levaram a divisões entre clãs e, eventualmente, à formação de duas nações em conflito. Esse relato de mil anos documenta as guerras que ocorreram, resultando na destruição de uma dessas nações.

Dentro dessa narrativa, há várias profecias e testemunhos sobre Jesus Cristo como o Salvador do mundo, incluindo a famosa visita de Jesus ressuscitado às pessoas do Novo Mundo.

O Livro de Mórmon relata que durante o tempo de Cristo entre o antigo povo da América, Ele fundou Sua igreja, assim como fez no Velho Mundo.

De acordo com a narrativa, a população viveu em harmonia e prosperidade por aproximadamente 200 anos depois da visita de Cristo.

Com o passar do tempo, muitos começaram a se afastar dos ensinamentos de Cristo. A maldade se espalhou entre eles e, como consequência, uma guerra levou à destruição de uma nação inteira.

O Livro de Mórmon diz que esses eventos foram cuidadosamente registrados em placas de metal. A tarefa de preservar e adicionar a esse registro começou com a primeira pessoa que saiu de Jerusalém e foi passada de geração para geração.

Um dos últimos a registrar foi um profeta americano chamado Mórmon, que resumiu séculos de histórias em um formato mais conciso em placas de ouro.

Esse registro resumido foi passado de Mórmon para seu filho Morôni, o último sobrevivente conhecido de sua nação, que, ao se aproximar do fim de seus dias, escondeu as placas em uma colina onde, séculos depois, ficaria o Estado de Nova York.

Os seguidores da religião mórmon acreditam que o local atualmente identificado como Monte Cumora, perto de Palmyra, Nova York, foi onde Morôni apareceu em 1823 na forma de um anjo para orientar Joseph Smith até as placas sagradas. Depois disso, Joseph Smith estabeleceu A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

As primeiras menções sobre a trajetória da Igreja mostram que, em determinado momento, Morôni confiou temporariamente as placas de ouro a Joseph Smith, permitindo que três homens as vissem e que oito homens as tocassem. Essas testemunhas relataram suas experiências logo após a primeira impressão do Livro de Mórmon.

Joseph levou aproximadamente três meses para realizar a tradução das placas, e após esse tempo, as mesmas foram devolvidas a Morôni, o anjo. A versão inicial do Livro de Mórmon em inglês foi publicada em Nova York no ano de 1830.

Em 1851, o Livro de Mórmon foi traduzido para o dinamarquês, tornando-se a primeira versão em uma língua diferente do inglês. No ano 2000, a Igreja comemorou um importante marco ao atingir a marca de 100 traduções do Livro de Mórmon, incluindo a versão em inglês. O texto completo está acessível em 81 idiomas, além de trechos em mais 25 idiomas.

Para explicar melhor e enfatizar o propósito do Livro de Mórmon, um subtítulo foi introduzido em 1982. O título completo é: O Livro de Mórmon Outro Testamento de Jesus Cristo.

Além de traduzir o Livro de Mórmon, Joseph Smith também registrou outras revelações que recebeu de Deus. Muitas dessas revelações estão contidas em outras duas obras conhecidas como Doutrina e Convênios e A Pérola de Grande Valor.



Texto de Eugênio Pacelly Alves

 


Referências bibliográficas:

Livro de Mórmon. Disponível em: >(Livro de Mórmon (vindeacristo.org))<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

O livro de Mórmon: Outro testamento de Jesus Cristo. Disponível em: >(https://noticias-br.aigrejadejesuscristo.org/artigo/o-livro-de-m%C3%B3rmon--outro-testamento-de-jesus-cristo)<. Acesso em 25 de janeiro de 2025.

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Jacob Nunes Gois: Um herói esquecido da Inquisição

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Jacob Nunes Góis é uma figura que, embora não seja tão conhecido, deve ser lembrado como um verdadeiro herói nas histórias judaicas e portuguesas. Durante o momento mais acentuado da Inquisição em Portugal, quando a caçada religiosa colocava em risco a vida e a liberdade de muitos judeus, Jacob Nunes Góis se evidenciou como um salvador com uma coragem discreta. Com seus recursos financeiros, influência e uma rede de conexões estratégicas, ele custeou embarcações que possibilitaram a evasão de várias famílias judias das gafas da Inquisição, permitindo-lhes buscar abrigo em outras nações. Este artigo investiga a jornada de Jacob Nunes Góis, suas ações heroicas e a retumbância duradoura de suas decisões em um dos períodos mais desalumiados da história ibérica.

Jacob Nunes Góis nasceu aproximadamente em 1408 em Coimbra, Portugal, vindo de uma família judia que se estabeleceu em Portugal após deixar Castela, na Península Ibérica. 

Jacob em Lisboa se estabeleceu como uma efígie proeminente na comunidade comercial, tornando-se um dos mercadores mais influentes na cidade. Ele comandava uma porção significativa do comércio de açúcar das ilhas da Madeira e financiava expedições para a África, Índia e Brasil.

Sua posição superposta permitiu que ele formasse parcerias estratégicas com outras personalidades influentes do comércio, como o banqueiro florentino Bartolomeu Marchionni. Juntos, monitoraram setores essenciais do comércio português, acumulando considerável fortuna e poder. No entanto, mesmo com o sucesso, Jacob Nunes Góis estava consciente do crescente perigo que a Inquisição equivalia tanto para ele quanto para sua comunidade.

Bartolomeu Marchionni foi um comerciante e banqueiro florentino que se mudou para Lisboa por volta de 1468, inicialmente atuando como representante da famosa família de banqueiros italianos conhecida como Cambini. Tal como Jacob Nunes Góis, ele possuía uma excelente sensatez para negócios e um extenso domínio das complexidades do comércio global. A aliança entre Marchionni e Jacob foi uma união estratégica que aproveitou as habilidades distintas de cada um, criando uma forte presença comercial em Portugal.

Enquanto Jacob contribuía com seu conhecimento sobre as dinâmicas locais e seu relacionamento com a corte portuguesa, Marchionni proporcionava uma ampla rede internacional e um entendimento financeiro notável. Juntos, eles dominaram o comércio de açúcar, especiarias e outros produtos de grande valor, financiando expedições que ampliavam as possibilidades comerciais de Portugal. Contudo, o real impacto da colaboração deles foi sentido não apenas nos mercados, mas também nas vidas de muitos judeus que puderam receber ajuda.

Embora Marchionni tivesse uma origem cristã, ele compreendia a seriedade da situação enfrentada pelos judeus durante a Inquisição. Com Jacob, ele planejou usar sua rede de navios mercantes para retirar famílias judias de Portugal de maneira segura. As embarcações, que antes transportavam açúcar e outros produtos, passaram a levar algo ainda mais valioso: vidas humanas em perigo devido à intolerância religiosa.

A parceria entre Jacob e Marchionni foi fundamental para que essas operações de resgate fossem bem-sucedidas. Marchionni empregou suas conexões e recursos para garantir que os barcos partissessem sem levantar suspeitas, enquanto Jacob coordenava as fugas, assegurando que as famílias judias chegassem a novos lares em países mais receptivos. A confiança e o respeito mútuo entre eles permitiram que essa missão de salvamento fosse realizada de maneira eficiente e discreta.

A descoberta do Brasil em mil quinhentos é um marco importante na história global, sinalizando o início de uma nova era de exploração e colonização. O que muitas vezes não recebe a atenção merecida é o papel crucial de Jacob Nunes Góis, juntamente com outros comerciantes e nobres importantes, nesse processo. Seus recursos e influência foram fundamentais não apenas para o êxito das expedições portuguesas rumo à Índia e ao Novo Mundo, mas também para o transporte de diversas famílias judias que viam no Brasil uma nova esperança e um refúgio diante da perseguição religiosa na Europa. Jacob Nunes Góis, juntamente com Bartolomeu Marchionni, D. Álvaro de Portugal e Sernigi Girolamo, estabeleceu uma aliança privada que desempenhou um papel crucial na segunda expedição enviada à Índia, a qual acabou por descobrir o Brasil sob a direção de Pedro Álvares Cabral. Em 1501, logo após esse evento, Góis voltou a se empenhar em financiar uma expedição significativa: a terceira frota portuguesa que navegava rumo à Índia, sob o comando de João da Nova. Este gesto visava não apenas a ampliação dos interesses comerciais de Portugal, mas também proporcionava a Jacob Nunes Góis a chance de apoiar sua comunidade em um período delicado.

Durante essas viagens marítimas, Jacob Nunes Góis identificou uma oportunidade de incluir em seus navios diversas famílias judias que, assim como ele, estavam enfrentando o crescente risco da Inquisição em Portugal. Ele percebia que o Brasil, ainda em seus estágios iniciais de exploração e colonização, representava um novo refúgio onde essas famílias poderiam viver com maior liberdade, longe da repressão religiosa que se intensificava na Europa.

Os barcos que deixaram Lisboa em março de 1501, pertencentes à terceira frota, não estavam apenas cheios de mercadorias e com a expectativa de recursos para a coroa portuguesa. Eles transportavam, ocultas entre os bens e resguardadas por um manto de segredo e lealdade, famílias em fuga que buscavam preservar suas vidas e sua fé. Jacob Nunes Góis aproveitou sua função crucial como financiador e organizador dessas viagens para assegurar que esses judeus tivessem a oportunidade de recomeçar, longe do medo que dominava Portugal.

Ao chegarem ao Brasil, essas famílias hebraicas encontraram um território extenso e repleto de oportunidades, mas também enfrentaram adversidades. Contudo, com o suporte constante de Jacob Nunes Góis, que mantinha contato e enviava assistência sempre que possível, essas famílias conseguiram se estabelecer e contribuir para a formação das primeiras comunidades na nova colônia.

A participação de Jacob Nunes Góis na exploração e colonização do Brasil demonstra sua capacidade de transformar uma situação arriscada em uma oportunidade de salvação para muitos. Ele foi um dos primeiros a reconhecer a importância do Novo Mundo, não somente como um novo mercado para os comerciantes portugueses, mas igualmente como um abrigo para aqueles que precisavam urgentemente recomeçar suas vidas.

Dessa forma, o Brasil tornou-se um dos locais mais significativos para os judeus que escapavam da Inquisição, e a influência de Jacob Nunes Góis nesse contexto é inquestionável. Ele não apenas contribuiu para moldar o desenvolvimento da história colonial de Portugal, mas também garantiu que muitas vidas fossem preservadas e que a cultura e a fé judaicas pudessem prosperar em novas terras.

Em face da expansão marítima portuguesa e da crescente ameaça da Inquisição, o Brasil, que foi descoberto em 1500, surgiu como um lugar promissor para várias famílias judias. Jacob Nunes Góis, ciente dos perigos que sua comunidade enfrentava em Portugal, enxergou no Novo Mundo uma oportunidade singular, não apenas para o comércio, mas, mais importante, para a sobrevivência do seu povo.

Como um dos principais investidores das expedições portuguesas, Jacob teve a perspicácia de utilizar os barcos que partiam para o Brasil como meios de transporte para judeus que queriam escapar da perseguição religiosa. Reconhecendo que o Brasil, ainda em suas fases iniciais de exploração, oferecia vastas áreas longe do domínio da Inquisição, ele organizou discretamente a remessa de muitos judeus para a nova colônia.

Durante as expedições apoiadas por Jacob, especialmente na terceira frota portuguesa que partiu para a Índia em 1501, ele garantiu que os navios transportassem não apenas produtos, mas também passageiros não oficiais — famílias judaicas que abandonaram tudo em busca de um reinício seguro. Jacob empregou sua influência para assegurar que essas famílias tivessem proteção durante a jornada e assistência ao chegarem ao Brasil.

A escolha de Jacob Nunes Góis de levar judeus para o Brasil não foi apenas uma operação logística; foi um resgate de grande magnitude. Ele reconhecia que ao trasladar essas famílias, estava não apenas protegendo suas vidas, mas também criando as condições para futuras comunidades judaicas na nova colônia.

Ao chegar ao Brasil, essas famílias puderam recomeçar em um ambiente relativamente seguro, longe das perseguições que enfrentavam na Europa. Apesar dos desafios de se adaptar a um novo local e estabelecer novas comunidades, a opção de continuar em Portugal sob o aumento da opressão da Inquisição era insuportável. Jacob Nunes Góis manteve conexões com muitas dessas famílias, oferecendo assistência e recursos sempre que possível, assegurando que encontrassem uma base de estabilidade e sucesso.

A forma como Jacob auxiliou judeus ao levá-los ao Brasil demonstra seu compromisso com a sua comunidade e sua disposição para agir corajosamente em tempos desafiadores. Graças a suas ações, o Brasil tornou-se um refúgio para aqueles que fugiam da opressão, e as comunidades judaicas que ele ajudou a formar tiveram um papel importante na história da colônia.

O rei D. Manuel I, pressionado por alianças políticas e pela necessidade de consolidar o reino sob a fé cristã, ordenou a conversão forçada dos judeus. Para Jacob e sua família, assim como para milhares de outros judeus, essa decisão representava uma escolha cruel: converter-se ou enfrentar a morte. Jacob, assim como muitos outros, aceitou a conversão formal para proteger sua família, mas continuou a praticar sua fé judaica em sigilo.

Com a implementação da Inquisição em Portugal em 1536, a situação tornou-se ainda mais grave. Os cristãos-novos, nome dado aos judeus convertidos, viviam sob constante supervisão. Qualquer indício de que ainda praticavam o judaísmo secretamente poderia resultar em prisão, tortura ou até morte. Jacob sabia que, para sobreviver, precisaria utilizar não apenas suas habilidades comerciais, mas também sua riqueza e influência para ajudar sua comunidade a escapar dessa nova era de terror.

É neste cenário que Jacob Nunes Góis formulou um plano audacioso e arriscado: utilizar sua riqueza para auxiliar barcos a levar judeus que estavam escapando para lugares seguros, longe da Inquisição. Ele criou uma rede clandestina de fuga, onde embarcações que normalmente transportavam mercadorias passaram a levar famílias inteiras em busca de liberdade. Esses navios, que operavam sob a fachada de atividades comerciais, dirigiam-se a nações como a Holanda, o Império Otomano, a França e até o Brasil, onde os judeus poderiam viver com maior segurança.

Cada missão era meticulosamente elaborada. As famílias eram ocultadas entre os itens ou em compartimentos secretos, e apenas os marinheiros mais leais sabiam da verdadeira natureza da carga que carregavam. Jacob utilizava sua ampla rede de relacionamentos para assegurar que esses trajetos ocorressem sem levantar desconfiança. Ele não apenas cobria os custos das viagens, mas também oferecia os meios necessários para que as famílias iniciassem novas vidas em outros países.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

Jacob Nunes Gois: o herói que salvou milhares de judeus durante a Inquisição. Disponível em: >(https://acervojudaico.com.br/jacob-nunes-gois-o-heroi-que-salvou-milhares-de-judeus-durante-a-inquisicao-portuguesa/)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

Jacob Nunes Gois: o herói esquecido da Inquisição. Disponível em: >(https://app.mktpress.com.br/news/jacob-nunes-gois-o-heroi-esquecido-da-inquisicao)<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

Jacob Nunes Gois. Disponível em: >(Jacob Nunes Gois (FamilySearch))<. Acesso em 01 de novembro de 2024.

Família Gois: os judeus da corte portuguesa. Disponível em: >(https://folhamidia.com.br/familia-gois-os-judeus-da-corte-portuguesa/)<. Acesso em 04 de novembro de 2024.

sábado, 2 de agosto de 2025

Uma mensagem secreta em Gênesis 4

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Com frequência, encontramos a expressão referida como evangelho, ou boa nova. Quando ela surge pela primeira vez na Bíblia? A resposta pode surpreender. 

A grande descoberta é que a Bíblia atua como um conjunto de comunicações: não se trata apenas de 66 livros redigidos por 40 autores ao longo de milênios, mas sim de uma obra unificada que demonstra sinais de uma elaboração divina em todos os seus elementos. 

Os rabinos da tradição judaica possuem uma maneira própria de transmitir essa mensagem: afirmam que não entenderão as Escrituras até que o Messias chegue. Quando Ele vier, não apenas nos explicará cada passagem, mas também o sentido das palavras; Ele até esclarecerá as letras. 

“Não pensem que vim para abolir a Torá e os profetas; não vim para eliminar, mas para cumprir. Pois em verdade vos digo que até que o céu e a terra desapareçam, nem uma letra ou vírgula da lei passará, até que tudo se cumpra.” 

Um exemplo pertinente disso pode ser encontrado em Gênesis, capítulo 5, que apresenta a genealogia de Adão a Noé. Esta é uma seção que facilmente ignoramos ao ler Gênesis, consistindo apenas numa lista de ancestrais de Adão a Noé. No entanto, uma investigação das raízes pode revelar algumas descobertas interessantes. 

Na nossa Bíblia, encontramos nomes em hebraico. Quais são os significados desses nomes em português? 

Compreender o que os nomes próprios significam pode ser complicado, pois frequentemente não existe uma tradução direta. Até mesmo um dicionário hebraico tradicional pode não ser suficiente. Contudo, uma análise das raízes originais pode gerar novas e intrigantes percepções. 

Matusalém surge de muth, que se traduz como “morte”, e shalach, que significa “trazer” ou “enviar”. Portanto, Matusalém pode ser interpretado como “sua morte trará”. O termo muth, que se refere à morte, aparece 125 vezes no Antigo Testamento. 

O pai de Matusalém recebeu uma revelação sobre o Grande Dilúvio que estava por vir e foi informado de que enquanto seu filho estivesse vivo, o julgamento do dilúvio seria adiado; mas assim que ele falecesse, as águas do dilúvio seriam enviadas. 

Na verdade, no ano em que Matusalém faleceu, as águas do dilúvio chegaram. 

É interessante notar que a vida de Matusalém simbolizou a graça de Deus ao postergar o juízo do dilúvio iminente. Portanto, é adequado que sua vida, a mais longa registrada na Bíblia, represente a extensão da misericórdia divina. 

Se o nome Matusalém possui tanto significado, vamos investigar os outros nomes para entender o que eles podem transmitir. 

Adão 

O nome Adão é traduzido como “homem”. Sendo o primeiro ser humano, isso parece bastante claro. 

Sete  

O filho de Adão recebeu o nome de Sete, que significa “designado”. Eva disse: “Pois Deus me deu outra geração em lugar de Abel, que foi assassinado por Caim.” 

Enos 

O filho de Sete era conhecido como Enos, que se traduz como “humano, frágil ou carente”. Essa palavra deriva da raiz anash, que indica “incurável”, relacionada a feridas, tristeza, sofrimento, enfermidade ou malevolência. 

Durante o período de Enos, as pessoas começaram a desonrar o nome do Deus Vivo. 

Cainã 

Enos gerou um filho chamado Cainã, que pode ser interpretado como “tristeza, canção de lamento ou elegia”. A tradução exata é um pouco incerta; algumas referências indicam, lamentavelmente, que Cainã é uma variação do nome Cainã. 

Balaão, de uma montanha em Moabe, faz um trocadilho com o nome dos ceneus ao prever sua queda. 

Não temos certeza do motivo exato pelo qual esses nomes foram escolhidos para seus filhos. Muitas vezes, eles poderiam refletir circunstâncias relacionadas ao nascimento e outras situações. 

Mahalaleel 

O filho de Cainã era chamado Mahalaleel, que tem origem na palavra mahalal, significando abençoado ou louvor, combinado com El, que representa Deus. Assim, Mahalaleel pode ser interpretado como “Deus Abençoado”. É comum que nomes hebraicos incluam El, como em Dan-i-el, que se traduz como “Deus é meu Juiz”, entre outros. 

Jared 

O filho de Mahalaleel chamava-se Jared, que se origina do verbo yaradh, que quer dizer “descerá”. 

Enoque 

O filho de Jared recebeu o nome de Enoque, que significa “ensinar ou início”. Ele foi o primeiro de uma linhagem de pregadores, sendo que a primeira profecia registrada vem de Enoque, abordando, curiosamente, a Segunda Vinda de Cristo (embora seja citada no Livro de Judas do Novo Testamento): 

Enoque também, o sétimo desde Adão, profetizou sobre eles, afirmando: “Eis que o Senhor vem com milhares de seus santos, Para realizar o julgamento sobre todos e convencer todos os ímpios entre eles de todas as suas ações ímpias que cometeram e de todas as palavras severas que os pecadores ímpios proferiram contra ele.” 

Matusalém 

Enoque era pai de Matusalém, que já foi mencionado. Depois do nascimento de Matusalém, Enoque andou com Deus. [8] Supõe-se que Enoque recebeu a profecia sobre o Grande Dilúvio e foi informado de que, enquanto seu filho estivesse vivo, o juízo do dilúvio seria contido. No ano em que Matusalém faleceu, o dilúvio aconteceu. 

Enoque, claro, nunca experimentou a morte: ele foi levado (ou, se me permitem a expressão, arrebatado). Dessa forma, Matusalém pode ser visto como o homem mais idoso da Bíblia, mas faleceu antes de seu pai! 

Lameque 

Matusalém teve um filho chamado Lameque, um termo cuja raiz ainda é visível em nossa própria palavra em inglês, “lamentar ou lamento”. Lameque evoca a noção de desespero.

Esse nome também se relaciona a Lameque, que faz parte da linhagem de Caim e que, por acaso, tirou a vida de seu filho Tubal-Caim durante uma atividade de caça. 

Noé 

Lameque, claramente, é o progenitor de Noé, cujo nome deriva do verbo nacham, que se traduz como “oferecer consolo ou alívio”, conforme Lameque esclarece em Gênesis 5:29.



Texto de Eugênio Pacelly Alves



Referências bibliográficas:

A mensagem escondida na genealogia de Caim. Disponível em: >(A mensagem escondida na genealogia de Caim (Youtube))<. Acesso em 21 de setembro de 2024.

Gênesis 4. Disponível em: >(Gênesis 4 (Church of Jesus))<. Acesso em 22 de setembro de 2024.

Gênesis 4: comentários selecionados. Disponível em: >(https://reavivadosporsuapalavra.org/2018/10/16/genesis-4-comentarios-selecionados/)<. Acesso em 22 de setembro de 2024.

Os frutos da queda. Disponível em: >(https://bible.org/seriespage/os-frutos-da-queda-gn-41-26)<. Acesso em 23 de setembro de 2024.